Para mim, que andei pela Publicidade, várias décadas, e em várias latitudes, só existem dois tipos de Anúncios - os que Vendem ...e os que não Vendem.
Para muitos Criativos, a Publicidade boa é a que ganha muitos Prémios internacionais. Esses trabalhos até podem ser, na realidade, excelentes, mas só se aumentarem as vendas, a notoriedade, ou outro qualquer objectivo do Cliente. Em caso contrário, só são bons para venderem...a Agência.
Quantas vezes ao terminarmos de ver um Filme na Televisão ou ouvirmos um Spot na Rádio, não dizemos "Grande ideia, muito giro!". E qual é o Produto? "É pá, isso é que não reparei...".
Tudo isto a propósito do tema lançado pela MCM - o novo Anúncio do Pingo Doce.
O Vídeo, o primeiro trabalho da Duda Propaganda ( uma Agência de Publicidade brasileira ) para o Pingo Doce, tem provocado polémica e uma verdadeira onda de choque nas redes sociais. Só no Face Book já se reuniram mais de 2000 aderentes num autodenominado "Gente que não grama o Anúncio do Pingo Doce do Duda" ( com direito à colocação do nome da Agência e tudo, não se fosse confundir com a anterior, a IARB, que acabou de perder o Cliente).
Como já perdi a "virgindade" há muitos anos e os movimentos "espontâneos" não têm em mim um crente absoluto, estranho o empenhamento nesta Cruzada contra um simples Anúncio, de que se pode gostar ou não, mas que não passa disso, apenas mais um Anúncio de Televisão.
A não ser...
E, agora, analisando o conteúdo e a eficácia do referido trabalho, que é o que realmente interessa. Acho a escolha da voz da cantora do jingle de grande infelicidade - uma voz esganiçada, que em nada liga com o calor das imagens. O Filme pretende, e penso que consegue, transmitir a simpatia dos elementos Pingo Doce, a fácil comunicação com o Público ( que eu como consumidor, confirmo). Em paralelo, mostra a diversidade dos produtos, a frescura, a abundância, de uma forma, acho eu, convidativa. Consegue, pois, o objectivo ( e temos que pensar qual o grupo etário e target a que o Filme se destina) dizer que o Pingo Doce é uma companhia para todo o Ano, uma boa opção, uma escolha acertada.
Um Anúncio que vende, em resumo...
Perfeitamente de acordo!
ResponderExcluirFoi o "Duda" que "fez" o Lula, não foi?
Assim que começou a "rebelião" por causa do anúncio, imaginei logo que ali estava mãozinha vingativa...faço-me entender? Aliás, coisas semelhantes se passaram qd há bastantes anos a empresa do MEC fez o anúncio do seu homónimo, em estado líquido - o azeite Galo! A voz esganiçada do anúncio parece-me a Teresa Salgueiro a cantar para os Japoneses...Ai, não me batam!!!!!
Ainda não tinha visto...
ResponderExcluirBom, cá vai:
A voz é... como dizer de uma forma educada...huummm... um HORROR!
A mensagem, contudo, é muito bonita e é passada através de imagens muito profissionais - não sentiram o cheirinho daquele pão a fumegar?
Acho que percebi, no entanto, porque o "pessoal" não gramou:
- na letra da música ouve-se "mas uma coisa permanece igual, a qualidade e o preço baixo Pingo Doce e o nosso amor por Portugal!"
Em primeiro lugar, isto são 3 coisas e não uma.
Os consumidores, especialmente os que vão ao supermercado, sabem fazer contas. E não perdoam esta aritmética de vão de escada.
Em segundo lugar, é sabido - aliás recentemente provado - que os brasileiros não têm amor por Portugal. Bem vistas as coisas, nem os portugueses. Mas a ideia de ser um estrangeiro a dizer-nos que nós, portugueses, amamos a nossa pátria - ah isso não! Isso é tão insuportável como alguém, sei lá, cuspir na fonte dos Jerónimos - para usar um exemplo totalmente hipotético, além de altamente improvável.
Para terminar, com chave d'ouro, arrisco, aquele velhinho do último frame é, nada mais, nada menos, que o Pai Natal das Bombocas. Lembram-se? "Não há mais, são p'ra mim!"
É claro que as crianças de 1980, naturalmente magoadas e aguadas por tantos anos de espera,
são agora os adultos subscritores do Facebook. E justamente, devo acrescentar.
Esta petição não passa, portanto, de uma birra com 29 anos de idade, de um bando de miúdos crescidos que não conseguiu ultrapassar a frustração de não haver Bombocas para todos. Isto é óbvio.
Foi o Scolari que nos pôs de bandeirinha à janela, no carro...não foi?
ResponderExcluirAntes de mais: obrigada ao Galo pela sua análise. Eu também não gosto nada da voz da moça, nem de algumas partes da música, mas a imagem está apelativa, sim. A "reacção espontânea" dos consumidores é um pouco suspeita, de facto. Só não sei se o anúncio faz mais pessoas irem ao Pingo Doce.
ResponderExcluirEntão é isto o grande assunto ?
ResponderExcluirTenho que passar a ver mais TêVê tuga, ando desactualizado...
Mas não é só uma merda de um anúncio demasiado comprido a um supermercado qualquer (é do Jerónimo Martins, do Auchan, do Belmiro ou daqueles franciús ? Confesso que não distingo...)
Qual é o escândalo ?
(devo mesmo estar a ficar velho, não me dei conta de nada...)
Obrigado J., por teres aumentado a minha 'cultura geral', só não garanto é que não me vá esquecer do assunto nos próximos 5 minutos ou assim...
Boas 'polémicas', rapazes e raparigas...
:-)
Recentemente tive conhecimento da polémica em torno do referido anúncio. Nem sequer percebi bem o porquê. Nem tinha prestado atenção.
ResponderExcluirPortanto, lá fui ver. Aqueles que o tentam aniquilar foram responsáveis pelo visionamento.
Acerca do anúncio, propriamente dito, não vou tecer a mínima consideração. É mais um. Já vi melhores. Já vi piores.
Pessoalmente, acho piada ao Movimento, o "Gente que não grama o Anúncio do Pingo Doce do Duda".
Acho que aqui é que reside o fenómeno digno de interesse.
É sempre gratificante assistir a uma tão grande mobilização sobre um assunto tão importante para a sociedade. Sim, senhor! Haja energia para dispender! E meios para o fazer.
Também poderia, já agora, haver "Gente que não grama a Gente que não grama o Anúncio do Pingo Doce do Duda".
Já agora, deixo aqui um repto à criação de outros grupos de contestação igualmente importantes: "Gente que não grama o rótulo das garrafas de azeite"; "Gente que não grama peúgas azuis", sei lá! Toda e qualquer causa pela qual valha a pena lutar.
Pois eu não estou certa que seja uma reacção espontânea dos consumidores ou uma reacção ressaibiada de gente ligada directa ou indirectamente ao meio publicitário.De qualquer maneira, não vejo onde está a questão: a Jerónimo Martins, empresa privada, deve ter consultado algumas publicitárias e decidiu, em pleno direito, escolher o tal de Duda. So what? it's business! mas lá que a polémica já deve ter feito vender quer a marca Pingo Doce quer a marca Duda, lá isso deve...
ResponderExcluirPermitam-me que acrescente... "Gente que não grama peúgas azuis escuras!"
ResponderExcluirPorque eu gosto de peúgas azuis claras!!!
Sobre este assunto continuo sem perceber o fuzué... E repito? Alguém me faz um desenho? Como se eu tivesse 3 anos?
MdT, me adiscupe por discordar...
ResponderExcluirMetade dos brasileiros que eu conheci não sabiam onde (e o que)
era Portugal --- acho que já vos disse, eles pensavam que com o meu sotaque eu era francês... ou argentino --- e acham que lá falam uma língua chamada 'brasileiro' (e se calhar têm razão).
A outra metade conhece-nos perfeitamente, e ama-nos mais do que nós nos amamos a nós próprios.
Eu por mim retribuo esse amor.
O capitalismo tem razões que a razão desconhece...
ResponderExcluirTanta polémica certamente só vende mais...bingo! O Pingo Doce tem tentado melhorar a sua comunicação, seja através de anúncios, de distribuição de sacos,e sei lá o que mais...não sabendo nós se com eficácia ou não, mas o PD e a agência já terão esses resultados, é o negócio deles! Confesso que não gosto do que vi, mas também não é o meu negócio e além disso não devo pertencer ao público-alvo :)
ResponderExcluirBom ou mau, a verdade é que fica dentro do ouvido! E isso é importante!
ResponderExcluirQuanto ao movimento, acho um inteiro disparate. Mas agora há movimento para tudo e mais alguma coisa. No que ao anúncio diz respeito, as imagens são lindas e a música, talvez pela exaustão da exposição radiofónica, já mexe com os meus nervos. Relativamente ao publicitado preço baixo, devem andar um pouco equivocados.
ResponderExcluirExcelente é o artigo do Galo sobre um tema cuja polémica ainda não me tinha apercebido.
Disto tudo aproveita-se o texto do Galo, particularmente esta tirada:
ResponderExcluir" ... Como já perdi a "virgindade" há muitos anos e os movimentos "espontâneos" não têm em mim um crente absoluto, estranho o empenhamento nesta Cruzada contra um simples Anúncio ..." . Simples e concisa. Está lá tudo sobre este disparate.