Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
Mia Couto
domingo, 9 de maio de 2010
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Abensonhado António Emílio !
ResponderExcluir:-)
"...(o apelido "Mia")...é por causa dos gatos.
Eu era miúdo, tinha dois ou três anos e pensava que era um gato, comia com os gatos.
Os meus pais tinham que me puxar para o lado e dizer-me que eu não era um gato.
E isto ficou.
Eu, lá fora, sou sempre esperado como preto ou como mulher."