No outro dia, o Pedro Miguel P. ironizou
acerca do número de Amigas que tenho.
De seguida, a Contessa reforçou essa ideia,
dizendo que realmente Amigos, homens,
não faz o meu género.
É verdade que gosto bastante mais
de Mulheres do que de Homens.
E sem piadas brejeiras, please...
Prefiro a sensibilidade feminina, uma boa converseta acerca de um Filme ou de uma Viagem, de um Livro ou da última Música que vai ser para a Vida e que depois dura quinze dias, daquela Paixão avassaladora, dos Ódios de estimação, do Gato, do Cão ou do Canário, das Angústia, Dúvidas e Esperanças.
E também de Política, Educação ou Saúde.
Previlegío isso, sem margem de dúvida, a discutir quantos cavalos tem o Porsche último modelo, acabado de sair, quais as aquisições do Sporting/Benfica/Porto para a próxima época, os Vinhos ou Charutos que estão na moda, os gadgets mais modernaços, as Gravatas de seda italianas ou os Whiskies escoceses, a Bolsa e as desgraças provocadas, as promoções profissionais, as evoluções no Ténis ou no Golf.
E as Gajas, claro está...
Esse último tema até me poderia agradar, mas não da forma como, no geral, é tratado.
E depois, nunca fui do tipo "...este Domingo vamos todos ao Futebol", "Alinhas numas bejécas?",
" Vamos até ao Gallery ou ao Elefante Branco?","Queres experimentar a minha bomba?".
Claro que estou a cair em estereotipos e que nem todos os Homens são assim.
As Mulheres não são as donas da Sensibilidade e da Emoção e os Homens uns primitivos boçais.
E também não é verdade, embora seja politicamente correcto pensar isso, que só aos Homossexuais interesse a Decoração, as Artes ou a Culinária e os pobres dos Hetero fiquem confinados no gueto dos Futebóis, Caça, Pesca e Touradas.
Ah, e dos Jornais Desportivos, claro.
E é para repor a verdade dos factos, que resolvi escrever este post.
Durante toda a minha Vida, tive alguns bons Amigos, Homens.
Superados largamente em Número, e por vezes em Qualidade,
pelas Amigas femininas mas, nem por isso, menos importantes.
Muitos deles durante três, cinco, dez anos tiveram um forte papel no meu quotidiano e, depois, mudanças geográficas, profissionais ou, simplesmente, de humores,
afastaram-nos física, mas não emocionalmente.
Não quero ir aos tempo de Escola, com o Caeiro e o Pinho a serem os dois outros vértices do triângulo inseparável que formávamos, mas avançando para os finais da Adolescência, as primeiras noitadas , até às 5 da manhã, frente a um chouriço à bombeiro, acompanhado por um avinagrado vinho verde e tendo, como música de fundo, o Brel ou a Baez, em que o Carlos e eu discutíamos se deviamos salvar o Mundo no dia seguinte de manhã ou se poderíamos deixar isso para depois do almoço, terão sempre um lugar na minha memória.
Os quatro anos compartilhados com o António, na tropa, passando pela instrução, as duas viagens para e de NampuLa, by boat, os dois anos africanos e as posteriores experiências conjuntas em projectos na Rádio e Televisão, são marcos significativos da minha evolução como Homem, e, mais importante, como Pessoa.
O período brasileiro, com os loucos três anos cariocas, não teriam sido iguais sem o Zé Manel e os seus constantes fins-de-semana passados no Rio, em minha casa.
Quase vinte anos de Publicidade, e não só, em que o Jorge foi cúmplice e companheiro diário, deixaram raízes que, pesem as distâncias, formataram o que sou hoje.
O Patrício, e a sua exuberância tropical, guerrilheiro de esquerda, da luta armada e da paz amada, signifique isso o que quer que seja, e que vou encontrando nos destinos menos prováveis.
E depois o Zé, Primo e Amigo, Amigo e Primo, Pino e Lino, que tem percorrido toda a minha Vida como um cais onde me posso abrigar, como uma âncora que me prende a um Passado que, muitas vezes, gosto de esquecer.
Todos eles, e alguns outros que deixo na sombra, foram prioritários para muitos dos bons momentos, de gargalhada fácil, de camaradagem, de infantilidade e loucura que para uma Mulher seriam prova da nossa Imaturidade.
E é tão bom ser Imaturo, às vezes...
Agora que os juntei, vejo que todos eles, de perfis, idades ,
formações e experiências tão díspares têm um ponto em comum.
Todos eles são, foram, Hommes à Femmes.
Apaixonados, muitas, e boas, vezes pelas Mulheres. Pela Mulher.
Reposta a Justiça, aqui fica a minha Homenagem. E o meu Obrigado
caindo na armadilha e numa fraca re(x)posta:
ResponderExcluirgrato sou eu. foi,é e será, um gosto ser teu satélite...
long live the "galo"!
olha só o sentimentalão que tu me saíste... ;-p
ResponderExcluir(cumprimentos ao j.n. e ao j.v.s.)
;-)
Tarnhelm, sem cair no sentimentalismo de que o alvega me acusa, tu não és, nem nunca foste, satélite de ninguém...
ResponderExcluirAlvega,alvega..lá longe,no abrigo do teu bunker mas sempre atento e sem deixar escapar pitada.Se não soltarmos os Sentimentos ficamos pobres,pobres...
ResponderExcluirPorque será que três destes Homens (foram) são tão importantes na minha Vida?!
ResponderExcluirgº., ficamos sim,eu estava a entrar contigo.
ResponderExcluir(e o meu "bunker" fica a voo de passaro do bunker daquele tipo que a c.f.a. entrevista volta não volta...)
cº., eis uma explicação possível... ;-p
http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/87191/
Uma ajuda para os mais preguiçosos...
ResponderExcluirPor Que Será
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho / Carlinhos Vergueiro
Por que será
Que eu ando triste por te adorar?
Por que será
Que a vida insiste em se mostrar
Mais distraída dentro de um bar
Por que será?
Por que será
Que o nosso assunto já se acabou?
Por que será
Que o que era junto se separou
E o que era muito se definhou
Por que será?
Eu, quantas vezes
Me sento à mesa de algum lugar
Falando coisas só por falar
Adiando a hora de te encontrar
É muito triste
Quando se sente tudo morrer
E ainda existe o amor
Que mente para esconder
Que o amor presente
Não tem mais nada para dizer
Por que será?
Memória de lhe tirar o chapéu. O "Galo" em versão sentimental para terminar homenageando os amigos de sempre e em particular...a mulher no seu dia mundial. Se bem que todos os dias são dias da mulher.
ResponderExcluirEste Galo nunca foi Pinto, mas cada vez tem as penas mais coloridas e atraentes.
ResponderExcluirMulherame, segurem vossos homens porque afinal a Contessa traça todos...
ResponderExcluirFoi bonito ver essa revisão de amizades, embora haja sempre alguém a querer por-se em bicos dos pés.
ResponderExcluirTenho cá para mim que quando toca a Amigos (Homens ou Mulheres)não interessa quantos são, mas sim que o são...que aceitam tal e qual, que gostam incondicionalmente!
ResponderExcluirContrariamente aos conhecidos e às amizades coloridas, em que aí a quantidade já pode assumir uma importância significativa :-)
Amigos vários de longa data, importantes em vários momentos das andanças da vida de um Homem de sorte, por isso mesmo.
Notei um tom um pouco angustiado, ou talvez nostálgico...há vivências datadas e que não se repetem.
j'aime les hommes a femmes
ResponderExcluirE é bom que não se repitam,Guidinha,para que a imagem a cores,odores e sabores,não reapareça mais esbatida e com um ligeiro sabor a ranço.Nem angústia, nem nostalgia...desta vez não estou de acordo contigo.
ResponderExcluirE então nós, mais os nossos floretes, nem tivemos direito sequer a uma nota de rodapé?
ResponderExcluirSapho...
ResponderExcluirVocê teve graça!
E eu, pelo meu lado, "pelo-me" por uma boa gargalhada...
Continue!
E vocês, Mosquiteiros, não se queixem, que já chegaram depois!!!
Só quem nunca foi um dia,com meia dúzia de amigos à séria, para o futebol/caça/pesca/"bejécas"/gatas é que não dá valor a um momento desses só entre homens, sem ser preciso estar a fazer de sensível,moderno ou educado,como as mulheres gostam e exigem.
ResponderExcluirSe nunca experimentou,João, ainda está a tempo...
Os fins de semana no Rio ao sabor de uma pequena quadra, reinventada:
ResponderExcluirAcontece que tenho adoração pelas mulheres,
sou delas
não lhes resisto,prostitutas, donzelas, é uma procissão de velas
comigo a fazer de Cristo !
Ai que saudades e mais não revelo por enquanto!
É o silencio conspirativo dos amigos...
Zé Manel...
ResponderExcluirBenvindo, Cristo, mas não na procissão das velas...
Quem será o tal de Zé Manel? Mais um safado pela certa...
ResponderExcluirTenho fama Sapho, algum proveito também mas o que conta realmente são as amizades que ficam com eles e com elas, algumas dos tempos inesqueciveis no Brasil mas por cá igualmente.
ResponderExcluirO Galo de Barcelos é uma dessas amizades e pode testemunhar em minha defesa...