domingo, 22 de novembro de 2009

A Escola e os Ciganos - Vasco Pulido Valente

Embora tenha sido publicada há já algum tempo,
penso que esta crónica de VPV
é suficientemente importante
para que a reproduzamos aqui.
Espero que clicando sobre a mesma,
uma, duas vezes,
a consigam ler e digam da vossa justiça...

6 comentários:

  1. Pois eu consegui ler, a Vasquette é ótimo a defender causas que não lhe tocam de perto, e claro, tem toda a razão, deste mundo até Plutão.

    A única coisa que se me escapa é a contribuição dele para a nossa felicidade, tenho a impressão que ele até conseguiu ser sec. ( ou sub-sec. ?) da Cóltura e tudo, e não me lembro de uma só coisa que se me (e a vosotros) tenha sido por ele acrescentado, mas provávelmente o defeito é meu.

    Já agora, também tenho a ideia, mais que provávelmente defeituosa, que ele tanto era capax de escrever isto, como o contrário, ou talvez something in between.

    Boa continuidade no século XIX tuga...

    :-(

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  2. Conheço o caso. Mais uma vez estamos perante uma comunicação social que usa a informação conforme lhe convém. E hoje não me apetece dissertar sobre o assunto. Mas também não é necessário, pois não?

    Sobre os ciganos e a educação, muito se poderia dizer. Cada caso é um caso e neste, desde que tenha sido envolvida a família, parece-me uma resposta de discriminação positiva, com a qual concordo. Qual é a alternativa? Que deixem a escola?

    Numa coisa concordo com VPV, o nosso sistema educativo deveria promover muito mais medidas de educação diferenciada e inclusiva. Para todos. Aliás, não deveria ele fazer outra coisa.

    E a seguir subscrevo o que o Alvega escreveu... Escapa-me este súbito interesse do VPV por estas causas. E desconfio...

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  3. A única pessoa de que eu me lembro que tentou fazer alguma coisa pelos ciganos quando eles precisaram (fora uma(s) tipa(s) do ISCSTE que escreveram um livro ou uma tese de doutoramento sobre eles) foi o Pedro Bacelar, quando era gov. civil ou algo parecido lá para cima.

    Mas nem sei por onde ele anda hoydia, lá fora ??

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  4. La Payita, tenho sentimentos divididos em relação à "discriminação positiva", e não sou só eu, uma boa parte dos americanos que a inventaram também...

    (a 'coisa' não vem do tempo dos Kennedys ou assim ?)

    Mas realmente, qual é a alternativa ??
    Excelente pergunta.

    :-(

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  5. De quando vem a "coisa" não sei... O que sei é de pequenas experiências, aqui e ali, com as comunidades ciganas e que têm dado frutos.

    Não sou pela segregação. Muito pelo contrário. Com uma cigana aprendi a expressão "Misturem-se! Vão ver que não dói!". E não dói mesmo!

    Mas a verdade é que a escola e a educação são instrumentos privilegiados dos sistemas democráticos para a transmissão de valores, de competências para o emprego e da construção de conciências críticas. Depois tudo depende da forma como os ditos sistemas usam a educação, evidentemente...

    Arredar os ciganos (e poderíamos estar a falar de outros grupos culturais, sociais, de género,...) do sistema educativo é um erro, que se paga a longo prazo. Com ciclos de gerações dependentes de subsídios (que tanto criticamos), sem acesso ao emprego, fechados para dentro.

    Adaptar a escola às pessoas, abandonar os currículos alternativos, os espaços de educação não-formal, é condenar uma sociedade ao fracasso, é hipotecar o futuro de um País.

    Quando foram para a escola, consequência das imposições do RMG, as crianças ciganas conviveram com outras crianças. E, mais importante, as outras perderam o medo do cigano.

    Hoje continuamos a assistir a um absentismo precoce, que não é desejável. Devido muitas vezes a questões de tradição dos ciganos. por isso, surgem estas respostas de discriminação positiva, que tantas vezes nos chocam. Mas o que é certo é que lá estão eles na escola.

    Os resultados destas pequenas acções só serão visíveis nas gerações seguintes. E é a nossa impaciência muitas vezes que nos corta os passos para um mundo global, multicultural e inclusivo.

    Incluir não é termos todos as mesmas ideias.É haver espaço para as ideias de todos.

    E, caro Alvega, se se sente dividido, isso para mim é bom sinal. É sinal de que pensa no assunto.O que será mais do que a maioria faz.

    E outra pergunta. Como era a educação no tempo do Salazar? E para quem? As mudanças que aconteceram após o 25 de Abril, quando se começaram a notar? (refiro-me a questões de género e do seu acesso generalizado, porque este assunto teria pano para mangas!!!)

    Ena pá!!! Já me estiquei... Calo-me aqui! :S

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  6. Oops...!

    Há aqui alguém que tem cabeça e a usa, excelente "comment" La Payita !!

    A "escola", tal como foi pensada nas "democracias ocidentais", e se calhar também nas orientais, não serve só para 'educar'/transmitir conhecimentos, é suposta também ser um meio/veículo/instrumento de igualização/valorização/promoção social.


    O que eu quero significar com este paleio estúpido é que qualquer gajo/a que a frequente e a aproveite melhora as suas chances de subir na vida, cigano ou não.

    :-)

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