terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ne me quitte pas, Jacques Brel


No final da década de 60, partilhava eu uma casa
na Av.D.Rodrigo da Cunha, com um estudante de Medicina
e outro de Economia.
Os dias eram muitas vezes agitados, mas as noites, dado os hábitos da época, eram longas , até às cinco, seis da manhã, porém bastante tranquilas.
Era então que bebiamos um vinho verde intragável, mas muito barato,"Três Marias", e petiscavamos chouriço assado à bombeiro com pão casqueiro para dar substracto.
Sentavamo-nos, enrolados em cobertores, no grande terraço da casa e lá íamos discutindo a salvação do Mundo e as alunas dos Cursos de Férias, enquanto escutávamos a Joan Baez, o Joe Cocker, o Leo Ferré, o Brassens ou ...e aí fazia-se um silêncio quase religioso, o Jacques Brel.
Belga, nascido em Schaabeek, este cantautor tem-me acompanhado durante toda a minha vida e continuo a ouvir
com a mesma emoção Les burgeois (...sont comme des cochons),
Quand on a que l'amour, Les biches, La valse à mille temps, Au suivant, Les Flamandes, Ne me quitte pas, Les bonbons, J'arrive ou,o incontornável Amsterdam.
Depois, a importância e influência da música francesa foi desaparecendo, substituida pela anglo-
-saxónica mas para este senhor ficou sempre um lugar dans mon coeur.

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