domingo, 31 de janeiro de 2010

Separados à nascença, strikes again

Diferenças

Assistir ao duríssimo questionamento da comissão de inquérito senatorial nos Estados Unidos para a nomeação da juíza Sónia Sottomayor para o Supremo Tribunal é ver um magnífico exercício de cidadania avançada. Não temos em Portugal nada que se lhe compare. Se os nossos parlamentares tivessem a independência dos congressistas americanos, Cavaco Silva nunca teria sido presidente, Sócrates primeiro-ministro, Dias Loureiro Conselheiro de Estado, Lopes da Mota representante de Portugal ou Alberto Costa ministro da Justiça. O impiedoso exame de comportamentos, curricula e carácter teria posto um fim às respectivas carreiras públicas antes delas poderem causar danos.

Se a Assembleia da República tivesse a força política do Senado, os negócios do cidadão Aníbal Cavaco Silva e família, com as acções do grupo do BPN, por legais que fossem, levantariam questões éticas que impediriam o exercício de um cargo público. Se o Parlamento em Portugal tivesse a vitalidade democrática da Câmara dos Representantes, o acidentado percurso universitário de José Sócrates teria feito abortar a carreira política. Não por insuficiência de qualificação académica, que essa é irrelevante, mas pelo facilitismo de actuação, esse sim, definidor de carácter.

Do mesmo modo, uma Comissão de Negócios Estrangeiros no Senado nunca aprovaria Lopes da Mota para um cargo em que representasse todo o país num órgão estrangeiro, por causa das reservas que se levantaram com o seu comportamento em Felgueiras, que denotou a falta de entendimento do procurador do que é político e do que é justiça. Também por isto, numa audição da Comissão Judicial do Senado, Alberto Costa, com os seus antecedentes em Macau no caso Emaudio, nunca teria conseguido ser ministro da Justiça, por pura e simplesmente não inspirar confiança ao Estado.

Assim, se houvesse um Congresso como nos Estados Unidos, com o seu papel fiscalizador da vida pública, por muito forte que fosse a cumplicidade dos afectos entre Dias Loureiro e Cavaco Silva, o executivo da Sociedade Lusa de Negócios nunca teria sido conselheiro presidencial, porque o presidente teria tido medo das cargas que uma tal nomeação inevitavelmente acarretaria num sistema político mais transparente. Mas nem Cavaco teve medo, nem Sócrates se inibiu de ir buscar diplomas a uma universidade que, se não tivesse sido fechada, provavelmente já lhe teria dado um doutoramento, nem Dias Loureiro contou tudo o que sabia aos parlamentares, nem Lopes da Mota achou mal tentar forçar o sistema judicial a proteger o camarada primeiro-ministro, nem Alberto Costa se sentiu impedido de ser o administrador da justiça nacional em nome do Estado lá porque tinha sido considerado culpado de pressionar um juiz em Macau num caso de promiscuidade política e financeira. Nenhum destes actores do nosso quotidiano tinha passado nas audições para o casting de papéis relevantes na vida pública nos Estados Unidos. Aqui nem se franziram sobrolhos nem houve interrogações. Não houve ninguém para fazer perguntas a tempo e, pior ainda, não houve sequer medo ou pudor que elas pudessem ser feitas. É que essa cidadania avançada que regula a democracia americana ainda não chegou cá.

O Restaurante para hoje

Os 'chefs' do dia são o S. Gross, o Santiago, o Adão, o Dan Reynolds, o Quino, o H.Martin. o Péricles, o Uberti, o Laerte  e o Angeli. Bon apetit...

TAXI - O patrício


Vivi vários anos no Brasil, terra a que passei a considerar minha e onde me sinto em casa, tanto ou mais do que na minha Lisboa natal.
A maneira de ser dos brasileiros( correndo o risco de cair em generalizações que são sempre muito redutoras) expansiva e superficial, em simultâneo, a sua música, a sua comida, as praias, o clima, a sensualidade inerente a quase todas as situações, e hedonismo geral, tornam fácil a atracção que, como eu, muitos outros sentiram.
Ainda mais para um europeu ido de um país salazarento como o nosso, onde o ‘parece mal’, o reprimir das emoções, a sobriedade cinzenta, era sinal de bom estatuto e educação. E, se calhar, ainda continua a ser…

Contudo, depois de ter casado com a Delfina, era aquela a primeira viagem que fazíamos ao Brasil, terra onde ela nunca tinha estado.
Natural dos Açores, mais propriamente de São Miguel, o forte sotaque, nessa altura ainda mais acentuado, já lhe tinha causado alguns problemas de comunicação, pelos diversos lugares por onde tínhamos passado.
E tinham sido muitos os destinos brasileiros visitados desde o Rio Grande do Sul à Baía, com passagens por Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Natal, Recife e uma emocionante viagem pela Amazónia.
Mas, quando esta ‘estória’ aconteceu, estávamos em São Paulo.

Quem conhece o Brasil, apenas das praias do Nordeste ou, mesmo, do Rio de Janeiro, terá alguma dificuldade em identificar esta cidade com o resto do território tupininquim.
O mesmo se passa com os naturais do Rio que detestam em São Paulo a falta de praias, a garoa ( chuva miúda), a poluição e o excesso de trabalho e de seriedade dos paulissstassss, como eles os chamam, tentando imitar o seu sotaque sibilante.
Lembro-me que, quando vivia no Rio, a primeira vez que viajei para São Paulo ter perguntado a um amigo meu se queria alguma coisa dessa cidade, ao que ele respondeu, com aquela graça imediata de que, a maioria dos cariocas são possuidores “Ó cara, eu de São Paulo…só quero distância!”

Bem, mas voltemos à capital paulista, e só para enquadrarmos os acontecimentos na data em que ocorreram, ao dia em que o malogrado Ayrton Senna ganhou o seu primeiro Grande Prémio do Brasil.
Entrámos num táxi, a Delfina e eu, e como é meu hábito, para quebrar o mutismo inicial, meti conversa com o motorista tecendo algumas considerações acerca do talento do jovem campeão paulista.

Depois de me ouvir, duas ou três frases, o homem perguntou-me:
“ O moço é patrício, não é não?”
Como, por certo, muitos saberão, ‘patrício’ é como os brasileiros chamam aos portugueses e, por isso, respondi-lhe afirmativamente.
Não contente com a resposta, o taxista perguntou-me, indicando,
com a cabeça, a minha mulher ” …e ela ?!?”.
Perante nova afirmativa, o homem pareceu, finalmente, ficar mais descansado “ Ah, então estamos à vontade. Sabem, é que eu também sou patrício, embora tenha vindo para cá com nove anos, já lá vão vinte e sete…”

E a partir daí, foi um tal de dizer mal dos brasileiros “…porque são todos uns vigaristas, uns falsos.”
Eu, reduzido a um silêncio prudente, esperei que todo aquele ódio se esgotasse, mas o ‘melhor’ estava, ainda, para vir.
Mas o que eles são mesmo todos é uns grandes preguiçosos, não estão nem aí, para trabalhar…”
Uma rápida olhadela pelo espelho retrovisor, e prosseguiu”…e os piores de todos são os Baianos, uma verdadeira desgraça…”

Já parados, em frente ao hotel, enquanto eu procurava o dinheiro para pagar, ele, impante, concluiu, directamente para minha mulher açoreana:
“ Para que a moça entenda melhor, os baianos são tão preguiçosos, tão reles…como para nós, são, por exemplo…os das ilhas”.

Cool mais Cool, não há

Nota máxima

Numa prova do Curso de Química, foi perguntado:
- Qual a diferença entre SOLUÇÃO e DISSOLUÇÃO?

Resposta de um aluno:
- Colocar UM dos POLÍTICOS PORTUGUESES
num TANQUE DE ÁCIDO para que DISSOLVA,
é uma DISSOLUÇÃO.
Colocar TODOS é uma SOLUÇÃO!

Enviado por Contessa

Chifres

Os animais são nossos amigos...

...então porque é que ninguém diz isso ao 'puto' da foto ?!???

sábado, 30 de janeiro de 2010

Pensamento do Dia

"...Nós somos casas muito grandes,
muito compridas.

É como se morássemos
apenas num quarto ou dois.
Às vezes, por medo ou cegueira,
não abrimos as nossas portas."

António Lobo Antunes

Coca Cola Happiness Machine

Imaginação
e um baixo investimento
podem resultar
num vídeo bem disposto
e com muitos milhares
de visualizações na net.

Ora confira lá...

TAXI - Por terras do Papa


Houve uma altura em que, devido ao facto ser o responsável pelas compras de uma rede de lojas de artesanato, viajei com muita frequência para os locais mais díspares do planeta, de Manila a Abidjan, de Okpo a Tegucigalpa.
Acontecia, até, chegar de viagem da Índia, num dia, e, no dia seguinte, partir para o México.

E foi por essas bandas que me aconteceu mais esta história que mete táxis e prova que os taxistas formam uma grande família, à escala global, independentemente da nacionalidade ou idioma que utilizem.

Em terras mexicanas, apesar de ter estado em muitas outras cidades, estabelecia, habitualmente, o meu quartel-general em Guadalajara.
Guadalaxara, como é também conhecida, com mais de 4 milhões de habitantes na região metropolitana, discute o segundo lugar de grande metrópole com Monterrey, ficando ambas, contudo, a grande distância da capital, Cidade do México, uma das maiores cidades do Mundo.

Voltando a Guadalajara, era daqui que partia nas minhas incursões para descoberta de novos artesãos, fornecedores da tal rede para a qual fazia as compras.
Intervalando - o México será talvez o país do mundo com maior diversidade e riqueza de artesanato, juntando cerâmicas, trabalhos em ‘hojalata’, a nossa lata, tecido, presépios variados, instrumentos musicais, pintura naif, mobiles em ónix, jogos de xadrez, vidros, madeiras pintadas, máscaras ou papier maché,
Nesse país, tinha uma agente local, a Catherine Millot, francesa casada com um advogado mexicano, que me transportava nessas buscas de muitas dezenas de qulómetros até locais com nomes estranhos, pelo menos para nós, como Tlaquepaque, Tonalá ou Zapopan.
Era nesses locais que artesãos, gente simples com os rostos da cor do barro escuro com que moldavam imagens dos seus sonhos delirantes, me convidavam a partilhar os tacos caseiros, as enchiladas ou as tequillas de álcool quase puro.

Pois bem, um dia a Catherine não pôde fazer o seu habitual papel de motorista para me conduzir a esses destinos, que ficavam vinte ou trinta quilómetros da cidade grande, embora com acessos que transformavam esses trajectos em viagens de, pelo menos, uma hora.
Para quem, como eu, tinha só uma semana para visitar uma vintena de fornecedores, alguns deles pela primeira vez, era impensável ficar no hotel a beber ‘banderitas’

Outro aparte – Banderita é uma bebida típica mexicana servida em três copos, tipo shot, um com ‘sangrita’, à base de sumo de tomate mas picoso, outro com tequilla e o terceiro com sumo de lima, o que repete o colorido da bandeira mexicana, vermelha, branca e verde.
As bordas dos copos têm sal e vão-se dando goles sucessivos, alternando os gostos.

Como também era inviável partir à descoberta de novos destinos num táxi tradicional, falei com o simpático porteiro do Fiesta Americana, o hotel onde já me hospedara por várias vezes, para ver se ele me arranjaria um qualquer outro transporte alternativo, para eu partir à descoberta de ‘tesouros perdidos’.

Embora nós pensemos que o ‘jeitinho’ e os ‘primos’ são características exclusivas nossas, na verdade, estão espalhadas por muitos outros países e, assim, depois de alguns telefonemas, foi-me dito que o primo de um primo do porteiro, chegaria dentro de minutos com o seu automóvel, que era assim a modos que um táxi não oficial.
E, assim foi. Pouco depois travava à porta do hotel um táxi a cair de podre, sem taxímetro e com um motorista saído directamente de um qualquer filme de terror da série B.
Não dei parte de fraco e depois de algumas negociações, pois não estava interessado em ir aos locais que já conhecia, ele afirmou, com solenidade – Ixtlahuacán de los Membrillos – o que para mim era chinês puro.
Segundo ele, era nesse pueblo que existia uma pequena cerâmica de dois irmãos que faziam conjuntos de grandes dimensões.
Ora era mesmo disso que eu andava à procura…

E, sendo assim, lá me meti na poeirenta viatura, por uma não menos poeirenta estrada, rumo ao desconhecido.
Só que não sabia que o desconhecido era assim tão desconhecido, tão afastado e com acessos tão maus…
As casas começaram a rarear, até desaparecerem por completo, o pó transformou-se em pedregulhos pelo meio do caminho e os minutos transformaram-se em horas.
E, a somar a tudo isto, o taciturno motorista, de olhos fixos nos estreitos trilho ia enviando mensagens, para mim como que codificadas, pelo rádio do carro, num dialecto índio local, perfeitamente intraduzível.
De repente, uma ideia cruzou-me a mente…
E se aquele fulano me estivesse a levar para um qualquer local, onde alguns cúmplices estivessem à minha espera, para me assaltarem, raptarem, matarem? Ideias tétricas, que em tantas outras viagens semelhantes nunca me tinham ocorrido, vieram-me à mente.
Nunca ninguém viria a saber onde o meu cadáver iria apodrecer…
Seria impossível refazer o meu trajecto, descobrir o culpado, principalmente se o porteiro do hotel participasse na manobra…

Confesso que durante minutos, algum pavor, insensato e inexplicável, tomou conta de mim.
Porque é que eu metia nestas aventuras, sem nenhumas precauções prévias?
Quando é que ia deixar de ser uma irresponsável?

Ao longe, no meio de todo aquele deserto erguia-se uma cruz de pedra…
Pela primeira vez sorridente, o motorista voltou-se para mim e disse-me:
“Aqui foi onde o Papa, veio na última visita que fez ao México…e benzeu esta cruz!”

Recostei-me tranquilo, finalmente em paz.
Se o Papa tinha passado por ali, nada de mal poderia acontecer, mesmo a um hereje como eu.

A neta de Don Corleone

Se gostaram do Godfather, venham conhecer a sua neta, neste magnífico anúncio da Pepsi, enviado pela Contessa.

A Capa do Dia

Governo quer acordo de três anos com PSD e CDS, jogar à defesa...
Blair defende decisão de invadir Iraque, jogar ao ataque...
Cerco ao superjuiz, obstrução...
Barroso demarca-se de Rangel, finta...
...que se concerta com Aguiar Branco, tabelinha...
PSP diz que houve provocações ao FCP, carga de ombro...
" TGV tem de ser adaptado à realidade orçamental", fora de jogo...
Cavaco força pacto para as finanças regionais, cartão amarelo...
CDS denuncia Infarmed na Europa, cartão vermelho...

...Safa, e digo eu que não percebo nada de Futebol!

Vou mudar de casa...

Nada de leituras precipitadas...não julguem que o endereço aqui do blog vai passar a ser outro. Nada disso...
O que se passa é que depois de ver o design dos galinheiros abaixo, resolvi deixar o velho e mudar-me para um destes.
Só tem um 'probleminha', é que ,para além cá do 'galarote', só tem espaço para seis galinhas.
...Não sei se vai dar, não!?!!!

Será mesmo verdade?



Se tiver dificuldade na leitura da resposta do aluno, aqui vai a transcrição possível sobre a opinião do mesmo sobre o papel da escola na formação dos cidadãos :
"...O papel da escola eu axo que é igual a um papel qualquer de imprensa A4. E de certeza que é. tem a mesma grossura e tudo. Agora se estão a falar, por exemplo, das folhas de Teste que é uma folha A3 duberada ao meio fazendo duas folhas A4, axo melhor que as folhas de teste sejam assim do que só uma folha A4, essas fichas que os professores dão são sempre folhas de formato A4 ou de formato A5 . Os testes As professoras metem sempre folhas de formato A4 mas quando são mais as professoras agrafam sempre as folhas e nunca fazem teste com folhas formato A5. Por isso eu axo que as folhas desta escola são iguais às das outras escolas ou de outras empresas..."

E que tal? Sem comentários (...ou, melhor, espero pelos vossos comentários!)

Enviado pela Contessa

O importante

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

...Boa ideia !!!

Esta é a maneira que a Quimera sugere, para fazer com que os homens lavem as mãos...

Um Pinto a cantar no "Galo"...

A partir de hoje, e sem qualquer periodicidade, o Fernando Pinto, 'Amigo do Galo' há muitos anos, arquitecto de profissão e apaixonado( ..pela Vida, entenda-se!) por adopção, passará a enviar as suas 'Crónicas ao correr da pena'. Aqui está a primeira...

AS BURQAS QUE NOS ENFIAM

Quando há anos, no norte do Paquistão (em Peshawar), fui confrontado com o uso generalizado de burqas, esteticamente, não gostei do que vi.
Em particular, chocaram-me as burqas que encerram toda a mulher, incluídos os olhos, dentro de uma redoma opaca, que funciona como um fragmento ambulante da sua própria casa.
As ruas tornam-se estranhas procissões de drapejantes vultos, que se esgueiram de uma porta para outra, de uma loja para o interior de um automóvel, em pequeníssimos bandos de curtíssimos percursos.
Também se vêm duos ou trios carregando crianças, diligente e respeitosamente atrás de um homem, trajando “ocidental” ou igualmente enroupado e de turbante, mas de cara descoberta.
Deduz-se que serão as esposas (e os filhos) do todo-poderoso homem que as precede e conduz.
É um mundo desconfortável, de caras barbadas ou “não-caras” num oceano de panos, pálidas bandeiras esvoaçantes que rumorejam ao sabor do vento.
Eticamente, também não posso ser partidário de um traje que, em nome de uma prática religiosa, limita os movimentos, dificulta a vida e, sobretudo, estigmatiza a mulher como algo de que um homem se pode apropriar.
A partir desse momento (a puberdade), a imagem da mulher desaparecerá do Mundo e só existirá para e em função do seu “proprietário”.
Todo o panorama é indício de uma sociedade desigual, moldada em princípios que não são os nossos mas dos quais não estamos tão distantes quanto gostaríamos de estar.

Para tanto, basta lembrarmo-nos (os que têm mais de cinquenta anos e memórias de há quarenta) das aldeias da nossa infância, em que as mulheres andavam no seu dia-a-dia e iam para as igrejas enroupadas e veladas em preto, num luto que ia desde a morte dos entes mais queridos até ao fim das suas vidas.
As freiras de hoje em dia são talvez as últimas representantes (e, mesmo assim, muito mais “leves” no seu trajar) do que então era a imagem corrente da mulher portuguesa (e italiana, e grega, e…), sobretudo do meio rural.
Não imagino o que então aconteceria se então uma lei as tivesse proibido de andar assim trajadas, ou de serem obrigadas a entrar numa igreja sem véu.
Ou, pelo contrário, num acesso igualitário, um qualquer governo promulgasse que, a exemplo das cotas para deputados, o número de padres e restante hierarquia religiosa deveria ser ocupado em pelo menos 30% por mulheres.

Recordo que a revolta da Maria da Fonte, que acendeu todo o norte do país e fez cair governos, começou com a hoje óbvia proibição dos enterramentos dentro das igrejas.
Tantos outros exemplos poderiam ser dados do que é a força da mobilização popular face a coisas aparentemente pouco significativas, e que não lesam os outros.

É por isso que não compreendo a decisão do governo francês de proibir o uso da burqa e do niqab às mulheres islâmicas residentes em França, quando andarem nos transportes públicos ou se dirigirem aos serviços da administração pública.
Se bem que se diga que tal medida é tendente a aumentar a segurança pública francesa, porque debaixo de uma burqa se pode esconder um (ou uma) terrorista, a verdade é que não me recordo, até hoje, de qualquer atentado islâmico levado a cabo na Europa cometidos por mulheres.
Mesmo em atentados cometidos por mulheres em outros pontos do Mundo, não recordo que alguma vez tenha sido citada uma burqa como disfarce.
E de que é que adiantaria uma burqa, se a maioria dos atentados é suicida?
Não vejo, portanto, mais que uma medida prepotente de afirmação nacionalista que irá exacerbar os fundamentalismos islâmico e cristão, criando mais fracturas que consensos e promovendo a discórdia.
E logo no país que, em 1968, apregoou ao Mundo o célebre “É proibido proibir!”

Mais, Nicolas Sarkozy, presidente da França e filho de emigrantes, tem repetido que o uso daquele traje islâmico que cobre todo o corpo e rosto das mulheres “não é bem-vindo” em França.
Aparentemente, é uma frase que poderá ser interpretada como “aquele traje e tudo o que com ele é relacionado”.
Haverá seguramente quem a queira interpretar assim.
Entendo, por exemplo, que Osama Bin Laden tem, a partir de agora, e por muito demagógicos que possam ser, mais argumentos para seduzir descontentes.
Penso que a burqa é um meio de submissão da mulher ao homem, à luz de uma leitura do Corão que nem sequer é universalmente aceite.
Acho contudo que não é assim que essa submissão se combate.

O combate de ideias faz-se através da discussão dessas ideias e não através da imposição da lei pelo mais forte.
Precisamente por isso, critico também a obrigatoriedade de utilização do shador pelas mulheres ocidentais que visitam alguns dos países de maioria islâmica.
Creio que a razão se perde quando se legisla da mesma forma, porque se assemelha a desforra ou retaliação.
Extremam-se posições e criam-se zonas de fractura que só beneficiam quem pretende dividir para reinar.
Ao proibir-se o uso da burqa em França, embora (ainda) só nalguns locais, somos todos nós que a estamos a enfiar, e não as mulheres islâmicas que estão a ser forçadas a tirá-la.

Oxalá (o Insh´Allah que tomámos emprestado do Islão e que quer dizer “Queira Deus”) eu me engane.

Fernando Pinto

Invictus de Clint Eastwood


"Invictus" é o novo filme de Clint Eastwood, que estreou ontem, onde se mostra a grandeza de um líder que soube estar acima do ódio e do desejo de vingança, evitando que o fim do apartheid fosse seguido pela luta fraticída entre negros e brancos sul-africanos.
Morgan Freeman é Nelson Mandela. Matt Damon o capitão da selecção sul-africana de râguebi.
O caminho dos dois personagens vai cruzar-se numa "aliança" fulcral para o momento de viragem que o país encetava.

Em 1994, quando Nelson Mandela assumiu a presidência, após três décadas de prisão, o país preparava-se para receber o Mundial de râguebi.
O novo Presidente , em vez de de retirar os brancos dos lugares do topo, surpreendeu pela estratégia utilizada para promover a união entre brancos e negros.
A selecção nacional de râguebi, um dos grandes símbolos da nação para os sul-africanos brancos, era um alvo de ódio para todosos negros.
Apesar de todos os graves problemas sociais, económicos e políticos que Nelson Mandela tinha para resolver, o Presidente arranjou tempo para se empenhar numa almejada, mas muito pouco provável, vitória da África do Sul no Mundial, que viesse a ser celebrada por todos os sul-africanos.

Mais uma vez, o enrugado mas seco, Eastwood mostra que, para além da longa caminhada de Mandela, também a sua desde o Dirty Harry e dos western de Sergio Leone, passando pela gestão de Carmel, até às sensíveis e variadas realizações dos seus próprios filmes, tem sido uma viagem rica e segura.

Veja o Trailer neste blog perto de si !

Trova do tempo que há-de passar

Cartoon do António

XVIII - O encontro com o Major


Afinal havia outro…
Não se assustem porque não vou começar a trautear uma qualquer música pimba.
A frase significa apenas que, de início, tinham sido apresentados dois candidatos ao Comendador.
Eu próprio, e um amigo meu, o António C., também conhecido como Major.
A razão do ‘posto’ deriva, penso eu, dos anos passados no Colégio Militar, ou do facto de ter família no Exército, mas isso, agora, não interessa nada.
O importante é que o António, que eu conheci através de uma amiga comum, homem de interesses vários, e cultura muito acima da média, apesar de envolta em grande anarquia, é um dos grandes especialistas mundiais na obra de Hemingway.
A verdade é que esse meu ‘rival’, durante vários anos presença habitual e constante na noite lisboeta, fazendo do Frágil ou do Papa Açorda os seus locais de eleição, mas publicando, em simultâneo, diversos volumes acerca do ‘Papa’, desaparecera, há algum tempo, de circulação.
Entre os inúmeros boatos que corriam a seu respeito dizia-se que estava a dirigir uma produção agrícola da família, algures na Beira, ou, então, que casara com uma milionária canadiana e zarpara do país, ou, ainda, que vivia agora em Cuba, na casa que pertencera ao grande escritor norte-americano.
De concreto só se sabia que nunca mais editara nenhum livro nem fora visto pelos variados amigos que tinha, espalhados um pouco por todo o lado.

Afinal, a realidade, como acontece muitas vezes, era mais simples…

António C., o Major , fartara-se de uma vida fútil e mundana e passara para uma rotina frugal, na companhia dos seus cães, galgos de estirpe campeã, os seus livros, a sua música e os seus filmes, já que era um cinéfilo dos quatro costados.
A curiosidade é que local onde vivia como um eremita era perto de Sintra, onde acabáramos de chegar…

“ Mas não julgue que é por causa dele que fizemos esta viagem” concluiu a ‘Foxy Lady’, enquanto se encaminhava para São Pedro, na direcção do local onde se efectua a feira.
Perguntei-lhe porque tinham optado pela minha humilde pessoa em comparação com um especialista à escala global.
“ A decisão final coube ao Comendador, que, na altura, afirmou achar o Nuno mais ‘maleável’…”
Não há dúvida que toda esta conversa estava a deixar a minha auto estima de rastos, mas não tive tempo de fazer qualquer comentário, porque junto a um palacete de grossos muros cor-de-rosa e portão com gradeamento de ferro, a minha companheira informou-me” Fixe bem esta moradia. É a casa de um conhecido artista plástico que o Nuno conhece certamente, pelo menos de nome…e que tem tudo a ver com a conversa que vamos ter, enquanto almoçamos. E a propósito, o Nuno que é apreciador de boa comida, recomenda algum restaurante sossegado…e onde se coma bem?”

Contente, por os meus serviços serem, finalmente, solicitados, falei n’O Cantinho de São Pedro, a meia dúzia de passos do local onde nos encontrávamos.
A minha sugestão foi aceite, sem reparos.
Estacionámos o carro e preparávamo-nos para atravessar o terreiro, naquele dia vazio, da Feira de São Pedro quando uma figura conhecida apareceu à nossa frente.
E ainda a outra diz que não há coincidências…

A meia dúzia de metros de nós, o António C., de quem tanto tínhamos falado no trajecto do Guincho para cá, passeava um belo galgo.
Pareceu-me que ele não ficara nada surpreendido por nos ter visto, ou então foi só impressão minha, mas depois de meia dúzia de palavras de circunstância apressou-se a despedir, sob a explicação algo esfarrapada de que o cão não parava quieto.

Quando empurrámos a porta do restaurante e passámos debaixo do arco que a emoldura, a Cristina olhou-me nos olhos, com firmeza:
“ Apesar de ingénuo, o Nuno não acredita que foi por acaso que esse seu ‘amigo’ estava ali, pois não?"

Felicidade

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

That´s it

Do not regret growing older,
it is a privilege denied to many.

Sal&Pimenta - Tempero semanal por José Manuel de Sousa


Muito sal e muita pimenta

Dois assuntos de transcendente importância nacional ,quiçá europeia ou quase mundial, ocuparam os diversos meios de comunicação e obrigaram ao gasto de rios de tinta nas tipografias e muitas horas de rádio e televisão.
Imaginem portanto o volume de emissões de carbono que assim foi provocado num momento em que o Tratado de Quioto e afins nos obrigam a espartana contenção e mesmo drástica redução naquelas emissões.

Não podia eu ficar alheio aos casos dado que logo sobre mim recairiam leves suspeitas de desvio intelectual, algo que a “clique” dominante não me perdoaria e logo me poderia votar ao ostracismo.
Estou a escrever sobre dois incidentes desportivos que quase fizeram desaparecer do mapa noticioso a terrível tragédia e inaudito sofrimento no Haiti.
Socos e palavrões no balneário do Sporting e outro tanto no túnel de saída de um campo de futebol, mostraram o fair play nacional. Está tudo dito ?

Enganam-se meus queridos leitores.

Guardei para o fim a surpresa, pois diz-se e muito bem que não há duas sem três.
A maravilha do YouTube revelou um segredo de justiça que a todos encantou !
Escuso de o descrever as reveladas conversas telefónicas tal a difusão que mereceram e bem. Veio reforçar aquilo que já sabíamos, a Justiça está a saque, o celebrado segredo de justiça encaminha-se para o lixo e bem.

Qual a ligação entre estes casos ? Nenhuma !
Apenas servem para nos rirmos do País que amamos e acarinhamos e que não conseguimos endireitar.

José Manuel de Sousa

Conselho da Semana


Não procures o príncipe encantado.

Procura, antes, o lobo mau:
ouve-te melhor,
vê-te melhor e ainda te come.

Enviado pela Quimera

IPad, o novo brinquedo para Adultos


Steve Jobs, o CEO da Apple, apresentou ontem, no 'Apple Event' em São Francisco, Califórnia, a nova engenhoca da empresa que promete revolucionar o mundo da tecnologia: uma mistura de 'smartphone' e computador portátil, que se parece com um iPhone gigante e vai estar à venda a partir de Março, com preços entre 499 e 829 euros.

Depois do iPod, que revolucionou o mundo dos aparelhos pessoais de reprodução de música, a Apple acaba de lançar o iPad, um sistema que promete revolucionar também o mundo dos computadores pessoais. Steve Jobs referiu-se ao iPad, antes do seu lançamento, como "a coisa mais importante que alguma vez fez". Manteve-a no segredo dos deuses até às 18:00h de ontem (hora de Lisboa), quando a apresentou no Yerba Buena Arts Centre, em São Francisco, no estado americano da Califórnia.

"Estes aparelhos devem ser muito melhores para fazer coisas verdadeiramente importantes; senão, não têm razão de ser", justificou Jobs. E quais são essas coisas verdadeiramente importantes? Tudo o que o iPad consegue fazer: navegar na Internet, enviar e receber e-mails, ver fotografias e vídeos, ouvir música, jogar, ler livros. Tudo através da tecnologia 'touch-screen', na ponta dos dedos, sensível ao toque e sem botões.

Especificações do iPad
Espessura: 12,7 milímetros
Peso: 680 gramas
Ecrã: 246,38 milímetros de largura
Processador: 1GHz Apple A4 chip
Memória flash: entre 16 e 64 gigabites
Preços
499 dólares - 16GB, sem 3G
599 dólares - 32 GB, sem 3G
699 dólares - 64GB, sem 3G
(mais 130 dólares por modelo se quiser suporte 3G)

Para saber mais, é Aqui e Aqui ( este vídeo é o oficial e tem 8 minutos)

Uma pandemia da China - Ricardo Araújo Pereira

Aquele "A" da gripe A
é aparentado com aquele
que os espectadores de jogos de futebol
soltam quando a bola bate no poste:
ah! Pensei que era golo...
Com a gripe sucedeu o mesmo.
Gripe ah!, já me foram ao bolso

Divisas provenientes de todo o mundo entraram nas contas bancárias das farmacêuticas por causa da gripe A.
O dinheiro, sabemo-lo bem, é contagioso.
Sobretudo quando é muito, multiplica-se depressa.
Significa isto que, embora de um modo ligeiramente inesperado, cumpriram-se as previsões da Organização Mundial de Saúde: acabou por haver pandemia, mas de moedas e notas.
E infectaram, sobretudo, os bolsos das farmacêuticas.
Haja quem tenha a caridade de nos livrar deste tipo de infecção.

Mas quem diria. Milhares de páginas de jornal a alertar para os perigos da gripe, horas de debates sobre a dimensão da pandemia, panfletos da Direcção-Geral de Saúde a ensinar os portugueses a lavarem as mãos e, segundo se diz agora (designadamente, em milhares de páginas de jornal), a pandemia foi o maior escândalo médico do século.
Nada disto teria sido possível sem as reportagens e os debates.
Mesmo as instruções sobre lavagem de mãos foram essenciais neste processo, para que o nosso dinheiro passasse para as mãos das farmacêuticas irrepreensivelmente limpo.
Se as notas continuassem a ser manuseadas pelas nossas mãos sujas, talvez as farmacêuticas não as quisessem.

Do ponto de vista médico, a gripe A foi uma digna sucessora de outras pandemias que, sendo muito perigosas nos jornais, foram inofensivas, ou quase, na vida real.
Depois da doença das vacas loucas e da gripe das aves, a gripe suína também cumpriu o seu destino: como pandemia foi fraca, mas como negócio foi um achado.
Aquele "A" da gripe A é aparentado com aquele que os espectadores de jogos de futebol soltam quando a bola bate no poste: ah! Pensei que era golo...
Com a gripe sucedeu o mesmo. Gripe ah! Pensei que era mais perigosa.
Por outro lado, também se parece com o ah! dos burlados. Gripe ah!, já me foram ao bolso.
Eu conheço pessoalmente mais sócios do Sporting do que gente infectada pelo vírus da gripe A, o que demonstra bem o falhanço da disseminação da doença.
Se um grupo tão reduzido consegue, ainda assim, ser mais numeroso, dificilmente poderemos chamar pandemia àquilo que aconteceu.
Ainda assim, esperemos que as pandemias continuem a fazer-nos pior ao bolso do que à saúde.
Antes na farmácia que no cangalheiro, como diz o José Mário Branco na célebre canção chamada OMS. Ou FMI.
É mais ou menos a mesma coisa.
Se se fala num ou noutro, o melhor é guardar a carteira.

Ricardo Araújo Pereira in Boca do Inferno ( Visão)

A Capa do Dia


As notícias a nu:
Cutileiro quer tirar barrete à República, pelo que eu conheço do João, ele quer é deixá-la nua...
Orçamento agrava impostos na compra de carros, qualquer dia, andamos todos com uma mão à frente e outra atrás...
Carmona envolve Santana no caso EPUL, o Rei vai nu...
João Paulu II dormia nu, no chão do quarto, ganda maluco...

XVII - Vítima do Big Brother


Mais ou menos em estado de choque ouvi então toda a história que a, cada vez mais, ‘Foxy Lady’ tinha para me contar.
Acontecia que o Comendador Salcedas já era um cliente antigo.
Embora discreta nos pormenores, Cristina lá foi levantando um pouco do véu de alguns dos negócios anteriores, em comum.
O primeiro contacto fora por causa de uns ‘Keith Haring’ que o Comendador queria adquirir, não se importando nada com a veracidade das obras mas sim com o impacto que fariam junto aos inúmeros convidados dos seus jantares, tão ricos e ignorantes como ele.
Não que as cópias, executadas por um basco, a viver algures fora do seu país, fossem de qualidade inferior, dado que até enriqueciam a colecção de um dos mais conhecidos museu espanhol de arte moderna…

Seguira-se o pedido de espionagem junto a uma empresa de vinhos de um seu amigo, rival e concorrente, oriundo da Madeira.
E aí a Cristina concedeu-me um sorriso e uma confidência – este último era também seu cliente, em serviços muito semelhantes aos do outro.

Só há dois meses, fora contactada para uma reunião nos escritórios do Norte, o que até achara estranho porque os seus serviços costumavam ser pedidos com o máximos de discrição, não existindo, na maioria dos casos, qualquer contacto pessoal entre ela e os seus ‘investidores’.

No escritório faraónico do comendador, decorado com imensas obras de arte
( algumas das quais fornecidas a ‘preços módicos’ pela própria Cristina), paredes forradas a madeira e espessas carpetes orientais, foi-lhe., então, pedido que encontrasse um especialista na obra de Hemingway, mas que não estivesse demasiado embrenhado nas ‘capelinhas’ intelectuais.
De preferência, que fosse um bom vivant para quem o dinheiro vivo tivesse importância. Se é que, para alguém, não a tem…

Nessa parte da conversa, senti-me a ser catalogado junto aos tais mercenários de outro tipo de trabalhos, mas, não quis interromper, para que não se perdesse o fio à meada.
“ Depois das minhas pesquisas preliminares, comecei a aparecer na ‘ Estrela do Bairro’ e a observá-lo de longe. Fui ouvindo as suas conversas, falando com a D.Rosa a seu respeito, assim como com vizinhos seus , colegas e amigos…”

Quer dizer que tenho estado, há já imenso tempo, no Big Brother e sem saber de nada…
Cristina deve ter-se apercebido do meu ar amuado, porque sugeriu:
“ Eu não tive direito a um pequeno-almoço reforçado como o seu, o que me diz a irmos comer qualquer coisa?”

Não sei se teria sido a intensidade da conversa, o cheiro a maresia ou o forte vento a fustigar-me a cara, mas na realidade, o estômago já começava a dar sinais…
E, ainda por cima, mesmo ali ao lado, faziam umas Ameijôas à Bulhão Pato e uma Açorda de Marisco, divinais.

Mas, mais uma vez, a Foxy Lady cortou-me as voltas.
“ Então, vamos metermo-nos no carro porque a próxima paragem é em Sintra…"

Adam & Eve, in the Garden of Eden, a long time ago...


Hoje os Adões são o Alberto Montt, o Carlos Estevão, o Jaguar, o Quino, o Vilanova, o Hamid Barhami e o Nani. As Evas perderam, por falta de comparência...