terça-feira, 18 de maio de 2010

A Crise e o Casamento

A crise, fundamentalmente ela, travou o veto do Presidente da República à lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O Chefe do Estado não escondeu o quanto esta matéria lhe desagrada e que, se seguisse as suas convicções religiosas o diploma seria vetado. "A ética da responsabilidade tem de ser colocada acima das convicções", sublinhou Cavaco Silva.
O Presidente da República quis sobretudo mostrar que o pragmatismo foi a base da decisão.

Cavaco Silva recusou-se a "a contribuir para arrastar o processo" e, desse modo, a "afastar os políticos da resolução dos problemas" que afectam Portugal. E nesta segunda semana, em que o País continua sob fogo cerrado dos mercados, Cavaco sentiu a necessidade de dizer aos portugueses que não se esquece dos "milhares" de desempregados, do "agravamento da situação de pobreza" e do "elevado endividamento externo".

As suas palavras soaram a crítica ao Governo, por ter demorado demasiado tempo a reagir aos sinais de degradação das condições económicas. "No Ano Novo alertei para o momento difícil", recordou cinco meses depois de o ter feito. Lembrou que nessa altura disse que "podíamos caminhar para uma situação explosiva".

Agora, advertiu, "não é tempo de inventar desculpas para adiar a solução dos problemas". Ou seja, dizia que com a promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo o Governo não tem nenhum pretexto para abrir uma nova frente de conflito com Belém, distraindo a atenção dos reais problemas nacionais.

Casamento e Crise, duas palavras que aparecem muitas vezes associadas embora, geralmente, não desta maneira...

2 comentários:

  1. O PR tem razão mas não sei se deva ficar apenas nas palavras.
    Custa-me insistir e repisar na minha evidente posição de critico aceso do Senhor Primeiro Ministro e da sua total e comprovada incapacidade de reagir atempadamente a uma crise interna que se advinhava há mais de um ano !
    Que se agravou com a crise internacional, todos o sabemos.
    Agora dança o tango que bonito !
    E nós dançamos na corda bamba...
    O nosso PR deve dar um valente murro na mesa, terá coragem?

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  2. Galo...
    Já comentámos, algumas vezes, esta personagem...
    Para além do mais, a oportunidade e a diplomacia de esperar pelo final da visita do Papa...

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