de cá estar e que numa próxima cena explicaria o porquê!
Hoje dou um exemplo.
Ontem tinha que ir visitar um terreno com 10,000 hectares
(sim do tamanho de 10,000 campos de futebol)
na companhia de 2 agrónomos sul- africanos
que irão estudar a sua viabilidade agro-pecuária.
O programa do costume: levantar às quatro da manhã,
partir às cinco, fazer a estrada do Cacuaco,
20 quilómetros que demoram uma hora e meia a percorrer
e mais uma hora para os restantes 50.
Julgava que tínhamos apoio local,
mas afinal era uma angolano de Luanda que tinha menos
apetência do que os sul-africanos para se aventurar no mato!
Primeiro porque tinha chovido na véspera
e (se calhar, segundo ele) a picada estaria intransitável.
Com a minha insistência, lá sugeriu uma alternativa
que consistia em atravessar o rio Dande
e depois ir a pé até ao terreno.
Julgava ele que eu não iria aceitar! Enganou-se!
Como podem ver pelas fotografias anexas foi uma aventura:
atravessar o rio numa canoa manobrada por uma rapariga
com uma mestria e destreza fantásticas
e sobretudo uma força de braços que nem imaginam.
Depois uma caminhada e tanto até chegar à beira do terreno,
passando por uma aldeia chamada Quissari.
Claro que com esta caminhada apenas pudemos ver uma
das extremas do terreno, ficando por observar tudo o resto.
Regressámos pelos mesmos meios, com mais uma travessia de canoa.
Um dos sul-africanos até perguntou, baixinho, se não havia crocodilos!
(o que é sinónimo de alguma ignorância por parte de um agrónomo,
os crocodilos não gostam de águas com corrente forte).
Julgo que era mais um receiozinho de molhar o telemóvel última geração
A história não fica por aqui, porque, para aqueles que me conhecem melhor sabem quanto eu gosto de trilhar pelo desconhecido. E foi assim que sozinho (com os sul-africanos e o motorista ao lado) fomos pela tal picada (50 kms.) que afinal estava razoavelmente transitável, conseguimos observar o terreno todo e, sobretudo, apreciar a rudeza da paisagem, com uma beleza própira desta altura das chuvas. E claro que me diverti imenso com a condução nos trilhos desta picada.
Angola, terras ricas que os angolanos ainda não sabem ou não querem ou não podem....aproveitar.
ResponderExcluirÉ pena mas que saibam receber o apoio de quem bem os conhece !
Para bom entendedor...
Todos os meses vou a Luanda mas nunca tive oportunidade de conhecer essa Angola de que fala no seu post.
ResponderExcluirEspero um dia ter uma permanencia maior que me permita explorar essa parte, porque da cidade já estou mais que farto.
Resisto a Angola, mas a sua narrativa agradou-me muito.
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