quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Peter Blake, o Rei da Pop British

Peter Blake, aliás Sir Peter Blake, um dos nomes incontornáveis da Pop Art britânica não alcançou a notoriedade Popular( sem trocadilhos) dos seus congéneres do outro lado do Atlântico, com Andy Warhol à cabeça.
Mas, contudo, muitas das suas obras são ícones da Cultura Popular do sec.XX, representando bem os ventos de mudança que pelos idos 60, atravessaram a Grâ- Bretanha, projectando-se, depois, para o resto da Europa e para o Mundo.
E, pelo menos, um trabalho seu toda a gente conhece - a capa do album dos Beatles, Sgt.Pepper Lonely Hearts Club Band.
Blake nasceu em Dartford, no Kent.
Estudou artes gráficas no Gravesend Technical College and School of Art (1946-51) e pintura no Royal College of Art (1950-56, com uma interrupção, entre 51 e 53, para cumprir o serviço militar na RAF).
No período que medeia o fim dos seus estudos no Royal College e o final da década, em que começam a surgir os seus primeiros trabalhos de Pop Art, Blake realiza uma pintura bastante naturalista, com a presença constante de elementos autobiográficos, optando tecnicamente por um jogo entre a construção e a desconstrução da imagem e pela integração de inúmeras colagens nas suas pinturas.






















Entre 1956 e 57 viaja com uma bolsa Leverhulme
para estudar arte popular, pela Holanda, Bélgica, França,
Itália e Espanha, recolhendo material iconográfico
que utilizará posteriormente nas suas colagens.



























Inicia, então, uma série de trabalhos de colagens.
Nestas obras é já visível a criação de um vocabulário muito particular
dentro do espírito da Pop Art, em que Blake procura transmitir
a experiência do consumidor médio da cultura popular .
É a época da utilização de símbolos como a garafa da Coca Cola,
o Rato Mickey, Elvis Presley, entre outros.





























The Love Wall (O Mural do Amor, 1961)
é uma das suas obras mais ambiciosas desta série,
optando Blake por um pouco utilizado
formato horizontal,
com um tratamento próximo do relevo.
Sobre o suporte em madeira (que inclui um fragmento de uma porta), Blake colou várias imagens que incluem a reprodução de uma pintura de Millais, inúmeros postais e recortes de revistas, evocando um painel sobre o qual se colassem imagens favoritas.






















As cores vibrantes, as riscas paralelas, as formas geométricas, povoadas de corações e estrelas, são outra das assinaturas de Peter, perdão, Sir Peter Blake que hoje expõe em exclusivo para os amigos do"Galo". Espero que gostem !!!

7 comentários:

  1. Só que este não lava mais branco... pelo contrário - ao vivo e a CORES!

    Ele há coisas...
    Olhei para o quadro "The Meeting" [não sabia o nome - fui procurar; é o 10º a contar do fundo] porque me fez lembrar o estilo "californiano" do pintor/fotógrafo inglês David Hockney.

    BINGO!

    O quadro intitula-se "The Meeting or Have a Nice Day Mr. Hockney" e tanto este como o próprio Blake se encontram retratados.

    Já agora - passe o pleonasmo - encomendo ao Galo, quando for oportuno, um post sobre este excitante fotógrafo - essa sua faceta é reconhecidameente mais apreciada que a de pintor, embora, como ele próprio afirma, desenhe e pinte com a máquina fotográfica.
    As séries de polaroids são fabulosas!

    Obrigada, Galo, por alargar a minha cultura, todos os dias, um pouquinho mais...

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  2. Moira,talvez eu tenha interpretado mal, mas do seu comentário parece deduzir-se, eu pelo menos deduzi, que o quadro afinal é do David Hockney...
    Na realidade, é mesmo do Peter Blake, foi pintado entre 1981 e 1983, em óleo sobre tela, 99,2cmX124,4cm.

    Quanto ao post acerca do David Hockney, fica desde já prometido...talvez mesmo para este fim de semana.

    Agora quero ver se se põe a pedalar e não aparece por cá.

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  3. É verdade, para as pessoas simples e pouco cultas, como eu, o Galo é um manancial de informação.

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  4. Que confusão...
    O quadro é do Blake, sim.
    Fiz-me entender mal.

    O "estilo" do quadro é que me fez lembrar do Hockney. A enorme coincidência - ou talvez não - é que o Hockney está lá representado!

    Ora, como não acredito em coincidências, tudo me leva a crer que Blake ter-se-á inspirado no "estilo" Hockney (cores-chapa sem degradé, ambientes alegres e urbanos, personagens como que "apanhados" pela click da câmara...) uma vez que representou o próprio pintor/fotógrafo 'californiano'.

    Outra curiosidade é que toda a geometria do quadro é uma homenagem a Gustave Courbet que pintou, 100 anos antes, o famoso "Bonjour Monsieur Courbet", também com três personagens nas mesmas posições, num ambiente rural do sec. XIX.

    As bengalas visíveis aqui são "memórias" desse primeiro quadro.

    A arte é muito complicada... : )

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  5. Quimera, por acaso até há...

    Talvez não british, mas toda a pop-art americana é infinitamente superior, isto vindo de mim, anglófono de carteirinha.

    Quando eu andava por Londres, havia expos 'oh so very interesting and so pop' na Saatchi, o metro era Swiss Cottage, salvo erro.


    Adorei tudo.



    Parabéns pelo post, João. :-)

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  6. Ah, e como dizem no futebol, David Hockney joga numa entirely different
    league.

    Não vão por mim, experimentem tentar comprar um quadro dele, a ver o que vos acontece... :-))

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