Maio de 68 produziu boas frases. Relembro esta: "Que os reitores
reitorem, que os polícias policiem
e que os estudantes façam a revolução."
Há um aforismo português, mais curto e menos poético, que diz
o mesmo: cada macaco no seu galho.
Ah, se os nossos investigadores judiciais se limitassem a investigar
judicialmente! Não é por nada, mas se fossem o que são - sendo
aquilo por que lhes pagamos, e só -, seriam muito.
Por exemplo, bastava investigarem judicialmente Pinto da Costa
- isto é, pesquisando e adequando a pesquisa às leis
- e chegavam a uma destas duas situações sem ambiguidades:
ou a investigação a Pinto da Costa levava-o a ser legalmente punido,
ou a investigação a Pinto da Costa reconhecia que não havia
ponta legal por onde lhe pegar.
Chegados a uma ou outra, os investigadores judiciais teriam sido
o que são, investigadores judiciais.
Porém, há um atalho muito comum por cá.
Não havendo ponta legal por onde pegar o investigado (porque
não há ou por o investigador não ter unhas), trama-se uma fuga.
Escutas telefónicas no YouTube, por exemplo.
Mas sendo esta crónica sobre investigadores judiciais,
fujo ao assunto.
Já estou no domínio dos profissionais falhados.
E sobre estes só há isto para dizer: não há pior
do que impotentes com poder.
Ferreira Fernandes in Um ponto é tudo ( Diário de Notícias
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
A grande frase do Maio de 68 é aquela do Fernando "Deus" Afonso a dixer "malta, 'bora lá andar de metro sem pagar os bilhetes, é só saltar por cima dessas coisas giratórias..."
ResponderExcluirÉ claro que há outras, e mais interessantes, mas isso vcs. todos sabem-nas...
:-)
O quê ?
ResponderExcluirInvestigações bem feitas por magistrados ?
Deixa-me rir...no que devo ser acompanhado por alguns homens da Judiciária...