segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

XXIV - O inventor do pára-raios


O tema para a reunião era Benjamim Franklin, segundo me foi indicado pelo Comendador.
Cada um poderia optar por ir vestido à época, ou não, como era o caso da maior parte dos presentes, ou levar qualquer elemento que estivesse relacionado com o personagem.
O meu quase total desconhecimento de dados biográficos, alusivos ao ilustre americano, tinha-me feito ir consultar a Internet.

As primeiras informações foram as seguintes:
“…Benjamin Franklin (Boston, 17 de Janeiro de 1706 — Filadélfia, 17 de Abril de 1790) foi um jornalista, editor, autor, maçom, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor e xadrezista americano.
Foi um dos líderes da Revolução Americana, conhecido pelas suas citações e experiências com a electricidade.
Religioso, calvinista, é ao mesmo tempo uma figura representativa do iluminismo. Correspondeu-se com membros da sociedade lunar e foi eleito membro da Royal Society. Em 1771, Franklin tornou-se o primeiro Postmaster General (ministro dos correios) dos Estados Unidos…”

Eliminando palavras como jornalista, editor, autor, funcionário público, cientista, inventor, religioso, calvinista, filantropo, abolicionista, xadrezista ou ministro dos correios, sobravam maçom, iluminismo ou sociedade lunar…
De todas elas, será a maçonaria, apesar do secretismo que a envolve, a mais conhecida do público, como sendo uma associação universal que cultiva a filantropia, a justiça social e valores como a liberdade, a democracia e a igualdade.
O iluminismo, pelo seu lado, sintetiza diversas tradições filosóficas, sociais, políticas, intelectuais e religiosas, com grandes nomes no seu passado como Voltaire, Rousseau ou Kant.
Por fim, a Sociedade Lunar, inicialmente conhecida como Círculo Lunar, era um clube de discussão e uma sociedade científica, em que os membros se reuniam em períodos de lua cheia, quando a maior luminosidade tornava o regresso a casa mais fácil e seguro, nos tempos em que ainda não existia iluminação pública.

Comum aos três conceitos, tínhamos o sentido de clube mais ou menos secreto, com membros poderosos e com fins, pretensamente, nobres.
Eu inclinava-me mais para a Sociedade Lunar até porque o dia da reunião calhava em cheio numa noite de Lua Cheia, mas com a frieza de raciocínio que lhe era peculiar, a Cristina adiantou que duas noites de lua cheia, no mesmo mês, eram uma raridade, e quase todos os meses, com excepção de Janeiro , iriam ter duas reuniões…

Aí foi a minha vez de brilhar.
Quando existe uma segunda Lua Cheia, num mês em que já houve uma, esta segunda recebe o nome de Blue Moon
Ora, a senha de entrada na reunião onde nos encontrávamos e que o Comendador nos fornecera, fora, precisamente “ Now I’m no longer alone…”um dos versos do refrão da célebre canção celebrizada por Elvis Presley, Frank Sinatra, Bob Dylan, Billie Holiday, Dean Martin e muitos outros intérpretes.

Aliás à nossa chegada ao casarão rosa, elegantemente vestidos e com um papagaio de papel na mão ( a nossa homenagem ao velho Benjamim…) eu não resistira a cantarolar aos dois gigantescos porteiros/seguranças que junto à imponente entrada, nos exigiam a senha ”Blue Moon, now I’m no longer alone...” acrescentando”…without a dream im my heart, without a love of my own”.

O olhar que os dois mastodontes me lançaram, fez-me meter a viola no saco e entrar para a maior aglomeração de gente famosa que alguma vez me fora dado encontrar.

Sem ser, propriamente, famoso, era agora um dos participantes da festa, encontrado, depois de anos sem saber nada dele, há pouco mais de 24 horas, que avançava para mim, de braços abertos.
“ Ó pah, o que é que um gajú como tu fax numa reunião que é uma ganda nóia, uma m#$%&a man? Não devias ter posto cá os butes, moço. Just my friggin’ two cents…”

4 comentários:

  1. ROFL !

    E agora que espetaste com os personagens todos num casarão côr-de-rosa o quéqué que lhes vais fazer ?

    Há sempre a hipótese Vian , i.e. arranja-se uma merdinha de uma bomba antónia com um raio de acção de trois mètres cinquante e depois é 'existencial', recomeça-se tudo de novo.

    :-)

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    Numa notinha de rodapé, aqui fica uma versão antiquiquinha do Blue Moon .

    :-))

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  2. Vamos lá ver o que é que isto tudo vai dar...

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  3. E já agora, recomendo vivamente isto aqui , quando aparecer numa telebisonte perto de si, John Adams e Thomas Jefferson, fabuloso cast and crew, a amizade, a rivalidade, a fundação dos USA, fantástico...

    :-)

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