"Um parvo em pé vai mais longe que um intelectual sentado".
Livro de Crónicas, 1998
"A gente não pode compreender os sentimentos sem o contrário deles".
Expresso, 07.11.1998
"Não sou um senhor de idade que conservou o coração menino.
Sou um menino cujo envelope se gastou".
Livro de Crónicas, 1998
"O desgosto é a melhor forma de assassínio por nunca se encontrar a arma do crime".
Livro de Crónicas, 1998
"Só ficas adulto depois do teu pai morrer,
porque deixou de existir a última coisa que existia entre ti e a morte".
Jornal de Letras, 25.10.2006
"Quando morre um pai, tem-se a sensação de que,
na próxima vez que a morte aparecer à porta, seremos nós a abri-la".
Visão, 23.02.2006
"A morte das pessoas de quem gostamos amputa-nos".
Diário de Notícias, 08.12.2001
"Nós morremos quando desaparecem as últimas pessoas
que ouviram falar de nós".
Diário de Notícias, 08.12.2001
"É preciso viver, viver como homem comum entre homens comuns.
Só um homem comum pode fazer grandes coisas".
Courrier Internacional, Janeiro de 2007
"Nós somos casas muito grandes, muito compridas.
É como se morássemos apenas num quarto ou dois.
Às vezes, por medo ou cegueira, não abrimos as nossas portas".
Diário de Notícias, 09.11.2004
segunda-feira, 3 de maio de 2010
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Difícil, muito difícil. Pelo menos para mim! Mas muito, muito bom! Em toda a sua obra!
ResponderExcluirAs crónicas são a sua parte mais cómoda de ler, se bem que incómoda pelas lembranças!
Eu devo confessar que não sou um fã do psiquiatra acima referido, enquanto escritor (só gostei realmente de um-livro-um...) mas aprecio a prosa jornalística dele, de um modo geral.
ResponderExcluir:-)
Não aprecio o Autor embora aceite perfeitamente que serei uma das poucas excepções com coragem para o dizer publicamente, junto com James !
ResponderExcluirEm compensação -- se isso fizer algum sentido... -- desde há muito que gostava de um dos amigos dele, aqui fica um pedacinho de um livro genial:
ResponderExcluir"Alexandra Alpha feleceu a 14 de novembro de 1976. Além duma comunicação sobre Identité Sociale et Marketing, publicada nas actas do II Simpósio Internacional de Publicidade, Lausanne, 1970, deixou um esboço de tradução do Journal of a Voyage to Lisbon, de Fielding, alguns breves apontamentos de leitura e várias notas pessoais gravadas em fita magnética. Desse conjunto, vulgarmente designado por "Papéis de Alexandra Alpha", que se encontra actualmente nos arquivos do 10º cartório notarial de Beja, transcreveu ou adoptou o autor algumas referências incluídas neste romance e disso deixa público reconhecimento ao legal depositário.
J.C.P. (R.I.P.)
Lisboa, fevereiro de 1987
Há muito que me "zanguei" com este Lobo Antunes que, no início, inventou uma nova forma de escrita; agora, acho-o demasiado cheio dele próprio...
ResponderExcluirO mesmo não posso dizer de José Cardoso Pires que, contrariamente a A.L.A., já quase no fim da vida, escreveu um texto sem igual, "De Profundis, Valsa Lenta", sobre a sua experiência de morte, ainda em vida.
Curiosamente, o Prefácio é de um outro Lobo Antunes que considero muito maior, João L. Antunes.
Gosto muito, também, do José Cardoso Pires. Li o "De Profundis - Valsa Lenta" uns dois ou três anos antes de ter tido tb um AVC. Fiquei fascinada, como fascinada fiquei pelo Prefácio de João Lobo Antunes. É tão magnífico o relato da experiência do JCP como a desmontagem do fenómeno, feita por JLA. Gosto da escrita deste último. Por exemplo as Memórias de Nova Iorque. Mas permitam-me - aprecio mais a intensidade do mano ALA. E não é pedantismo! Gosto. Pronto! No Hospital de Santa Maria recomendam a leitura a quem tem um AVC e fica com capacidades que lhe possibilitem ler e interpretar. Já o reli, claro!
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