quarta-feira, 19 de maio de 2010

Amigos, vamos dar um tempo...

Todos nós já vivemos, uma, várias vezes, uma daquelas paixões 'de caixão à cova' em que toda a nossa vida se baseava no 'outro'.
Em que todo e qualquer instante, passado longe do objecto amado, se nos tornava doloroso e intolerável.
Momentos de um desejo tórrido e insaciável, de uma obsessão permanente, de um estado febril e eufórico que nos transmitia uma sensação única de vivência total, de satisfação plena, misturada com picos de desânimo, de insegurança, de saudade...
É nessas alturas que nos metemos num avião, num comboio, num barco, para passarmos alguns dias, horas, com o nosso amante, se ele está longe, que corremos perigos de modo inconsciente, se ele é comprometido, que nos portamos de modo acriançado, dançamos à chuva, escrevemos poemas de amor horrorosos, fazemos declarações impensadas, ultrapassamos os nossos limites físicos, esquecemos preconceitos morais, nos aproximamos, afinal, dos deuses.

A minha relação com 'O Galo de Barcelos ao Poder' já foi assim...
Todos os dias, quando me levantava ( e eu acordo por volta das seis) a primeira coisa que fazia era ligar o computador e colocar, 'postar' segundo o jargão próprio, notícias, cartoons, vídeos, anúncios, crónicas, colaborações várias, capas de jornais e, por vezes, texto confessionais em que me expunha de um modo tal como nunca antes ocorrera, mesmo perante os meus amigos mais íntimos.
E como todas as verdadeiras paixões, esse entusiasmo, esse inebriamento, esse tesão, encontrou reflexo do outro lado - o vosso.
Seguidores, comentadores, leitores, foram aparecendo e tornaram este blog uma coisa viva e interactiva.
Eu dava o pontapé de saída mas, depois, os acréscimos, críticas, discussões, divergências, que surgiam, encaminhavam as diversas peças, e foram quase 4000 posts, para horizontes que eu nem sequer vislumbrara quando os imaginara ou seleccionara.
E, assim, criámos, em conjunto, concursos fotográficos e literários, editámos um livro, demos à luz rubricas periódicas com assinaturas várias, publicámos dois folhetins, enfim, produzimos obra variada que, arrisco dizê-lo, deu gozo a muitas dezenas, centenas, de pessoas.
Sei de amigos, em países longínquos, para quem a companhia diária do 'Galo' encurtava distâncias; de outros que, em períodos de doença, encontraram nesta tertúlia ânimo para sorrir e seguir em frente; houve quem, graças aos nossos desafios tivesse, pela primeira vez, descoberto o prazer, e o talento, da escrita...

Por aqui falou-se de monstros consagrados e de talentosos desconhecidos, de mulheres fatais e de filmes de antologia, de livros e receitas, de viagens e assuntos supérfluos, de banda desenhada e de ópera, sem preconceitos ou fundamentalismos, com respeito pela salutar diferença de ideias, com abertura para as ideias contrárias que por vezes originaram uma troca de argumentos um pouco mais acalorada mas nunca ultrapassando os limites do respeito mútuo.

Todos nós já vivemos, uma, ou várias vezes, um daqueles finais de relação em que o que é escaldante se torna morno e, depois, frio.
Em que tudo o que é prazer, entusiasmo e descoberta se transforma em enfado, repetição e rotina.
A minha relação com 'O Galo de Barcelos ao Poder' está a começar a ser assim...

Não sei determinar qual a causa/efeito.
Primeiro, achei que o afastamento progressivo de comentadores emblemáticos e participativos como a Moira ou a MTH, a Sapho ou o Adriano, as longas ausências da Contessa ou as intermitências do Alv ega/ James seriam a razão para eu, que em qualquer tipo de relação preciso de sentir a envolvência total do parceiro, me começasse a sentir insatisfeito com este affair, mas com o passar dos tempos, adoptei uma atitude mais humilde mas, talvez, mais realista.
Não foi o afastamento dos 'fiéis' que me causou desinteresse...mas terá sido, sim, a evolução do meu desinteresse que terá afastado os tais elementos, sem os quais o ' Galo' não tem o mesmo brilho nas penas, arriscando-se, mesmo, a ficar depenado.
De tórrido, o nosso caso passou a quente e , agora, está morno...
Antes que arrefeça completamente, decidi fazer um compasso de espera.

Não é um final, não vou acabar ou encerrar o blog e poderei, sempre que tal me apetecer, colocar aqui um texto, uma colaboração, um post que o justifique, mas sem cair nunca mais na obrigação diária, na rotina, no enfado...

Amigos, vamos dar um tempo...
Adeus, até ao meu regresso.
...O Galo de Barcelos ao Poder!!!!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Casamento entre pessoas

Existem muitos tipos de relacionamento entre pessoas...
Observem que tive o cuidado de referir pessoas e não pessoas do mesmo sexo, gays ou heterossexuais.
O caso pode resumir-se ao 'one night stand', tipo toca e foge, ao affair mais ou menos prolongado, mais ou menos às escondidas, à amizade colorida, aberta e com vários participantes, ao noivado convencional, ao 'juntar dos trapinhos', ao namoro sem projectos futuros e, finalmente, ao casamento.
Mesmo neste último caso, pode optar-se pelo religioso e pelo civil, com partilha ou divisão de bens, com ou sem filhos, apaixonado ou rotineiro...
Enfim, um vasto leque de opções em que cada um pode escolher a situação que mais se coadune consigo, com a companhia ou com o momento.
Então se duas pessoas do mesmo sexo já podem partilhar todo o leque acima referido - rapidinha, namoro, caso, amancebamento...- porque é que não se poderiam casar?
Que o casamento religioso, e estamos apenas a falar de catolicismo, lhes seja impedido , compreendo, já que temos(?) que aceitar determinadas regras para fazer parte de um determinado clube, mas pelo civil?
Na minha opinião, ganhou o bom senso, o respeito à diferença, o direito de cada um organizar e definir a vida de acordo com as suas opções.
Vive la Difference, vive la Liberté!!!

A Capa do Dia

( A pedido do ZM mudámos de jornal...)
Cavaco Silva promulga casamento gay só por causa da 'situação dramática' do país, então agora o Sócrates e o Passos Coelho já podem oficializar a relação?
Brasil e Turquia enterram plano de sanções ao Irão, a que profundidade?
Alemanha volta a ameaçar fundo para o Euro, já batemos no fundo?
Carro eléctrico vai custar perto de 30 mil euros, quando eu era 'puto' o eléctrico custava 7 tostões...

A Crise e o Casamento

A crise, fundamentalmente ela, travou o veto do Presidente da República à lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O Chefe do Estado não escondeu o quanto esta matéria lhe desagrada e que, se seguisse as suas convicções religiosas o diploma seria vetado. "A ética da responsabilidade tem de ser colocada acima das convicções", sublinhou Cavaco Silva.
O Presidente da República quis sobretudo mostrar que o pragmatismo foi a base da decisão.

Cavaco Silva recusou-se a "a contribuir para arrastar o processo" e, desse modo, a "afastar os políticos da resolução dos problemas" que afectam Portugal. E nesta segunda semana, em que o País continua sob fogo cerrado dos mercados, Cavaco sentiu a necessidade de dizer aos portugueses que não se esquece dos "milhares" de desempregados, do "agravamento da situação de pobreza" e do "elevado endividamento externo".

As suas palavras soaram a crítica ao Governo, por ter demorado demasiado tempo a reagir aos sinais de degradação das condições económicas. "No Ano Novo alertei para o momento difícil", recordou cinco meses depois de o ter feito. Lembrou que nessa altura disse que "podíamos caminhar para uma situação explosiva".

Agora, advertiu, "não é tempo de inventar desculpas para adiar a solução dos problemas". Ou seja, dizia que com a promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo o Governo não tem nenhum pretexto para abrir uma nova frente de conflito com Belém, distraindo a atenção dos reais problemas nacionais.

Casamento e Crise, duas palavras que aparecem muitas vezes associadas embora, geralmente, não desta maneira...

O Presidente sentiu-se apalpado...


HenriCartoons

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Capa do Dia

Mourinho festeja, Ronaldo chora, uns ficam contentes, outros tristes, é a vida!!!
Pais faltosos obrigam Estado a pagar, haja alguém...
Passos esvazia Comissão de Inquérito, ainda agora chegou e já começou a esvaziar...
Escolas permitem controlar aulas dos filhos pela Internet, Big Brother no seu melhor.
Crise dá à direita espanhola a maior vantagem desde 2004, uns ficam contentes, outros tristes, é a vida!!!

domingo, 16 de maio de 2010

José Régio - Soneto quase inédito

Em memória de Aurélio Cunha Bengala

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno “sacrifício”
De trinta contos – só! – por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.


JOSÉ RÉGIO

Enviado pela Contessa

Trova do Alegre que passa...

Alegre, diz o próprio, é um humanista.
Alegre é livre e frontal.
Alegre é suprapartidário.
Alegre não é neutro.
Alegre é homem de causas e combates.
Alegre não tem medo.
Alegre não se rende.
Alegre não recebe lições de democracia.
Alegre quer alargar a cidadania.
Alegre quer uma esquerda nova.
Alegre quer um novo patriotismo.
Alegre quer um novo idealismo.
Alegre quer novos sonhos, esperanças e descobertas.
Alegre quer reposicionar Portugal no mundo.
Alegre quer ouvir a rua.
Alegre quer ser aliado e companheiro de viagem
de todos os portugueses.
Alegre quer mobilizar energias.
Alegre quer os jovens a dançar a vida.

( Extraido de um texto do DN)

Learn Something Everyday

Os que realmente contam - Alberto Gonçalves

Para uns, o aval de Pedro Passos Coelho às medidas ditas antidéfice do Governo é uma abdicação face à irresponsabilidade do PS. Para outros, é a atitude adequada a um homem preocupado com a estabilidade política e o interesse nacional. Para um terceiro e exótico grupo, o aval é uma estratégia que compromete o eng. Sócrates no futuro imediato e prepara com calma o regresso do PSD ao poder em época de relativa bonança, momento em que o novel líder revelará a sua natureza liberal e nos salvará.

Compreendo que seja fascinante analisar as combustões químicas que ocorrem no cérebro do dr. Passos Coelho, ciência que convoca uma razoável parte da população. Sucede que a parte restante desta, naturalmente menos sofisticada, está mais interessada nos gestos do que nas intenções dos senhores que, directa ou indirectamente, nos tutelam. E os gestos consagrados no grotesco pacote de paliativos apontam todos na mesma direcção: a despesa desce umas migalhas e a receita sobe talvez o suficiente para adiar a bancarrota. A "austeridade" recai, quase inteirinha, nos contribuintes, fora uns "cortes" que não cortam no essencial peso do Estado.

O eng. Sócrates "sempre esteve convencido" de que não aumentaria os impostos. "Com tudo o que aconteceu nos últimos dias", convenceu-se do contrário. Brilhante, não fora o facto de que o que aconteceu nos últimos dias ser uma peculiar forma de desvario iniciado, se quisermos ilibar Cavaco, no momento em que Guterres, o Magnânimo, resolveu abençoar a pátria. Há quinze anos que a pátria assiste impávida à subida dos gastos públicos a título de "investimento" ou benesses "sociais", tendência assaz aprimorada na gestão (digamos) do actual primeiro-ministro. Quando o delírio socialista ameaçou ruir, culpou-se o neoliberalismo (?). Quando o delírio ruiu de vez, culpa-se as agências de rating. Na retórica oficial, a culpa nunca é nossa.

No mundo real, porém, a culpa é nossa, que engolimos felizes as patranhas que nos atiraram e que, através do voto, teimámos em legitimar um quadro partidário unânime na crença das virtudes estatais. Claro que, com variáveis ajudas do PSD, o PS é o principal autor do fosso em que nos encontramos. Mas no CDS a defesa da iniciativa privada é intermitente e, escusado acrescentar, nos dois partidos comunistas é nula. A alternativa ao "mata" é o "esfola", e é lícito supor que a alternativa não existe visto que jamais a desejámos. O Estado sufocante, falido e relapso de que dispomos é aquele com que a maioria sonhou e que a minoria terá, igual e infelizmente, de pagar. Desculpem o cliché e a generalização: temos os políticos e a penúria que merecemos.

Perante isto, o pedido de desculpas do dr. Passos Coelho à nação serve unicamente para fins de anedotário, a que acresce a sua proposta de criar uma entidade pública para avaliar os "cortes" públicos. Desde que chegou a líder da oposição, o dr. Passos Coelho pôde optar entre exercê-la ou, como se constata, alimentar as mentiras do Governo. A primeira escolha seria digna. Qualquer das duas seria inconsequente. Especular sobre se o conluio com o Governo maculou ou garantiu a carreira do dr. Passos Coelho conta pouco porque o dr. Passos Coelho não conta nada. No poço a que descemos, até o eng. Sócrates deixou de contar. Só os portugueses contam: o dinheiro que falta, os dias para o fim do mês e, nas horas vagas, a história de um país que se julgou imune à sua trágica vocação para a asneira

Alberto Gonçalves in Diário de Notícias

A Capa do Dia

Misericórdias dão 622 euros a quem adoptar um idoso, e então a mim que durmo todas as noites com um 'velhadas' de 65 anos, dou-lhe banho, alimento-o e converso imenso com ele?
'Voltaria a apoiar a minha filha a posar na 'Playboy'... e nós também, e nós também!( ver os dois posts seguintes)

Por 'Causa' da Bruna de Mirandela


O 'Galo' não é partidário do hábito tão nacional das 'causas'...
A 'Causa dos Casamentos Homossexuais' ou a 'Causa da defesa da Família Tradicional, a 'Causa das Vítimas da Casa Pia' ou a dos 'Acusados do mesmo Caso', a 'Causa da Tolerância de ponto por causa do Papa', a 'Causa dos Fumadores ou 'Dos não Fumadores', a 'Causa da defesa das Tartarugas' ou a 'Causa dos amantes de Sopa de Tartaruga' não nos provocam calores incendiários e uma vontade súbita de ir para a rua gritar palavras de ordem. Feitios...

Então 'Causas' a ver com Moral e Bons Costumes(?) como foi há uns anos a do Abecassis contra o filme 'Je vous salue Marie', as das 'Mães de Bragança' de buço cerrado contra as brasileiras pouco cerradas, a perseguição à boçalidade do Taveira porque se conheceram imagens que para muitos não passam de fantasmas fantasiosos, deixam-nos totalmente indiferentes.
Talvez indiferentes não seja a palavra correcta, porque repudiamos tanta 'moralidadezinha', tanta hipocrisia camuflada de princípios puros, tanta inveja encoberta...

E olhando as fotos da tal professora de Mirandela, terra de alheiras saborosas, percebe-se que haja muita inveja à mistura, nesta nova 'Caça à Bruxa, perdão, à Bruna'.
Das colegas com quilos a mais e namorados a menos, das mães com varizes, estrias e peito flácido, dos pais que não chegaram a tempo de comprar a Playboy que esgotou rapidamente...e, já agora, minha, porque nunca tive uma professora que se aproximasse minimamente destes parâmetros.

Contudo o sentido estético que o 'Galo' tanto preza impede-me de terminar este post sem manifestar o profundo desagrado pela piroseira da única imagem que conheço, do referido ensaio fotográfico.
Desde a composição ao décor, passando pela escolha da partenaire loura, a roupagem meio vestida, meio despida, a posição das pernas da 'nossa' Bruna Real, tudo é 'realmente, de uma foleirice atroz...
Exactamente como a maioria das nossas 'Causas'...

A professora de Mirandela

HenriCartoons

sábado, 15 de maio de 2010

Um País dentro do Mar plantado...

HenriCartoons

Adeus até ao teu regresso, Luiz. Até já, Margarida...

"...Ei-los que partem
novos e velhos
buscando a sorte
noutras paragens
noutras aragens
entre outros povos
ei-los que partem
velhos e novos..."


Era assim que Manuel Freire cantava a ida dos nossos emigrantes, rumo a destinos que lhes eram recusados na nossa terra.
Geralmente pessoas sem estudos ou preparação técnica que encontravam lá longe, à custa de muito trabalho físico, as condições mínimas de subsistência que não conseguiam alcançar por estas bandas.

Mas o que se passa agora é ainda mais preocupante e penoso.
São os jovens mais talentosos e bem preparados que procuram trabalho(...vidas?) noutras paragens.
São os técnicos experientes e com notáveis currículos que se vêm obrigados a deixar a sua terra, filhos, família e amigos, para poderem exercer o seu trabalho com dignidade e continuidade.
Muitas vezes a soldo de empresas estrangeiras...

Este Portugal em que vivemos não premeia o esforço, a exigência, a qualidade.
Os privilégios vão para os colegas de Partido, clube ou 'capelinha'...
A honestidade, palavra e frontalidade passaram a ser defeitos.
O laxismo, o 'jeitinho', o 'mais ou menos', palavras de ordem.
De 'orgulhosamente sós' (...e atrasados, e na cauda da Europa) passámos a 'envergonhadamente acompanhados'(...e atrasados, e na cauda da Europa).

E qual o porquê desta minha diatríbe, nesta manhã meio cinzenta de sábado (...mas não andará tudo meio acizentado por estas bandas?), qual a razão próxima deste texto algo amargo sobre partidas, eu que sempre conjuguei todas as formas do verbo ir?

Porque há meses o meu Amigo Luiz se viu forçado a deixar casa e filhos, amigos e família (não necessariamente por esta ordem) e rumar a Angola para prosseguir uma vida profissional rica de experiências e sucessos mas que, pelos vistos, já não tinha aplicação neste recanto onde os jobs são para os boys, independentemente da sua filiação política.
Claro está que com todo o seu dinamismo e criatividade o Luiz está a fazer da sua experiência angolana algo de proveitoso e enriquecedor. Mas não o poderia fazer, igualmente, mais perto de todos nós?

E agora, amanhã mais precisamente, é a vez da Margarida rumar para o mesmo destino...
Já o 'outro' dizia "Para Angola, em força..."
Nunca terá pensado que iria acertar em pleno.
Angola oferece a muitos bons profissionais, experientes e sabedores, as oportunidades que este projecto de país eternamente adiado não consegue proporcionar-lhes.
E o país fica cada vez mais pobre, cada vez mais mediocre...
Porque a Margarida e o Luiz fazem falta a Portugal.
Fazem falta aos Filhos e Pais que cá deixam.
Falta aos Amigos.

Fazem-me falta a mim.
Voltem depressa.

A Capa do Dia

Perplexidades...
Medo da recessão obrigou Sócrates a alterar acordo, logo ele que nunca altera nada do que diz...
Sala de fumo do Parlamento pode custar 380 mil euros, claro, os deputados só fumam 'cubanos'...
TGV - Ponte sobre o Tejo avança mas com novo concurso, penso que vai ser com o 'Preço Certo'...
Seguro está disposto para liderar, e alguém estará disposto a ser liderado por ele?
40% não volta a trabalhar, e os restantes 60% continuam sem trabalhar...

A última do Papa


HenriCartoons

Claudia Schiffer fotografada por Karl Lagarfeld

Grávida do terceiro filho, Claudia Schiffer aceitou posar nua para a edição alemã da revista "Vogue", por considerar importante "mostrar até que ponto a feminilidade pode ser bonita e que ter uma imagem positiva do corpo é possível em todas as circunstâncias".

A fotografia escolhida para ser a capa de Junho - numa revista inteiramente dedicada à modelo germânica, actualmente com 39 anos - lembra intencionalmente uma outra, feita por Annie Leibowitz, à actriz Demi Moore, então grávida de sete meses, em 1991.

E a provar, mais uma vez, que, só muito raramente, as réplicas alcançam o nível dos originais temos uma capa quente, em tons laranjas, a mostrar todo o esplendor e sensualidade da actriz norte americana versus uma alemã deslavada em tons cinzas em que o único elemento mais chamativo é o lettering ... Just my two cents!!!

Gula

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Depois da Visita Papal...

...vai-se iniciar o périplo de Jesus e os seus Acólitos.

Enviado por Maria Moura

Memória de uma rebelião há 25 anos na Feira do Livro de Lisboa

No dia 14 de Maio de 1985, as pequenas editoras,
cansadas de discriminações,
afrontaram as grandes empresas do sector.

Não há notícia de ter ocorrido em qualquer parte do mundo uma rebelião de pequenas editoras. Foi o caso que um conhecido organismo associativo, de seu nome completo Associação Portuguesa dos Editores e Livreiros, vulgo APEL, delberou, certo dia, em consenso da respectiva direcção (presidida por Fernando Guedes), proibir a exposição e venda de revistas culturais na 55ª Feira do Livro de Lisboa (1985). Tentando mais tarde fundamentar as razões de tão incongruente determinação censória, a direcção da APEL "explicaria" que o certame era de livros e não de revistas. E mais não adiantou. Abateu-se sobre a APEL, em clamor, a pergunta: a Feira do Livro não é, então, uma feira de cultura? Mas a APEL não quis emendar a mão e insistiu: proibição absoluta de entrada na Feira de tudo quanto não tivesse forma de livro. Ficavam excluídos, desse modo, não só as revistas culturais mas também os posters de poesia que ao tempo constituíam a maior parte da produção das Edições ITAU.
A breve trecho se tornou claro aos olhos de toda a gente que a medida discricionária não era mais que um iníquo biombo atrás do qual se escondiam os interesses das grandes editoras, representadas em peso na liderança associativa. Editoras de livros, só de livros, evidentemente, porque fazer revistas culturais, nesta terra, de facto só por "carolice". Desalmada premissa, aquela de supor que os visitantes, gastando o dinheiro em revistas e posters, não lhes sobraria para comprar livros.

A poucos dias da inauguração estrepitou a histórica rebelião das pequenas editoras. Batidas durante todo o ano por ventos adversos, tinham-se habituado à fugaz bonança que para elas representava a Feira do Livro: era nesse lugar e nesse tempo que escoavam em quantidade minimamente expressiva as suas edições e por essa forma arranjavam fôlego para sobreviver até à Feira do ano seguinte. Cruenta realidade, mas era (é) mesmo assim.
Além disso, sabemos no que resulta uma paixão proibida. Só o não sabia, ao que parece, a direcção da APEL.
Em menos de 24 horas juntaram-se à mobilização para a "guerra" dezenas de editoras que tão-pouco produziam revistas de cultura. Simplesmente estavam cansadas de anos consecutivos de arbitrários procedimentos que sempre as colocavam num plano de desvantagem em relação às grandes empresas do sector.
Começou a circular um "jornal de luta" com sucessivas edições nas quais se dava conta à população da enormidade daquele planeado crime de lesa-cultura. Recolheram-se e publicaram-se numerosos depoimentos de figuras gradas da literatura. Elaborou-se um "Manifesto" e promoveu-se uma conferência de imprensa que fez repercutir em todos os meios a decisão assumida por cerca de quarenta editoras de manterem os pavilhões encerrados enquanto a medida censória não fosse revogada.
O episódio cedo transcendeu o âmbito de uma proibição circunscrita ao regulamento de um certame para se transformar num "caso do dia". Nunca a Imprensa e a Rádio (também a RTP, mais tarde) dispensaram espaço tão alargado a uma Feira do Livro como sucedeu com esta agitada 55ª edição. No final, o movimento de contestação quase submergiu os próprios promotores e diluiu-se num debate impetuoso sobre a necessidade de renovação da Feira do Livro de Lisboa.

Abreviando. No dia da inauguração houve uma mudança de estratégia. As pequenas editoras uniram-se num acto colectivo de desobediência. A direcção da APEL viu-se confrontada com um facto hilariante: as revistas de cultura, que de costume eram vendidas por meia dúzia de editoras, estavam agora expostas em mais de trinta pavilhões. O mesmo se passava com os posters de poesia. Um portentoso plano táctico. Ninguém acatou a proibição (excepção: Imprensa Nacional).
A VISITA INAUGURAL DO MINISTRO DA CULTURA

Quando o ministro da Cultura, Coimbra Martins, chegou para a inauguração, com um atraso de mais de meia hora, os representantes das pequenas editoras cortaram-lhe o passo, logo à entrada (ver foto, extraída directamente de um diário; à esquerda é reconhecível Krus Abecassis, presidente do Município). Coube ao poeta Júlio Roberto (à direita na foto) entregar-lhe o "Manifesto" e fazer a oferta de um poster com um poema de Florbela Espanca, não deixando de assinalar que a simples exposição daquele "produto espúrio" estava proibida na Feira...
Soube-se mais tarde o motivo do atraso: foi recebida no ministério da Cultura a informação telefónica de que conviria fazer um compasso de espera porque... «as coisas no Parque Eduardo VII estão um bocado complicadas.»

A APEL teve de render-se. Resta dizer: as pequenas editoras que desencadearam esta luta contra um acto de censura gravemente lesivo da função cultural de uma Feira do Livro ter-se-iam visto condenadas ao silêncio, sem apelo nem agravo, se a sua voz não tivesse ecoado como padrão da mais empolgante unidade e solidariedade. Por outro lado, o fragor a que se assistiu só foi possível graças a uma comunicação social sensível, independente, isenta. Não era difícil pressentir a justiça e o bom senso da causa defendida pelas pequenas editoras. Mas outra força não tinham naquele confronto desigual. De um lado estavam (estão) empresas editoras poderosas, algumas das quais se incluem no grupo dos grandes anunciantes na Imprensa; do outro estavam (estão) uns tipos "carolas" que sofrem em silêncio à cruel pergunta:
... Revistas de cultura? Então isso dá algum dinheiro que se veja?...



Pedro Foyos
Jornalista

A mudança

HenriCartoons

A Capa do Dia

Bento XVI condenou casamentos homossexuais que Cavaco ainda não promologou, pedófilos voltem, estão perdoados...
Jardim Gonçalves multado em um milhão de euros, coitado do senhor, se calhar ia em excesso de velocidade...
Professores criticam livro de piadas que os compara a vacas, e têm razão, coitadinhas das vacas...
Ministério da Defesa quer comprar Hospital dos Lusíadas, era o que faltava, substituir aquelas enfermeiras tão ajeitadinhas ( ...não é Zé?) por 'canhões'...
Governo avança com reforma do mercado do trabalho, sim senhor, despeçam os reformados...

Learn Something Everyday


Frase do Dia

"Se estamos mesmo destinados
a seguir o caminho dos gregos,
então comecemos
por envenenar o Sócrates."

Enviado pela Contessa

Animais

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sal&Pimenta- Tempero semanal por José Manuel de Sousa


Bento XVI

Escrevo estas linhas ainda com a visita de Sua Santidade a decorrer.
Atrevo-me a dizer que o País parou ora porque a maioria da população esteve sentada frente à televisão ora porque em elevado número participa nas várias cerimónias religiosas por fé ou beneficiando das chamadas tolerâncias de ponto.
Num ano não atormentado por uma crise incomensurável, pouca diferença faria quer a despesa efectuada quer a perda de produtividade mas no tempo presente é incompreensível parte do muito que está acontecendo e que em nada dignifica a nossa imagem internacional.
Se bem me lembro nunca em anteriores visitas foi tão grande o espavento e nessas alturas, ainda o Estado não estava tão empobrecido como no tempo presente.
Outros tempos comentarão alguns e eu concordo. Haveria mais tino e bom senso nos governantes.

Por outro lado estranhei ver tantos republicanos que se proclamam de laicos ou agnósticos, figuras públicas e governantes, presentes num acto religioso quando nada os obrigava a tal.
Em qualquer dos outros actos públicos tal não seria relevante mas no Terreiro do Paço, frente ao altar, foi quanto a mim um escusado momento de exibicionismo bem populista e até de pouco educado comportamento de alguns dos ditos.
O que não é de estranhar pois tem explicação bem simples que me escuso de referir para não ofender os visados.

Este Papa que concita contraditórios sentimentos e divergentes opiniões, vive um momento particularmente difícil mas a sua preparação religiosa e intelectual têm encontrado o caminho recto para que Roma já hoje seja considerada a verdadeira Capital do Ecumenismo, este tão necessário para toda a Humanidade.
Para mim não é uma Figura simpática, tenho saudades do seu antecessor que me conquistou mas seria injustíssimo se aqui não deixasse uma sentida palavra de louvor a Bento XVI, à sua cultura e sobretudo à indesmentível coragem perante os escândalos que assaltam a sua Igreja.

José Manuel de Sousa

Everybody hurts...

Um vídeo da TAC Campaign, enviado pela Maria Moura, que não deve ser visto por estômagos delicados. Se conduzir não beba...
Veja aqui.

Learn Something Everyday

A Capa do Dia

Bento XVI reza pela Igreja à luz de 500 mil velas, haja dinheiro com fartura....
Revista de luxo sobre o Benfica campeão, haja dinheiro com fartura...
Sobem todos os impostos, haja dinheiro...para pagá-los!!!

Quebrar o gelo


HenriCartoons

Treinar como Jesus treinou - Ricardo Araújo Pereira

'Temporal' sempre foi
antónimo de 'sagrado'.
Mas a palavra "temporário"
está cada vez mais benta.

Que aborrecida, esta persistente exploração, normalmente com fins humorísticos, da coincidência onomástica entre o treinador do Benfica e o Messias.
Deus me livre de incorrer nessa facilidade preguiçosa.
Além do mais, a comparação de Jorge Jesus com Jesus Cristo é completamente descabida, tendo em conta a dimensão de um e de outro: que importância tem uma mensagem de amor, bondade e perdão quando cotejada com a capacidade de vencer um campeonato com quase 80 golos marcados?
Quase nenhuma, por muito que a bondade, o amor e o perdão tenham vindo a ser sobrevalorizados ao longo dos tempos - por oposição à concretização abundante de golos, que teólogos de todos os tempos e lugares sistematicamente menosprezaram.
Não admira, por isso, que tanta gente tenha ido para a rua celebrar os feitos do Jesus actual e tão pouca esteja, ao que parece, interessada em louvar os daquele outro Jesus, agora menos popular.

Dito isto, a notícia segundo a qual uma empresa de trabalho temporário estava a recrutar pessoas para, durante a visita de Bento XVI a Portugal, apoiarem o Papa, deve ser recebida sem grande surpresa.
A empresa procurava candidatos com, e cito, "muito boa apresentação, gosto de contacto com o público, dinamismo, responsabilidade e resistência física", ou seja, precisamente as características dos apoiantes de Jorge Jesus: todos eles tinham muito boa apresentação, até por envergarem lindas camisolas vermelhas; todos gostavam de contacto com o público, uma vez que estiveram a contactar uns com os outros até de madrugada; todos eram dinâmicos, responsáveis e fisicamente resistentes, porque só se consegue festejar daquela forma com dinamismo, responsabilidade e resistência física, sobretudo no fígado.

O trabalho era pago pela empresa a três euros e meio à hora, o que renderia a cada apoiante cerca de 20 euros - ou seja, mais ou menos o valor que cada um dos fiéis do outro Jesus gastou em cerveja uns dias antes, só na primeira meia hora de festejos.
Mais surpreendente é a perspectiva que a empresa de recrutamento tem sobre o acto de apoiar o Papa. É curioso que o apoio à ideia de vida eterna constitua trabalho temporário.
Não existe, na legislação laboral, o conceito de trabalho eterno - por muito que, em alguns empregos, o dia pareça durar uma eternidade.
Mas é pena. Para trabalho igual, salário igual - diz um slogan.
Para apoio à eternidade, pagamento eterno - deveria dizer outro estribilho do sindicalismo apostólico.
Enquanto a inovação sindical não chega, deve registar-se a inovação semântica: "temporal" sempre foi antónimo de "sagrado".
Mas a palavra "temporário" está cada vez mais benta.

Ricardo Araújo Pereira in Boca do Inferno (Visão)

Big Tiger