domingo, 23 de agosto de 2009

Os Amigos de Alex, perdão, de Melides

Iniciavam-se os Anos 80.
Os ventos da Revolução de Abril já se faziam sentir mais suaves, embora as cabeças bem pensantes ainda se dividissem entre o MRPP, a UDP e outras siglas levadas, entretanto, pelo esquecimento.
Nos States, Ronald Reagan, e Margaret Thatcher, no Reino Unido, decidiam os destinos do planeta.
Por cá, Ramalho Eanes transmitia uma austeridade que não era seguida pelos portugueses, urbanos e informados, na casa dos 20/30 anos
A sexualidade reprimida durante décadas, dera origem a uma série de divórcios, experiências múltiplas, quando não simultâneas, a procura do prazer pelo prazer, do encontro com a Natureza, a busca das coisas, aparentemente, simples.
Rumava-se para a selvagem Cacela Velha, para o Meco...e para Melides.

A pioneira terá sido a Catarina San Payo. Depois, seguiram-se os amigos, namoradas dos amigos e ex-amigos das namoradas, ex-namorados com as novas mulheres e ex-mulheres com novos amigos, numa sucessão sucessiva, que se seguiu, sucessivamente... César Monteiro, TV Producer, Luiz Lopes da Silva e Carlos Fogaça, empresários, Sofia Empis, do Parlamento Europeu, a médica Teresa Assis e o jornalista Mário Rui de Castro, formaram o núcleo duro, que se mantem até hoje. Compraram casas velhas, muitas delas a cair de podre, fizeram obras profundas com utilização de novos materiais e muita criatividade e foram descobrindo os prazeres da zona - praias ainda em estado selvagem, peixe de qualidade e um clima temperado, sem excessos.

Era a época em que as mulheres descobriam o topless, no mínimo.
Mas o mais habitual era mesmo o nudismo. A tentativa da descoberta do Paraíso Perdito, com tudo ao léu.
E já agora, num intervalo indiscreto, podemos informar que um dos sócios fundadores tinha o cognome de O Pilas de Melides.
Para as senhoras, e eventualmente senhores interessados, a razão do nome, era a exuberância do dito.

Entretanto, foram surgindo os filhos e, nalguns casos, até os netos.
A tradição de se juntarem durante as férias instalou-se, mas agora com o grupo acrescido, primeiro, por crianças, depois por adolescentes que, já com outros hábitos, foram preservando o ambiente familiar e amigo, que é captável por qualquer forasteiro, como eu, que tive o previlégio de, por várias vezes, ter sido convidado pelo Luiz Lopes da Silva, gentleman hospitaleiro e amigo.
Os pédipapers, caminhadas, chás em casa de um e outro, conversas de praia, tertúlias literárias, cantorias e bailaricos, sucedem-se, ajudando a manter, fortalecer, este espírito colectivo que o "Galo"quiz homenagear.
Umas últimas palavras para a Nova Aberta que, apesar da infelicidade do nome, é uma praia magnífica, quase deserta mesmo num fim-de-semana de Agosto, com um areal imenso de areia fina e clara e um mar batido.
Pena é que o restaurante de apoio sirva apenas umas saladinhas de polvo e atum, muito agradáveis por sinal, e umas tostas bem confeccionadas.
Mas faz falta um bom peixe grelhado, acompanhado de um branco gelado, enquanto lá ao longe a bola vermlha do sol desaparece.
Obrigado, Luiz, por mais este bom momento que nos proporcionaste.

Um comentário:

  1. Nova Aberta ou Aberta a Nova ou mesmo Berta a Nova, para a malta curtir as ondas, paraíso a não publicitar, fica só para os meus netos.....

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