domingo, 9 de agosto de 2009

"Quando eu cheguei lá acima, o Céu inda estava fechado e eu perguntei a uma velhota que estava a vender castanhas à porta do Céu..."

Era assim que podia começar um dos inimitáveis monólogos com que o nosso Solnado nos fez rir, sorrir e pensar.
Muito antes da febre da stand up comedy já ele a praticava com uma inteligência aliada a muita timidez e ternura, o que originava uma mistura única.
Bastava ele entrar, sentar-se numa qualquer cadeira, abanar as curtas pernas e dizer, na sua forma meio gaguejada: "Podió chamá-lo...?"e logo toda a plateia se desmanchava em ondas de riso e boa disposição.
Mas, não se pode reduzir o Raul Solnado aos seus monólogos. Existe, ainda, o Solnado do Zip Zip, formando uma trilogia com o Carlos Cruz e o Fialho Gouveia, e criando um dos mais importantes programas da Televisão portuguesa, o Solnado do Teatro, o Solnado do concurso ""A Cornélia", o Solnado criador do Teatro Villaret, o Solnado do Cinema, com algumas excelentes criações, o Solnado fundador da Casa do Artista, etc, etc...
Para quem gostar de biografias mais convencionais aqui fica a sua.
Raul Augusto de Almeida Solnado nasceu em Lisboa a 19 de Outubro de 1929.
Entrou no mundo do teatro em 1947, enquanto actor amador, no Grupo Dramático da Sociedade de Instrução Guilherme Cossul.
Mais tarde, em 1952, profissionalizou-se e começou a construir uma carreira como artista de variedades e teatral, não pondo de lado a sua via humorística na rádio e na música.
Em 1960 adapta para português um sketch do espanhol Miguel Gila - "A Guerra de 1908" - e, em Outubro de 1961, interpreta-o na revista "Bate o Pé", no Teatro Maria Vitória.
A edição em disco deste texto, juntamente com outro muito popular - "A história da minha vida", bate todos os recordes de vendas.
A sua passagem pela televisão ficou marcada pelos programas "Zip Zip", "A Visita da Cornélia" ou ainda "O Resto São Cantigas".
A RTP preparava o regresso do actor e humorista à televisão, num programa ao lado de Bruno Nogueira, sobre 50 anos de humor em Portugal.
Pelo seu contributo, Raul Solnado recebeu, a 10 de Junho de 2004, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Até à sua morte foi director da Casa do Artista, em Lisboa, instituição que fundou em 1999 juntamente com outros actores.

Ao "Galo"só resta terminar com uma frase do próprio Raul Solnado.
"...Existem dois tipos de discursos, os curtos - Obrigado- e os compridos - Muito obrigado !"
Muito Obrigado, Raúl !!!

2 comentários:

  1. Outra frase que fica"Façam o favor de ser FELIZES"

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  2. "Deixa cá ver Alfredo, deixa cá ver Alfredo..."

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