Mais Importantes da Minha Vida, apercebi-me,
rapidamente, que teria que ser, no mínimo um Top50.
Como isso não seria muito viável neste espaço,
resolvi dividir o tema em vários posts.
A saber- Cine Paraíso (filmes até aos 18 anos );
Cine Clube (filmes de Culto) ;
Chiado Terrace (filmes da idade madura) ;
Blockbuster ( os filmes que não ficam bem em nenhum Top).
Gostava de vos pedir que, nas vossas listas não ponham
o Bergman ou o Manuel de Oliveira
só porque vai ficar bem na fotografia.
Mas que os seleccionem, se, realmente,
são importantes na vossa relação com o Cinema.
Eu, comme d'habitude, exponho-me totalmente...
Este é o primeiro Filme que me lembro de ter visto e que me deixou uma marca indelével.
Foi realizado pelos estúdios Walt Disney, em 1940, mas a sua estreia em Lisboa, no Cinema Tivoli, só ocorreria uns doze anos depois.
Fui vê-lo com uma empregada ( ainda não se tinha entrado no tempo das vacas magras...) e assustei-me imenso com a mistura da animação feérica com a música de Bach, Schubert, Stravinsky, Tchaikovsky ou Beethoven. Ainda hoje não consigo ouvir o Aprendiz de Feiticeiro sem me lembrar da imagem do Mickey e as vassouras desvairadas.
Uma Noite na Ópera (1935) foi o meu contacto inicial com os Irmãos Marx, Groucho, Chico e Harpo, que sob a batuta de Sam Wood, dar-me-iam a conhecer um humor irreverente e, muitas vezes, non sense.
A partir daí nunca mais deixei de ser Marxista, corrente Groucho.
Quando eu era miúdo, mais do que sou agora, podia-se ver todos os tipos de Filmes, desde que acompanhados por um adulto. No meu caso, lá ia eu com a minha Mãe, ver os melodramas da época, em que ela aproveitava para chorar pelas heroínas...e por si própria.
Mas no meio dessa selecção, feita por critérios românticos, acabei por ver Rebeca, de um Hitchcock totalmente desconhecido para mim, com Joan Fontaine e Laurence Olivier ( e uma governanta sinistra que me perseguiu durante semanas) assim como o Monte dos Vendavais, O terceiro Homem ou Gilda, que me foi mostrando haver um outro universo, de Paixões, Infidelidades e Mulheres bonitas, onde eu só viria a entrar anos mais tarde.
Clark Gable e Vivien Leigh, um casal improvável mas de grande química, protagonizam E tudo o Vento levou... ,uma saga, realizada por George Cukor, que retrata o período da Guerra Civil norte-americana.
Clark Gable e Vivien Leigh, um casal improvável mas de grande química, protagonizam E tudo o Vento levou... ,uma saga, realizada por George Cukor, que retrata o período da Guerra Civil norte-americana.
Talvez tenha sido a primeira superprodução a que assisti, antes dos Dez Mandamentos, Ben-Hur e similares do, por vezes, faraónico Cecil B. de Mille.
Foi com À beira do abismo que se iniciou o meu contacto com Humphrey Bogart, aqui dirigido por Howard Hawks, e que se prolongaria no Maltese Falcon, Casablanca, O tesouro da Sierra Madre, e por aí fora.
Durante anos, tentei copiar o estilo cool deste actor mas, tenho que confessar, com os mesmos resultados que o Woody Allen alcançou no Play it again, Sam ( O grande conquistador).
A única vez que fui ao cinema com o meu Pai e a primeira em que entrei num Filme para Maiores de 17 anos. Uma autêntica aventura o passar pelo porteiro do Liz ( que depois se chamou Roxy e, agora, é um edifício de escritórios).
E Deus criou a Mulher... era anunciado como a imagem do Pecado. A ligação da jovem sexy symbol Brigitte Bardot com o perverso Roger Vadim tinha, dizia-se, dado origem a uma Obra Prima do Erotismo.
Pra mim, nessa época, Erotismo era tentar ver uma nádegas e uns mamilos desprevenidos, mas nem isso consegui...
A Censura encarregou-se de cortar metros de celulóide, tornado o filme enfadonho e sem graça.
Viria depois a ver a versão integral, mas já sem o mesmo frisson.
Fúria de Viver é um dos três filmes do insubstituível James Dean, aqui sob a direcção de Nicholas Ray, e a contracenar com Natalie Wood e Sal Mineo.
Com esta história de um jovem desadaptado e com problemas de integração, fiquei a perceber que os jovens não eram todos copinhos de leite, ou betos se preferirem, como eu e os meus colegas.
Sem dúvida que Alfred Hitchcock foi o realizador mais importante da minha adolescência e poderia fazer um Top10 só com filmes com a sua assinatura.
Janela Indiscreta conta a história de um fotógrafo que, imobilizado em casa com uma perna partida, passa o tempo a observar os vizinhos através de binóculos ou da teleobjectiva da sua máquina.
Esta cena tem-me acompanhado durante toda a minha vida e quantas vezes ao espreitar através de uma objectiva ou de uma janela, eu voyeur assumido, me lembro do James Stewart, acompanhado pela bela Grace Kelly.
O Meu Tio, realizado por Jacques Tati em 1958, é uma obra prima que vi no Cinema Império, actualmente uma igreja, com alguns elementos do meu "grupo" de férias.
A economia de meios e de diálogos não impediu que tivesse adorado este momento alto de crítica bem humorada.
Os posteriores, As Férias do Sr.Hulot, Festa na aldeia ou Playtime, já não teriam, para mim, o mesmo impacto deste primeiro amor...
Nesta altura, já sabia quem era Hitchcock . Lembro que a Publicidade ao Filme pedia que não contassemos o final aos nossos amigos.
E eu lá fui, com o coração aos saltos, ver mais um filme para adultos, quando ainda só tinha um buço incipiente.
Recordo-me que vi o Psico no Cinema são Luiz e dei uns valentes pulos na cadeira com as facadas no chuveiro, a subida das escadas pelo detective ou quando, no final, se vê a cara da "Mãe".
O topo da carreira de Anthony Perkins que aqui contracena com Janet Leigh, Vera Miles e John Gavin.
Este Top10, mesmo reduzido aos Filmes da Adolescência, é apenas uma das muitas hipóteses possíveis.
Muitos outros Filmes ajudaram a moldar a pessoa em que eu me transformaria.
Não quis recorrer ao Citizen Kane ( O Mundo a seus pés), ao Couraçado Potemkine ou à Quimera do Ouro, porque não tiveram a mínima importância, para mim, neste período.
Comecem a escrever o vosso Top10 ( mas só até aos 18 anos, não se esqueçam...).
Eu tinha que ter um Top100, ou 500... :-P
ResponderExcluirSensdo assim, aqui fica o que estive a (re)ver ontem à noite:
"Au hasard Balthazar" - Robert Bresson (1966)
Esta é a Anne Wiazemskyrlink para os "tomates podres"link para o imdb
Ninguém está a perguntar quantos filmes vimos...está-se só a pedir que se escolha os 10 Mais de um determinado período.
ResponderExcluirMas, acreditem ou não, os citadinos que são a maior parte das pessoas que visitam o Galo, eu até aos 18 anos nunca fui ao cinema, o que me elimina desta 1ª parte. Prometo responder na sequencia.
Ninguém está a perguntar quantos filmes vimos...apenas que escolhamos os 10Mais de um determinado período.
ResponderExcluirMas embora custe a acreditar, aos citadinos que são a maioria do público do Galo, até aos 18 anos nunca tinha ido ao Cinema, pelo que estou excluída desta parte da pergunta. Prometo responder na sequência.
Também eu me confesso um'marxiano', tendência Groucho, com "desvios de direita" para o Harold Lloyd... :-P
ResponderExcluirP.S.
Não é grave não ter visto filmes, a tua 'vocação' pode perfeitamente ser bater palmas na última fila de
um comício qualquer... :-P
A grande chatice é quando tentares impedir os outros de o fazer, entendeste, espécie de 'Khmer Rouge', versão i-net ?
Ora bem, voltou a animação escrita !
ResponderExcluirAlvega versus MTH.
Entretanto eu me confesso. Fui critico de cinema durante alguns anos (poucos)e publicado no fenecido Novidades.
Até aos 18, fixo-me no Bambi.
Perdoam-me?
Perdoadíssimo!!! :-D
ResponderExcluirAgora passo a explicar essa do Top "muitos":
5 anos de C.M., filme todas as 4ªs feiras, só perdi um, estava castigado ou doente, já não me lembro. O Capelão que os escolhia tinha um gosto excelente: Ford, Sturges, Hathaway, Wyler, Godard, Truffaut, Broca, Ozu, e por aí, além do 'mainstream para putos'. Ganda sorte...
Nas férias, os Bombeiros lá da terra tinham um cinema ao ar livre, íamos quase dia-sim, dia-não... é só fazer as contas.
quanto à MTH, ela que faça o seu próprio blog ou forum --- se acaso souber como --- para então poder ditar aos outros quais os comentários que podem/devem fazer...
or else, que vá chatear o Staline. :-P
Ah, e hoje tenho ideias de ver este, que me passou na altura, tinha mais o que fazer...
ResponderExcluirHá um 'remake' com o Nicholas Cage, de 2006, menos mau... :-D
Até aos 18 só vi Guerra das Estrelas, 007, Die Hard, Matrix,e outros do género, que não ficam bem em nenhum Top.
ResponderExcluirResponder ia dar uma trabalheira tremenda, mas a ideia é engraçada.
ResponderExcluirTOP 10:
ResponderExcluir1- Branca de Neve, no cinema S. Jorge, o primeiro filme, fiz xixi nas cuecas de tanto rir com os bichos a limpar a casa;
2- Mary Poppins, e acreditei que aquilo era tudo verdade;
3- Se a Minha Cama Voasse, idem;
4- Herbie, e vem dessa altura a minha fixação por carochas e Volkswagens em geral;
5- ET, que vi 3 vezes no cinema e 3 vezes chorei;
6- Indiana Jones e o Templo Perdido, sabia dizer as falas da Loira protagonista "Oh i broke a nail";
7- Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida, tive pesadelos com os nazis a derreter durante uma série de noites;
8- Salvador, e saí do cinema decidida a pegar na trouxa e abalar prá América Latina para despachar meia dúzia de ditadores.
São os que recordo. Serão os que me marcaram nesta fase. Vi concerteza mais. Mas varreram-se-me!
Lembro-me com mais pormenor do Cinema Júpiter e dos rebuçados diamante... Das matinés com o meu irmão. Íamos a pé. Sozinhos, os dois. E ninguém tinha medo de nada. Nem nós de irmos sozinhos. Nem os meus pais de nos deixarem ir. Sem necessidade de transportes públicos ou privados.
Só nós e o cinema...
Lembro-me tanto da Marisol, como dos filmes de cine clube que tinha de ver (tal como ler Marx...). Muito Bergman. Mas "Gone with the wind", "Casablanca", "Dr. Jivago" ficarão para sempre. E Hitchcok com o seu "North by Norwest". E "They shoot horses don't they" inspirou-me uma redacção no liceu que mereceu louvores. Fico-me por aqui.
ResponderExcluirOK, ligeira batota, mas este é o de hoje, e é um 'anime':
ResponderExcluirThe Castle Of Cagliostro (1979)
E daí... na volta vou ver este:
ResponderExcluirNikita Mikhalkov - Neskolko dney iz zhizni I.I. Oblomova (1979)Gracias, Pablo :-)
Sei quais e a importância que tiveram mas tenho alguma dificuldade em ordenar os "meus" filmes até aos 18 anos. Sem ordem mas também sem dúvidas: Esplendor na relva, Casablanca, Hitchcok com destaque para Psycho, o meu 1º Visconti - Rocco e seus irmãos, A Piscina, 2001 Odisseia no espaço, e de Jacques Tati,todos :)
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