Corria o ano de 1960...corria, não, porque, nessa época, os tempos não eram de correrias.
Algures, numa praia situada entre a Costa da Caparica, ou 'de Caparica' como preferem os puristas, e a Trafaria, mais propriamente na Praia da FNAT, actualmente de São João, um grupo de adolescentes, entre os 13 e os 15 anos, descobria as primeiras borbulhas, as primeiras turbulências hormonais e os primeiros amores...de Verão.
Reparem, agora, na imagem acima, uma donzela magricela mas de sorriso radioso ( a menina da seta rosa), filha tardia de um casal da média burguesia, e ( ver o menino da seta azul) um magrelas esquelético, de cabelo espetado e um sorriso pretensamente cool, mas que se assemelhava mais a um esgar, pais separados( a Concordata não permitia o divórcio), com alguns problemas existênciais, que não desapareceram totalmente até aos dias de hoje - estes os protagonistas de uma bela história de Amor, Cumplicidade, Apoio, Afastamento, Aproximação, enfim, Vida e, principalmente, Amizade.
A Natália ( a menina da seta rosa) e o João ( o menino da seta azul) conheceram-se nesse tal ano de 1960, durante a projecção do filme 'King Creole', com Elvis'The King'Presley.
Depois disso, tornaram-se amigos, namoradinhos, tipo Celly Campelo, amigos e cúmplices, namorados do género 'Ne me quitte pas',amigos afastados e reencontrados, amantes do estilo
' L'amour l'après -midi'( ...este texto já estava escrito quando soube da morte do Rohmer!), amigos e sócios, amigos/irmãos, forever friends, amigos para a Vida...
E é esse Século de Amizade ( se cada um de nós é amigo do outro há 50 anos, somos na realidade, amigos há um século, ou, então, a lógica é uma batata!) que eu quero hoje celebrar.
Talvez tenha sido o, hipotético, 75º aniversário do King Presley que me tenha feito vir esta ideia à superfície, talvez tenha sido a importância da presença da Natália na minha vida e, espero eu, melhor dizendo, sei eu, a minha importância na vida dela, que me ditaram estas palavras que aqui ficam gravadas para todo o sempre na blogosfera, mais definitivas do que a Muralha da China, a Pedra da Roseta ou as Pirâmides de Gizé.
...Definitivas, profundas e eternas como a nossa Amizade!
Avancemos para o próximo Século, Natalinha...
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
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Bonita homenagem a uma verdadeira amizade, secular sem duvida e um exemplo para a juventude de hoje !
ResponderExcluirE quem se confessa asim, merece o meu aplauso até porque conhecendo eu os dois personagens há menos de meio século...sei que os sentimentos revelados saiem do mais profundo do coração.
Lindo! e lindos, os dois!João, belos abdos!Natalie, sempre com porte real!
ResponderExcluirA história também é linda, aliás tudo o que contenha cumplicidades é valioso.Avancem lá para o próximo século!
Que linda homenagem! Que carinho bonito. Que amizade!!!
ResponderExcluirAdmiro!
Lembro-me dessa photo !
ResponderExcluirAuguri !
E o Zé V.S. não está lá também ??
Não o reconheço aqui...
:-)
O Zé não fazia parte deste grupo.
ResponderExcluirApareceu só uns anos mais tarde...
Que bonito, a amizade!!! Em qualquer idade, é bonito e existe! O que a juventude de hoje não tem é possibilidade de ter amizades de 50 anos! Portanto, acho que hoje há juventudes destas, sim, e que se enamoram e se tocam e se olham e se transformam em amigos. O que eles não sabem é escrever, mas isso são contas de outros rosários! Parabéns aos amigos em questão (que tenho a honra e sobretudo o prazer de partilhar) e, por extensão, a todos os amigos que exercem a amizade.
ResponderExcluirYey, Fernando, longtime (m)eco beach, no see!
ResponderExcluirAinda estás nos "monumentos" ao pé do templo da deusa da caça ?
Abs,
A.C.
Um grande abraço de parabéns por este belo hino à amizade, ao amor, À VIDA !!!
ResponderExcluirA Amizade tem (quase)todas as vantagens do Amor sem nenhuma das desvantagens.
ResponderExcluirParabéns por esta relação secular.
PS: E já agora, quem é essa Natália? Anda por aqui?
Como de costume - em casos muito diferentes deste... parece que fui a última a saber!
ResponderExcluirO João tinha-me avisado que tinha preparado um texto que iria provocar-me um sorriso nos olhos e uma lágrima no canto da boca...
Tal e qual!
O João conhece-me muito bem, afinal celebramos agora um século de Amizade, mas a reacção foi bastante mais "violenta" do que isso...
Parece que foi ontem que tirámos aquela fotografia, da menina da seta rosa e do menino da seta azul, e já vivemos, juntos, tantas coisas, boas e menos boas, já tivemos tantas discussões, já rimos e chorámos - na verdade, rimos mais do que chorámos... já partilhámos as "clandestinidades" e os segredos um do outro, já criámos, em comum, outras amizades, e assim continuaremos, até ao próximo século, numa "Recherche", não do tempo perdido, mas do tempo vivido, muito bem vivido...
Procurando, sempre juntos, o caminho para a descoberta do Graal, na curiosidade das nossas mentes jovens e no encontro com a perfeição, que nunca vamos atingir...
Obrigada, meu querido Amigo João, não pela nossa Amizade, mas pelas palavras com as quais, aqui, te quiseste expôr!
Profundo. Um hino há amizade, como já foi aqui mencionado. Parabéns.
ResponderExcluirCaríssima PG...
ResponderExcluirEssa Natália anda por aí, sim senhora!
E se ler "O Canto do Galo", ela também anda por lá...
Magnífico testemunho!
Que dizer?
ResponderExcluirParece q estou a imaginar aquela pirâmida de juventude numa outra praia, mais ao Norte!
"O Elogio da Ternura" é o que me apetece chamar a este desabafar fundo, fundo!
Ate essa Amizade com amarras bem fortes, não deixe nunca que qualquer intempérie a perturbe. Além do mais, que bem que a revelou com as suas palavras!