sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Uma figura sinistra

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Trinquei, com força, um novo talo de aipo, que saquei da gaveta.
O sabor ácido e fresco associado ao sonoro ruído estaladiço, ajuda-me a concentrar e eu estou bem precisado disso.
A mulher que está sentada à minha frente, a falar há já algumas horas, tem o condão de me fazer suar das mãos e mexer nervoso na cadeira.
Comecei a prestar mais atenção às suas palavras, quando escutei o nome do marido , Sérgio Cassini.
Sérgio Cassini, apesar de ainda estar na casa dos trinta ou início dos quarenta, é um dos reis do crime organizado mundial.
Droga, prostituição, jogo ilegal, armamento, pornografia, branqueamento de capitais, corrupção de políticos, pedofilía, assassinatos, chantagem - em todas estas áreas, o multimilionário brasileiro tem vastos interesses.
O seu associado principal, embora muitos outros partilhem negócios com ele em vários continentes, é um sérvio ou croata, Velic qualquer coisa, criminoso de guerra condenado à morte, fugitivo do seu país, homem de mil caras e disfarces, senhor de dezenas de personalidades falsas, com, diz-se, centenas de mortes na consciência, se ele possuísse tal coisa.
Suspeita-se, aliás, que as jovens prostitutas que têm aparecido mortas, um pouco por todo o lado, completamente nuas, e retalhadas com sadismo, sejam suas vítimas.
Mas provas não existem, só suspeitas…
A primeira apareceu no Bosque de Bolonha, em Paris.
As mãos presas com um arame enferrujado, entranhado nos pulsos.
Os olhos abertos, numa expressão de pavor.
Apesar de ter apenas 19 anos já trabalhava há três num prostíbulo de Pigalle, propriedade de Velic.
Quando interrogado pela polícia, o mafioso apresentou como álibi ter estado, toda a noite a jogar poker, com o sócio e amigos, no seu luxuoso apartamento da Avenue Foch.
A segunda, foi encontrada quinze dias depois no Parque Eduardo VII, junto à Estufa Fria, com a cabeça esmigalhada por uma pedra ensanguentada caída junto ao cadáver, e igualmente retalhada como a anterior vítima.
Também ela trabalhava como call girl para Velic, que afirmou estar nesse dia, em trânsito, de carro e sozinho, para Madrid.
E foi em Madrid, num quarto imundo de uma pensão usada pelas profissionais de alterne, na Chueca, que a jovem Paquita, de 22 anos, apareceu asfixiada na banheira e, igualmente, retalhada em finos cortes de lâmina, num intricado mapa de diagonais entrecruzadas.
Mais uma vez, Velic foi chamado a depor, já que, de novo, a vítima trabalhava numa das suas sex shops, com cabines para sexo ao vivo, nas traseiras.
Desta feita, afirmou estar na cama com duas jovens conterrâneas que, apesar do parco vocabulário castelhano, se apressaram a corroborar as suas afirmações.
Mas o que mais intrigava as diversas forças policiais que investigavam estes assassínios era a assinatura comum, deixada sempre no local do crime.
Um pequeno galo, de barro, que não ultrapassava os 10cms.
Daí o nome dado a esta série de crimes – os Crimes do Galo.

6 comentários:

  1. Não seria antes uma caneca das Caldas?

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  2. Gosto da explicação e gosto da marca galo.

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  3. Está tudo estragado...vai haver sarilho Moira !
    Prepare-se.
    Quimera, temos de registar a marca.Está ganhando fama.

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  4. Uma caneca...das Caldas, que não ultrapassava os 10cm, Moira?
    Nas caldas é TUDO muito maior!!!

    E Quimera, marca galo, marca galo?!?O som não nos parece nada bem...

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  5. Não gosto de novelas mas desta estou a gramar buéda, como dizem os meus alunos.

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  6. Eh!! Bem-vindos de volta Dois Mosquiteiros!

    Bom, 10 cm de altura, ou comprimento, ou como lhe quiserem chamar, parece-me muito bem... para uma caneca.

    Para outros assuntos, confesso que me ultrapassa.

    Eu é mais bolos...

    E novelas!

    Tivémos as radio-novelas, a foto-novelas, as tele-novelas - e esta?
    Humm...
    Blogo-novela?
    Net-novela?
    E-novela?
    Galo-novela?

    Seja o que for, Galo, proponho que registe a ideia no INPI rapidamente. Cheira-me que vai ser um sucesso!

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