Para muitos a Aristocracia vem do Berço. Vem do Sangue. Basta olharmos a Isabelinha de Palmela ou o expoente máximo D.Duarte Pio, para percebermos que não é bem assim... Para outros, o habitat natural para o desenvolvimento da Aristocracia é a Linha de Cascais, a Foz ou a Lapa, para mencionarmos só endereços nacionais. Para uns terceiros, finalmente, tem a ver com a sonoridade de certos apelidos, de preferência com duplicação de consoantes. Neste pequeno vídeo, demasiado pequeno, que a Quimera nos enviou, vamos ter oportunidade de ouvir o Orlando Matumbeza que constói instrumentos musicais como quem faz um berço, com madeira e amor, sabendo que dali vai nascer Vida; vamos olhar a beleza serena da Josephine ou da Mireille Ikina dizerem-nos "...la Musique, ça me donne de la force..." ou "...aprés prier, je chante...",com a dignidade de ancestrais sacerdotizas; vamos acompanhar os novos vôos de Armand Diangienga, antigo piloto comercial, no desemprego, que comanda agora este avião com dezenas de tripulantes e, cada vez mais, passageiros; enquanto cortarmos o cabelo vamos deliciar-nos com o riso amplo do nosso figaro, Moise Niandu e vamos sentirmo-nos prespassar por toda a peça a beleza física e moral, a dignidade presente por detrás de simples roupagens de capulana, nas vendedoras ambulantes de comida, no colorido básico mas festivo das casas.
E depois, vamos sentarmo-nos e ouvir a Orquestra Sinfónica de Kinshasa. Escutarmos os primeiros acordes e aspirarmos o cheiro da manga madura, deixarmos que as vozes das cantoras se misturem com os risos dos miúdos a jogar à bola, lá fora, ouvirmos o som da chuva tropical, forte e impetuosa, marcar o ritmo dos instrumentos de percussão. Vamos sentir o que é a verdadeira Aristocracia. A Aristocracia dos Sentimentos. A Emoção à Flor da Pele.
Este foi um dos momentos que mais me sensibilizou desde que sou visita habitual deste blog.Excelente vídeo,trabalho meritório e só inesperado para quem não sabe o que as massas populares são capazes de construir. Muito oportuna a selecção feita pela Quimera e o texto que acompanha sublinha a contento toda a emoção inerente.Parabéns a todos os intervinientes.
ResponderExcluirFizeram-me vir as lágriamas aos olhos.Espectacular!
ResponderExcluirO que esta Aristrocacia dos Sentimentos poderia fazer pelo bem estar da Raça Humana, se fosse escutada e entendida...
ResponderExcluirExcelente vídeo, Quimera!
Excelente texto, João!
Se o espírito de Carl Orff andar por aí, terá ganho alguma Vida com esta magnífica interpretação da profanidade destas suas
"Carmina Burana".
Parabéns Quimera/Galo por este excelente momento.
ResponderExcluirExcelente momento. O texto e a grandiosidade do som e das imagens. O "Galo" em grande.
ResponderExcluirÓ Fortuna...
ResponderExcluirÓ Sorte...
Ó Destino...
A Aristocracia vem de dentro, da alma!
Aqui nota-se! Há aura!!!
Belo momento. Obrigada!