domingo, 9 de maio de 2010

A Capa do Dia

Bento XVI, o inventor da 'Água...Bento'!!!
Frederico Gil disputa a final do Estoril Open, afinal Portugal não tem só futebol...
José Penedos (in)formava o filho, e não é essa uma das funções dos Pais?
Reavaliação pode atrasar o TGV até Madrid, então desculpem mas vou de carro...
A pílula uma revolução com 50 anos, ainda bem que não são 70 ( senão, se calhar, eu não estava aqui!).

2 comentários:

  1. Fala Miguel !

    :-)

    A Ponte Bento XVI

    O PÚBLICO de ontem contava tudo: os funcionários do PS na sede do Largo do Rato, em Lisboa, vão ter tolerância de ponto nos dias 11 e 13. Os funcionários da Assembleia da República vão ter tolerância de ponto nos dias 11 e 13. Excepto os que são do PS.
    Os funcionários do PS na AR não vão ter tolerância de ponto nos dias 11 e 13 porque a bancada parlamentar do PS não deixa.

    Mas o que é tolerância de ponto? É tolerar que os católicos se baldem ao emprego para ir ver o Papa? Ou tolera-se que qualquer pessoa não vá trabalhar? Procura-se transmitir a mensagem "Se amanhã não apareceres, compreendo?" Mas que devemos ir, caso nos apeteça? Há tolerância para quem quiser ir trabalhar?

    Ao princípio li tolerância de ponte. Dar férias a uma terça e a uma quinta cria três rios irresistíveis sobre os quais apetece construir uma segunda, uma quarta e uma sexta ponte, permitindo sair do trabalho anteontem, sexta-feira dia 7 e, passando as pontes dos dias 10, 12 e 14, só voltar a trabalhar na segunda-feira, dia 17.

    Será que o Papa aprova este milagre que ofereceu aos portugueses? Ou será uma maneira subtil de mostrar aos nossos amigos gregos que há outras formas, mais tranquilas, de reagir ao descalabro financeiro? Afinal, o tempo é dinheiro e, se não nos podem dar mais dinheiro, então, ao menos, dêem-nos mais tempo.

    Para os funcionários do PS na AR é que é mais chato. E para os desempregados. Sobretudo para os desempregados que não podem ver o Papa à frente.


    Miguel Esteves Cardoso – 09-05-2010

    ResponderExcluir
  2. E fala tu também Vasquette nº2

    :-p

    Saudades de Mrs. Thatcher

    Em Inglaterra os resultados foram assim: conservadores 36,1 por cento dos votos e 306 lugares; trabalhistas 29 por cento dos votos e 258 lugares; liberais-democratas 23 por cento dos votos e 57 lugares; pequenos partidos 11,9 por cento dos votos e 28 lugares. Como é sabido, o sistema eleitoral favorece quem vem à frente e não admira que os liberais-democratas, como invariavelmente tem sucedido, só com menos 6 por cento do que os trabalhistas e menos 10 por cento do que os conservadores tivessem perdido 5 lugares. Mas não há maioria absoluta e Cameron vai ser forçado a governar numa situação instável e precária ou em aliança com os liberais-democratas.Em Inglaterra os resultados foram assim: conservadores 36,1 por cento dos votos e 306 lugares; trabalhistas 29 por cento dos votos e 258 lugares; liberais-democratas 23 por cento dos votos e 57 lugares; pequenos partidos 11,9 por cento dos votos e 28 lugares. Como é sabido, o sistema eleitoral favorece quem vem à frente e não admira que os liberais-democratas, como invariavelmente tem sucedido, só com menos 6 por cento do que os trabalhistas e menos 10 por cento do que os conservadores tivessem perdido 5 lugares. Mas não há maioria absoluta e Cameron vai ser forçado a governar numa situação instável e precária ou em aliança com os liberais-democratas. Resta uma consolação: o "blairismo" ou, se quiserem o New Labour acabou para sempre. E um triste triunfo: a putativa coligação dos trabalhistas com os liberais-democratas, também ela, ficou em minoria.

    A derrota de Cameron é um exemplo para a direita. Cameron, um aristocrata casado com uma aristocrata, achou que precisava de se tornar a perfeita imagem do "politicamente correcto". Não sei se o eleitorado em geral lhe agradeceu. Sei que uma parte importante do Partido Conservador o rejeitou. Depois de anos de multiculturalismo, imposto por lei e à má cara; depois de anos de expansão do Estado e da burocracia; depois de anos de subserviência à política externa americana; o inglês comum esperava o regresso a um pouco de bom senso e de autoridade. Cameron não lhe prometia nada disso. O que lhe prometia era um compromisso com a horrível sociedade de Blair. E começou, fatalmente, a passar por fraco.

    A fraqueza não é uma recomendação. A extraordinária percentagem (quase 12 por cento) dos pequenos partidos é em grande parte a gente, que, detestando o Labour, não se convenceu com a suavidade de Cameron. A tentativa de se "popularizar" acabou por afastar dele o velho conservadorismo, mas principalmente repeliu o "povo", que ao princípio o seguira. Pior ainda: na Escócia, que a Inglaterra sustenta, os conservadores ganharam um único lugar. Aí a cultura do subsídio e o nacionalismo local arrasaram Cameron. Agora, da grande esperança ficou a impotência. E será provavelmente a direita a pagar a monstruosa dívida que Blair e Brown acumularam desde 1997 com a sua insuportável virtude e a sua imensa hipocrisia. Faltou anteontem mrs. Thatcher para pôr a casa em ordem.



    Vasco Pulido Valente – 09-05-2010

    ResponderExcluir