Mas, só até ter aberto a boca.
"Doutor, as paredes da minha casa estão a mover-se e a fazer com que as divisões fiquem cada vez mais pequenas".
Na vez seguinte, já lhe achei um ar mais paranóico e desvairado.
"Doutor, tem que ir ver a minha casa. A sala, onde já dei festas para 50 pessoas, está mais pequena que este seu gabinete".
Durante mais de um mês, em todas as consultas semanais em que o via, ouvi-lhe as queixas da redução do quarto para uma espécie de canil, da grande cozinha transformada em kitchinette, da sala num hall de entrada.
"Doutor, já durmo todo encolhido. Qualquer dia, nem vou conseguir passar pela porta."
Comecei a ficar preocupado e resolvi fazer-lhe uma visita surpresa.
Olhei à volta, nada.
Quando me ia a retirar, reparei numa pequena caixa, que me pareceu de fósforos.
Com a mania que tenho da limpeza, apanhei-a e deitei-a no contentor do lixo.
Será que a caixa...?
Nota do"Galo":
Este pequeno texto foi totalmente inspirado
pelas magníficas ilustrações de Brian Biedul
Realmente, o problema começa, quando eles/elas 'abrem a boca, começa também a desanimação...
ResponderExcluirEnquanto estão caladinhos/as, nosotros podemos sempre refugiarmo-nos na ilusão de que são só belos/as.
(lol ! )
Quer o texto, quer as "ilustrações" são absolutamente geniais, monte de parabéns !!
Que bela maneira de começar o dia!
ResponderExcluirThanks J.!
Já estava precisar deste empurrãzinho ; )
Belo post. Já vi que hoje estamos em grande...
ResponderExcluirNão sei do que gostei mais.
ResponderExcluirSe das extraordinárias imagens , se do aproveitamento, aparentemente, simples e da concisão do texto.
Estou de luto pela Deo. Gostei dos músculos.
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