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Sentada na minha cadeirinha de praia, debaixo do chapéu de sol que o banheiro me entregou ao saber que sou hóspede do Othon, toda besuntada de creme com protecção 40, e com seis ou sete dossiers, que o Márcio Bezerra, da Polícia Federal, me deixara na recepção do hotel, preparei-me para o meu primeiro dia em areias cariocas.
A noite, passada no hotel com um ar condicionado fortíssimo, que nunca consegui baixar, não foi lá dessas coisas.
Senti a falta das correrias dos meus sobrinhos, das discussões futebolísticas dos meus dois irmãos( um é do Porto e outro é do Benfica), das novelas em altos berros que as minhas cunhadas acompanham todos os dias, da gritaria da minha mãe a chamar o gato, os netos, o que calhar.
O que compensou foi o pequeno almoço, não me ajeito a chamar-lhe café da manhã, com imensa fruta, pãezinhos de queijo, goiabada, sumos, ou sucos como eles querem, filê, queijo de minas, eu sei lá…
Depois de ter ligado para a habitação, quarto, digo eu, do meu boss sem obter resposta, saí para rua e fiquei surpreendida com o contraste da temperatura condicionada do hotel e o bafo quente, húmido e pegajoso, com que fui recebida na travessia da Avenida Atlântica, com a praia a meia dúzia de metros.
Agora já bem instalada no areal, imaginei Teo a seguir, conforme combinado, a dondoca da Gabriela pelas ruas desta cidade que, ainda, não percebi ser maravilhosa ou horrorosa.
Ontem quando chegámos e percorremos uma avenida, do Brasil, penso eu, ladeada de fábricas cheias de mau aspecto, foi uma desilusão.
Miúdos, por entre os carros vendiam coca-colas e sandwiches.
A sujidade cobria a artéria e as paredes de todos os edifícios, a poluição tornava o ar quase irrespirável.
Depois entrámos num grande túnel, o motorista chamou-lhe Rebouças, e fomos desaguar na Lagoa Rodrigo de Freitas que achei uma beleza.
Prédios modernos e com bom aspecto a envolver uma grande lagoa onde se praticava uma diversidade grande de desportos.
O Hotel também não me desiludiu. Antigo, mas em boas condições, com uma excelente localização e uma vista soberba para toda a praia de Copacabana.
O Copacabana Palace, onde o casal Cassini and friends está hospedado fica uns quarteirões mais abaixo e o Teo, depois de ter comido qualquer coisa numa pizzaria por ali, quis ir reconhecer o terreno.
Lá fomos, avenida abaixo, como tantos outros casais o faziam na noite quente, com o Teo a olhar guloso todas as morenas que passavam, rebolando as ancas e com trajes, digamos, muito reduzidos.
Umas oferecidas, estas brasileiras, pensei para comigo…
O Copacabana Palace é imponente mas, àquela hora, a nossa vigília não iria adiantar nada.
Cansada, regressei ao nosso hotel, enquanto o Teo disse que iria andar um pouco mais. A ele, percebo-o eu bem…
Abri o primeiro dossier – Miltinho do Pagode.
Pais desconhecidos, no reformatório pertencia a um gangue conhecido como a Turma do Galo Doido.
Do Galo? Interessante…
Sentada na minha cadeirinha de praia, debaixo do chapéu de sol que o banheiro me entregou ao saber que sou hóspede do Othon, toda besuntada de creme com protecção 40, e com seis ou sete dossiers, que o Márcio Bezerra, da Polícia Federal, me deixara na recepção do hotel, preparei-me para o meu primeiro dia em areias cariocas.
A noite, passada no hotel com um ar condicionado fortíssimo, que nunca consegui baixar, não foi lá dessas coisas.
Senti a falta das correrias dos meus sobrinhos, das discussões futebolísticas dos meus dois irmãos( um é do Porto e outro é do Benfica), das novelas em altos berros que as minhas cunhadas acompanham todos os dias, da gritaria da minha mãe a chamar o gato, os netos, o que calhar.
O que compensou foi o pequeno almoço, não me ajeito a chamar-lhe café da manhã, com imensa fruta, pãezinhos de queijo, goiabada, sumos, ou sucos como eles querem, filê, queijo de minas, eu sei lá…
Depois de ter ligado para a habitação, quarto, digo eu, do meu boss sem obter resposta, saí para rua e fiquei surpreendida com o contraste da temperatura condicionada do hotel e o bafo quente, húmido e pegajoso, com que fui recebida na travessia da Avenida Atlântica, com a praia a meia dúzia de metros.
Agora já bem instalada no areal, imaginei Teo a seguir, conforme combinado, a dondoca da Gabriela pelas ruas desta cidade que, ainda, não percebi ser maravilhosa ou horrorosa.
Ontem quando chegámos e percorremos uma avenida, do Brasil, penso eu, ladeada de fábricas cheias de mau aspecto, foi uma desilusão.
Miúdos, por entre os carros vendiam coca-colas e sandwiches.
A sujidade cobria a artéria e as paredes de todos os edifícios, a poluição tornava o ar quase irrespirável.
Depois entrámos num grande túnel, o motorista chamou-lhe Rebouças, e fomos desaguar na Lagoa Rodrigo de Freitas que achei uma beleza.
Prédios modernos e com bom aspecto a envolver uma grande lagoa onde se praticava uma diversidade grande de desportos.
O Hotel também não me desiludiu. Antigo, mas em boas condições, com uma excelente localização e uma vista soberba para toda a praia de Copacabana.
O Copacabana Palace, onde o casal Cassini and friends está hospedado fica uns quarteirões mais abaixo e o Teo, depois de ter comido qualquer coisa numa pizzaria por ali, quis ir reconhecer o terreno.
Lá fomos, avenida abaixo, como tantos outros casais o faziam na noite quente, com o Teo a olhar guloso todas as morenas que passavam, rebolando as ancas e com trajes, digamos, muito reduzidos.
Umas oferecidas, estas brasileiras, pensei para comigo…
O Copacabana Palace é imponente mas, àquela hora, a nossa vigília não iria adiantar nada.
Cansada, regressei ao nosso hotel, enquanto o Teo disse que iria andar um pouco mais. A ele, percebo-o eu bem…
Abri o primeiro dossier – Miltinho do Pagode.
Pais desconhecidos, no reformatório pertencia a um gangue conhecido como a Turma do Galo Doido.
Do Galo? Interessante…
Então agora o suspeito é o Miltinho? Não era nesse que eu estava a pensar...
ResponderExcluirEsse seu Varela é cheio de jogo.
ResponderExcluirPareceu-me ler que vive em São Paulo , mas tem muito da malandrice carioca, ou estarei enganada?