1. COMO ANIMAR O AMBIENTE SOTURNO
DE UMA ASSEMBLEIA DE VOTO
Nada mais tristonho que o local onde funciona uma assembleia de voto. As pessoas que integram as mesas permanecem sorumbáticas por largas horas. Os eleitores, esses, entram mudos e saem calados, apenas se lhes vislumbra, esporadicamente, um ténue sorriso de circunstância na ocasião em que se aproximam da mesa para receber ou devolver o boletim de voto.
No entanto, há singelíssimos comportamentos ao alcance de qualquer cidadão que muito poderão contribuir para mudar por completo esse ambiente de pesada circunspecção e fazer da assembleia de voto um local não só animado mas também, se possível, alvoroçado. Ou mesmo frenético.
Eis algumas sugestões:
Apresente-se como inspector da ASAE e informe o presidente da mesa de que terá de multá-lo por inexistência do Livro de Reclamações.
Cite o novo decreto 1x2 barra 09. Em menos de cinco segundos a discussão contestatária alastrará às restantes mesas.
Atingido o grau máximo da vozearia, retire-se com discrição.
Se notar (ou mesmo não notando) alguma situação que lhe pareça irregular, comunique ao presidente da mesa que pretende reclamar junto do provedor dos eleitores.
Reforce com o dito decretozinho, segundo o qual é obrigatória a presença de um provedor dos eleitores em todas as assembleias de voto.
Deverá repetir-se o quadro de alvoroço descrito atrás.
Saindo da cabina, recuse-se a entregar o boletim de voto, alegando que pretende guardá-lo como prova, junto dos amigos, de que votou em branco.
Exija a devolução do BI e do cartão de eleitor.
O presidente argumentará que só depois de o voto entrar na urna irá restituir-lhe os documentos.
Negoceie. Proponha, por exemplo, introduzir um simples papel em branco, «pois irá dar ao mesmo».
A discussão atrairá a atenção de todos os presentes e criar-se-á um óptimo momento de animação.
Num ponto central da assembleia de voto eleve a voz de maneira a ser bem ouvido por todos. Informe:
«Aqui estou, minha gente! Nada me impediria de cumprir o meu dever cívico, apesar de me encontrar infectado com o vírus H1N1!».
Afaste-se o suficiente para não atrapalhar a fuga espavorida do pessoal.
Infiltre-se na última leva de fugitivos, dissimulado sob uns óculos pesados e uma bigodeira postiça.
«Aqui estou, minha gente! Nada me impediria de cumprir o meu dever cívico, apesar de me encontrar infectado com o vírus H1N1!».
Afaste-se o suficiente para não atrapalhar a fuga espavorida do pessoal.
Infiltre-se na última leva de fugitivos, dissimulado sob uns óculos pesados e uma bigodeira postiça.
Pedro Foyos
Jornalista
A seguir: COMO DEVERÁ PROCEDER
QUEM VAI VOTAR PELA PRIMEIRA VEZ
QUEM VAI VOTAR PELA PRIMEIRA VEZ
Logo que descobrir onde pára o meu cartão de eleitor (o que não está realmente alto na minha lista de coisas-a-fazer...) vou seguir esses conselhos todos, obrigado P. Foyos. :-}}
ResponderExcluirCom as Eleições não se brinca...a não ser, alguns políticos!
ResponderExcluirPeço perdão por discordar. ;-)
ResponderExcluirSó tem interesse (e arte...) brincar com coisas sérias.
Brincar com coisas engraçadas é uma redundância, e uma perda.
just my 2 cents...
Falou em politica, cá estou eu com os meus máus figados pois nesta minha caminhada para procurar atingir um centenário daqui a muitos anos, ando perturbado com estas eleições e brincando ou não, tudo o que por aí vai parece acontecido em internato de perturbados mentais.
ResponderExcluirPese embora a distinta opinião de dois conceituados comentadores habituais, o que PF escreveu bem merecia passar à execução, seria o final feliz deste filme de verdadeiro terror em que somos quase obrigados a participar.
Este Portugal não merecia.
Até quando vamos aguentar?
Já aguentamos desde mil centro e troca o passo, ganhamos improvávelmente (quase) todas as guerras em que nos metemos, portanto Zé Manel, a sua questão final, por relevante e emocional que seja, está mais ou menos respondida pelo cálculo das probabibilidades:
ResponderExcluirSempre, pobretes mas alegretes.
What the heck, I could also be wrong...