“O senhor procurador-geral da República, que ouviu todas as escutas, afirmou, primeiro, que não havia nenhuma referência nessas conversas a isso, e segundo que nas minhas conversas com Armando Vara, nunca o negócio da PT com a Prisa foi referido”, afirmou ontem o PM em entrevista a Miguel Sousa Tavares.
No primeiro programa Sinais de Fogo, da Sic, José Sócrates repetiu por diversas vezes “aquilo que disse desde o primeiro dia na Assembleia da República: nunca dei orientações, nem nunca fui informado sobre esse negócio” da intenção de compra da TVI pela PT. Confrontado pelo jornalista com o teor de algumas escutas que têm sido publicadas, onde o seu nome aparece explicitamente envolvido nesse negócio, arguiu que “se alguém invocou o meu nome, invocou-o incorrectamente”. “Nunca falei com nenhum administrador” sobre esse caso, insistiu.
Mais tarde, questionado sobre nunca quis o fim do Jornal Nacional de Manuela Moura Guedes e a demissão de José Eduardo Moniz da TVI, Sócrates recusou responder directamente. Preferiu voltar a afirmar que “aquilo era política disfarçada de jornalismo com o objectivo de destruir” a sua imagem, e recusou responder quando questionado segunda vez. “O que digo é que não tenho nada a ver com o fim do Jornal de Sexta”, afirmou.
Miguel Sousa Tavares introduziu o processo Face Oculta perguntando a José Sócrates sobre se tinha havido alguma contrapartida entre o apoio dado por Luís Figo ao PS nas últimas legislativas e o contrato de imagem assinado pelo ex-futebolista com a empresa Tagusparque. “Ignonímia”, “infâmia”, respondeu o primeiro-ministro, sinalizando que a aproximação entre o PS e Figo começou com uma entrevista que este deu ao Diário Económico “em Junho, em que elogiava o Governo”.
No entanto, de acordo com a edição electrónica do DE, esta entrevista data de 7 de Agosto do ano passado, quase dois meses depois da altura em que Rui Pedro Soares afirmou ao PÚBLICO ter acordado com Figo a celebração de um contrato de imagem com a Tagusparque. “Não houve nenhuma relação” entre o apoio de Figo e este contrato, frisou várias vezes José Sócrates, acrescentando que “não sabia desse contrato”.
Ao longo da entrevista, José Sócrates conduziu sempre as suas respostas para o ataque às violações do segredo de justiça, aproveitando para atacar “aqueles políticos que, em vez de condenarem estes crimes, o que fazem é aproveitar-se deles para melhor atacar os seus adversários políticos”. E recusou estar fragilizado pela sucessão de casos em que tem sido envolvido: “Não estou a usurpar o lugar de ninguém: estou aqui porque fui a votos e fui eleito pelos portugueses”, frisou.
Aguardam-se os próximos capítulos desta, e de outras novelas, num qualquer televisor, perto de si...
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
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Nada disto é estranho nesta estranha personalidade !
ResponderExcluirTenho a certeza de que daqui a alguns anos quando olharmos para este periodo da governação, iremos ficar admirados com a passividade de todos nós perante o desatino que predomina nos responsáveis politicos.
O País vai mal, o caminho é dificil mas a lama que o cobre excede tudo aquilo que a minha imaginação alguma vez recriou.
E mais não se diz para manter o nivel do comentário.
"Sinais de Fogo", uma designação perfeita para este novo programa de pontos de vista e entrevistas, de MST.
ResponderExcluirQuantos mais sinais de fumo irão sair desta chaminé?!