sexta-feira, 17 de abril de 2009

A Rainha das Novelas Cor-de-Rosa

Talvez se chame snobismo mas acredito que nunca nenhum de nós leu um livro de Corín Tellado, embora António Lobo Antunes tenha afirmado que descobriu a autora aos sete anos de idade. Mas uma coisa é certa, todos conhecíamos, de nome, esta escritora de mais de 4ooo "novelitas ligeiras", que ainda é, nos nossos dias, a autora, de língua espanhola, mais lida, a seguir a Cervantes.Todas as suas novelas tinham final feliz e a única vez em que se aventurou a terminar uma obra deixando o protagonista cego, ao ser chamada à atenção pelo editor habitual, refez o romance, introduziu uma operação milagrosa e ...tudo acabou em bem. Depois da morte de Franco escreveria ainda, com o pseudónimo de Ada Miller ( homengem a Henry Miller ?) 26 novelas eróticas. Desapareceu agora, com 82 anos, mas na nossa memória ficarão sempre as capas "pirosas"com casais embevecidos e títulos como"O Destino manda","Fogo da Paixão" e outros que tal, que quando encontrados em casa das nossas tias solteironas, estas se apressavam a dizer serem das empregadas.

12 comentários:

  1. Apanhadas à surrapa (havia alguns exemplares se a memória não me atraiçoa em casa de uma avó), confesso que cheguei a ler. Por oposição ao meu pai que gostava de me ver a ler Marx aos 14 anos.
    Hoje temos a versão CT nas novelas de TV: "Flor do Mar", "Olhos nos Olhos" e outros títulos igualmente estimulantes...

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  2. Pronto, está tudo explicado...
    Pois eu não tinha nem um único livro em casa mas aos 14 anos já lia Marx.
    E já sei, alguém vai responder:
    Pronto, está tudo explicado...

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  3. Pronto, está tudo explicado...

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  4. 4000 novelitas? q-u-a-t-r-o m-i-l?!?
    E nem um microcontito aqui para o nosso Galito?
    'Tá mal! Não se faz...

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  5. Margarida Ferreira dos Santos17 de abril de 2009 às 07:46

    Ainda nestes dias de Páscoa, altura em que CT morreu, eu e os meus primos relembrámos a altura em que devorávamos todos os livros que nos apareciam, incluindo também algumas destas 4000 novelitas que pairavam por casa da nossa avó.
    Também li o Capital, de Marx, talvez por volta dos 15 e depois mais tarde para assimilar melhor!

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  6. Afinal, contrariamente ao que eu pensava, as "meninas" leram CT o que , pelos exemplos anexos, não lhe fez mal nenhum. Nós, os rapazes, eramos mais Emílio Salgari e Ponson du Terrail com as"novelitas" masculinas do Sandokan e do Lagardére.E também li Marx e Sartre aos quinze anos, o que só me fez bem.

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  7. Eu, do Marx, só Groucho.
    É que, também como ele, "eu nunca faria parte de um clube que me aceitasse como sócio".

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  8. Desculpem.Não faço parte deste grupo de intelectuais. Sou muito Cantinflas e para pintar melhor o quadro...Gil Vicente !!!
    Tomem lá !

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  9. Não acredito que haja algum elemento, pelo menos do sexo feminino, com mais de 35 anos, pertencente à média/alta burguesia que não tenha passado os olhos/lido/decorado uma novela, romance ou, mais tarde, fotonovela da Tellado, que geralmente nos chegavam via avó, tia, cabeleireiro, etc.
    Mas o Cantinflas, o Sartre, o Gil Vicente, o Salgari e o Marx também foram necessários e não nos transformaram nem em ignorantes ,nem em intelectuais.Digo eu...

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  10. Pois eu não conheço nenhum homem da minha geração que tenha tido tais leituras.
    Ou se as teve, não informou os amigos.
    Agora 4ooo novelas é obra...

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  11. Sou novo por aqui mas estou a gostar das prosas que vou lendo neste cativante blog.
    Sem exageros, com alguma picardia à mistura, snobismo quanto baste e mostras de cultura sem exageros.
    Muito bom.
    Voltarei de quando em vez.

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  12. Agora temos um Marau. Tanto homem interessante, tanta mulher deslumbrante e ninguém dá bola pra mim?

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