Feeling Estranho

Era um Feeling Estranho,
de origem teutónica,
que talvez por deslize
do curandeiro da capital,
tinha sido enviado
para aquela cidade,
que a história celebrava
por causa dos jardins suspensos.
Babilónia, do tempo dos Assírios e dos Caldeus
e o Feeling Estranho de origem teutónica
que até andava interessado nas notícias que lhe vinham do Iraque,
dos Xiitas e dos Sunitas e de toda aquela confusão
que provocava feelings de várias cores, tamanhos, cheiros e feitios.
E agora o Feeling Estranho de origem teutónica
via-se perdido naquela babilónica Babilónia do tempo dos caldeus.
E o Feeling Estranho sentia-se cada vez mais estranho... e pensou
“Tenho que encontrar uma bola de cristal, para ver se através dela
chego ao curandeiro da capital."
E assim pensando, o Feeling Estranho de origem teutónica,
foi passando por Assírios e Caldeus
e em todos foi deixando a sua marca, a estranheza.
E os Assírios e os Caldeus diziam uns para os outros
nas suas línguas bárbaras que sentiam um??? Estranho,
que não sabiam o que era nem percebiam nada do que sentiam,
melhor, ou pior, sentiam mas não sentiam que sentiam.
Sentimento perfeitamente compreensível porque lhes tinha
sido deixado por um Feeling Estranho de origem teutónica
que só falava alemão e que portanto deixava a sua marca
de estranheza nessa língua então inexistente no mundo dos Assírios
e dos Caldeus na cidade de Babilónia dos jardins suspensos.
E um feeling estranho de origem teutónica foi estendendo
a sua estranheza alemã pelas margens do Tigre e do Eufrates...
até que viu na Casbah (mas na Babilónia havia Casbah?!)
um homem que lia um jornal.
Que feeling estranho que eu estou a ter, pensou o Feeling Estranho
de origem teutónica, Babilónia, Assírios, Caldeus, Jornais, Casbah... e a bola de cristal?
Decididamente, pensou o Feeling Estranho de origem teutónica,
estou a sentir um feeling estranho – e perdeu-se dentro de si,
estranhamente, em feelings...estranhos.

Contos do Feeling Estranho