segunda-feira, 27 de abril de 2009

Marc Chagall, o Pintor Poeta

Pintor, gravador e vitralista bielorusso, mais tarde nacionalizado
francês, Marc Chagall nasceu em Vitebsk, em 1887.
Iniciou-se em pintura no atelier de um retratista local.
Estudou, depois, na Academia de Arte de São Petersburgo
e, de volta à cidade natal, conheceu Bella,
que viria a ser sua mulher, de quem pintou um retrato em 1909.
Retornou a São Petersburgo e de lá seguiu para Paris,
ligando-se a Blaise Cendrars, Max Jacob e Apollinaire
e aos pintores Delaunay, Modigliani e La Fresnay.
Quando explodiu a guerra, Chagall, de volta à Rússia, foi mobilizado,
mas ficou em São Petersburgo. Em 1915 casou-se com Bella.
Durante a Revolução Socialista de 1917, foi nomeado comissário
de Belas-Artes do Governo de Vitebsk.
Fundou uma escola aberta a todas as tendências,
mas ao entrar em conflito com Malevitch, acabou por demitir-se.
Na mesma época, pintou murais para a sala e o foyer
do Teatro Judeu de Moscovo.Depois, Chagall visitou a Palestina e a Síria e publicou Ma vie (Minha vida), autobiografia ilustrada com gravuras que já havia exposto em Berlim.
Realizou, então, uma Grande Retrospectiva, no Kunstmuseum de Basiléia.
A partir de 1935, o clima de guerra e de perseguição aos judeus reflectiu-se na sua pintura, onde os elementos dramáticos,
sociais e religiosos passaram a ter grande importância.






Em 1941, Marc Chagall foi para os Estados Unidos, onde três anos
depois morreria Bella Chagall, causando-lhe grande depressão.
Mergulhou de novo no mundo das evocações e concluiu
o quadro "Autour d'elle" ("Em torno dela", Musée National d'Art
Moderne, Paris), que se tornou uma síntese de toda a sua temática.
Com o final da 2ª Grande Guerra, viria a pintar grandes telas de
fundo e cenários para o balett "O Pássaro de Fogo", de Stravinski.












Regressou definitivamente a França, em 1947.
Poucos anos depois, criou vitrais para a sinagoga
da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Os vitrais para a Catedral de Metz, dos muitos
que criou a seguir, datam de 1958.
Chagall esteve várias vezes em Israel nessa época,
realizando várias obras por encomenda.



























Em França e nos Estados Unidos, além de vitrais, realizou mosaicos, cerâmicas, murais e projectos de tapeçaria.
Em 1973, foi inaugurado, em Nice, o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall.
A seguir, o Governo francês agraciou-o com a Grã-cruz da Legião de Honra.
Reconhecido como um dos maiores pintores do Século XX, com uma vasta obra onde a poesia, os sonhos e a religião estão, muitas vezes , presentes, Marc Chagall morreu em Saint-Paul de Vence,
no sul de França, em 28 de Março de 1985.
O "Galo" ao recomeçar com a PINA Coteca, há muito abandonada,
presta a sua homenagem a este artista que, sempre,
estabeleceu pontes culturais e religiosas entre judeus e católicos,
entre o Leste e o Oeste.

9 comentários:

  1. Passei, ao de leve, por ele nas aulas de História da Arte, há (muitos?) anos...
    Na altura, foi mais um nome para decorar;
    Hoje, este post, deu-me vontade de o conhecer.
    E lá fui eu, wikipedar.
    Fiquei a saber que é do mesmo ano e do mesmo mês do meu preferé - Marcel Duchamp. Bela colheita, a de 1887.
    Vou investigar mais e depois volto.

    ResponderExcluir
  2. Estes banhos de cultura ( e de relembranças) tornam o Galo de Barcelos um caso muito especial no panorama bloguista.Chagal e outra meia duzia de contemporaneos (incluindo os nacionais) fazem parte dos meus "amores".

    ResponderExcluir
  3. Sorry... sempre nunca gostei de Chagall :-(

    ResponderExcluir
  4. É também a mesma "colheita" do nosso Amadeo de Souza-Cardoso que, há uns tempos atrás, levou uma multidão à Gulbenkian, até às cinco da manhã...

    ResponderExcluir
  5. Respeito imenso o gosto dos outros e compreendo que haja sensibilidades e estéticas diferentes, mas, em relação ao Chagall,
    custa-me entender como é se pode "sempre nunca gostar"(?).

    ResponderExcluir
  6. Vou-lhe explicar, PG, os "intelectuais" não podem gostar daquilo de que "toda a gentinha" gosta.E, ainda por cima, tendo nascido na Rússia.

    ResponderExcluir
  7. Margarida Ferreira dos Santos28 de abril de 2009 às 07:58

    Prefiro alguns dos seu contemporâneos como Amadeo, Marcel Duchamp, já aqui referidos, e também Modigliani, Matisse, Diego Rivera.

    ResponderExcluir
  8. PG, gostos e cores... :-)

    Muito mini listinha, e só em tuga:



    Gosto:

    Pedro Cabrita
    Pedro Calapês
    Pedro Casqueiro
    Ana Leonor (Madeira Rodrigues)
    Ana León
    Zé Pedro Croft
    João Rosa Santos
    António Correia
    Julião Sarmento
    Francisco Simões
    Juan Gris



    Desgosto:

    Sérgio Pombo
    Jorge Martins
    Henrique Medina
    José Guimarães
    Salvador Dali

    O que é que eu posso fazer ? :-P

    Gostos e cores...

    ResponderExcluir
  9. MTH, és mesmo tontinha...


    "It is far from simple to show the truth, yet the truth is simple."

    Дзига Вертов, ou se preferires, Dziga Vertov

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Dziga_Vertov

    ResponderExcluir