quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Era uma vez um Playboy

Mini Série de 8 episódios (3/8)
Quando retomei a consciência, olhei à minha volta.
Encontrava-me numa praia imensa e muito limpa, com um mar azul turquesa lá em baixo.

Uma morena, mistura da falsa candura da Johanssen, como o corpo da Bellucci e a sensualidade da Jessica Alba, avança na minha direcção.
Antes de falar, humedece os lábios com uma língua rosada.
"Hi, I'm Gui!" declara ela, com uma voz que faria levantar um morto.
Saúdo-a, erguendo o meu Dry Martini.
Estende, então, a toalha felpuda, sobre uma espreguiçadeira, ao lado
da minha e, em poucos minutos, fico a saber que é a sua primeira
visita a Miami, que mora em Houston, Texas, e que o seu marido,
octogenário e multimilionário, em partes iguais, deverá passar
toda a tarde a jogar golf. Um mundo de promessas...
"My husband is the very well knouwn K.A. the III, you know? Isn't that funny?"diz-me a bomshell, enquanto lhe passo o óleo bronzeador no bem torneado corpo, mantido em forma à base de personal trainers variados, e sabe-se lá o que mais.

É a vez da entrada em cena, de novo clone da minha secretária Cláudia.
Desta feita, veste um maillot vermelho, talvez inspirado no Baywatch, e traz uma bandeja com outro Dry Martini e um Mojito para a minha nova friend.
O olhar incendiário, que me lançou, juntava reprovação, promessas lânguidas e um ciúme feroz. Reconheçamos que é muita coisa para um simples olhar.
Fixei-a, por sobre os óculos Ray-Ban e contemplei-a com o meu mais dardejante sorriso, estratégia utilizada em muitas campanhas internacionais, com objectivos bem definidos e índices de satisfação, sempre muito elevados.

Nesse momento, a gringa soltou um gritinho "Oh, look, my husband!"
Na realidade, vindo do lado onde os edíficios se recortam como skyline em tons pastel, avançava um estranho grupo com intenções que, à primeira vista, não pareciam muito amigáveis.
À frente o tal octogenário, gémeo do meu Administrador Arthur K., mas, também, uma cópia envelhecida do King Arthur da Távola Redonda, o tal famoso milionário K.A. the III, tropeçava na areia, apoiado por dois gorilas King Size que me lembram a dupla desavinda que tinha tentado reconciliar nessa mesma manhã(?) enquanto um ruivo, todo vestido de branco, com o riso sardónico do meu colega da Media a arrepanhar-lhe o rosto, apontava na minha direcção.

Levantei-me, lentamente, tentando manter a compostura.
Gui, para complicar ainda mais a situação, escondera-se atrás de mim com as longas unhas esmaltadas, cravadas nas minhas costas.
A única vantagem era que os seus seios, avantajados e firmes, acrescente-se, pareciam querer entrar por mim a dentro, o que me transmitia uma sensação bem agradável.

A poucos passos de distância, a empregada do bar, sósia da Cláudia, mas que ostentava"Claudette" no dístico preso ao fato de banho, olhava-me irónica com uma expressão que parecia dizer"É bem feito, comigo não tinhas corrido perigo nenhum e ficavas muito mais bem servido."

Estava eu nestas conjecturas, quando o grupo chefiado pelo velho marido enciumado, chegou ao pé de mim.
"Rubirosa, you mothe' fucker, this time I'm going to kill you!"
E, antes que eu encontrase um argumento de venda,
minimamemte plausível,
senti um punho cerrado acertar-me em cheio, em pleno nariz...

Nesse momento, foi como se um meteorito me tivesse caído
em cima, senti um arrepio percorrer-me a espinha,
uma vertigem e...
Francesco Vecchio
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3 comentários:

  1. Este Francesco Vecchio está muito saídinho da casca!
    Porque é que não fica com a Claudette?!
    Está-me cá a parecer que ela ainda o vai tirar de grandes apuros...

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  2. Ummmmm!!!
    Lá tou eu com comichão no nariz...sinal da minha desconfiança sobre a identidade do autor...

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  3. Excelente, sexo e violência (ou promessa/sugestão de ambos) fazem sempre óptimos panos de fundo para mini-séries, acho eu.

    ;-)

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