domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Capa do Dia

O comentário de hoje é do Ferreira Fernandes.

"...O que aconteceu ontem é simples de dizer e doloroso: aconteceu uma tragédia a Portugal.
Morreram 32 portugueses. Campos nossos foram arrasados. Pequenas vilas ficaram isoladas.
Uma nossa cidade, por sinal a mais bela cidade de Portugal, foi invadida por lama.
Janelas debruadas como há séculos os portugueses sabem fazer e espalham pelo mundo fora (Lubango, São Luís do Maranhão, Honolulu...) - e quem mais as espalhou foram os filhos desta cidade, e fizeram delas uma marca de Portugal -, janelas dessas, foram afogadas pelas enxurradas.
Nessa nossa cidade de telhados vermelhos, paredes brancas e persianas verdes, ontem era tudo cinzento e castanho, da montanha ao mar.
As torres vigias que em tantas casas se erguem para espreitar o mar, de onde chegavam os corsários e por onde partiam os mais cosmopolitas de nós, surpreenderam-se porque, ontem, o que acontecia vinha do lado contrário.
Esse nosso pedaço de Portugal é pequeno e aos seus rios chama ribeiras, nome dramaticamente irónico, ontem, tal a força das águas revoltas que carregaram automóveis até à baía.
Aquele nosso Portugal tem nome próprio, aqueles nossos portugueses têm um nome particular, uma fala particular, aquela nossa bela cidade tem nome - mas hoje só me apetece dizer o essencial: estou a falar de nós..."

5 comentários:

  1. Tragédia !
    Incompreensivel!
    Há já alguns anos fui à Madeira por razões profissionais e recordo o desconforto que senti por olhar para cima e ver centenas de construções serra acima, algo que não existia quando ali estive em 1965.
    O desenvolvimento urbanistico impermeabilizou milhares de metros quadrados e agora aí está uma das terriveis consequencias, a que se deve juntar a inoperancia dos serviços de meteorologia.
    É claro que o fenómeno ultrapassou tudo o que se pode prever mas os erros de muitos anos ficaram bem à vista com os consequentes dramas, prejuizos e inimagináveis custos presentes e futuros.
    Choremos os mortos, vitimas inocentes e ajudemos os vivos que sofrem com a revolta que os levará a lutar pela reconstrução das suas vidas e dos seus haveres.Mas vencerão !

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  2. Z.M. estive na Madeira umas cinco ou seis vezes, sempre em serviço, e sempre no Funchal (mas arranjei uns diinhas, aluguei um carro e dei a volta àquela ilha toda...)

    Eu ficava sempre naquele hotel tipo lombriga ao lado daquele casino que parece um disco voador .

    Não consigo reconhecer metade do que vejo.

    :-(

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  3. A gente aguenta-se, podemos sofrer mas aguentamo-nos.

    Desde tempos imemoriais, a gente sempre se aguentou.

    :-|

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  4. E a contagem dos mortos já vai em quarenta e dois...

    :-(

    Receio bem que aquele bairrinho na baixa do Funchal que o João Carlos Abreu fez restaurar (ele nasceu ali) também tenha ido à vida,

    :-((

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  5. A Natureza é soberba - no bem e no mal! É implacável e quanto a isso...nada a fazer! Mas será mesmo nada? Fiquei arrepiada ao tomar conhecimento com a falência dos meios meteorológicos na ilha da Madeira. Teremos lá um radar daqui a 2 anos...cujo financiamento está a ser estudado! Certamento perdido nos corredores da burocracia. O radar evitava o sucedido? Certamente que não, mas talvez contribuisse para por a salvo as vidas q se perderam e acautelar meis dúzia de situações. Madeira, ilha magnífica, daqui a meses, se Deus o permitir, estará de volta (pelo menos com algum do seu brilho)! Este povo não se amedronta!

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