Começo por dizer que tenho, e cada vez menos, pouco de patriota, nacionalista e essas coisas. Sou um cidadão do Mundo, presunção, e as fronteiras deste rectângulo, há muito que não são os meus limites.
Continuo por afirmar que amo o Brasil, no geral, e o Rio, no particular, como amplamente o tenho demonstrado, neste mesmo lugar. Os três anos que lá vivi imprimiram uma mudança radical e profunda na minha maneira de ser, de encarar avida, de me relacionar com os outros.
Posto isto, não posso deixar de referir que as chamadas "piadas de Português", que os brasileiros, principalmente os cariocas, contam a toda a hora, me incomodavam. Entrar numa sala e ouvir, durante horas, anedotas em que os "patrícios", como eles nos chamam, são burros que nem um calhau, acaba por nos deixar à beira de um ataque de nervos...
Mas essa atitude preconceituosa a nosso respeito tem um aspecto positivo, eu vejo sempre a garrafa meio cheia - faz-nos pensar o que sentirão os negros, os alentejanos, as mulheres condutoras, as louras...perante as nossas graçolas, que até são ditas "na brincadeira", "com ternura" e por aí fora...
A Maitê Proença, actriz de cara bonita, com dicção de menina mimada, não faz mais do que verbalizar os preconceitos brasileiros a nosso respeito - que somos pouco inteligentes, trabalhadores esforçados, bota esforçados nisso, mas que não devemos muito à massa cinzenta ( somos mais voltados para a massa das padarias ). O mal deste tipo de coisa é que só serve para exacerbar os ânimos contra os brasileiros locais, generalizar e responder com mais ideias preconcebidas a uma infelicidade de uma actrizinha medíocre, que só a compromete e não corresponsabiliza os milhares de brasileiros boas praças que por cá ganham o seu sustento.
Não se esqueçam disso...
Vídeo enviado por Mário Ortet
Mário Ortet por muito que amemos o Brasil e esse também é o meu caso, este video da Maité enojou-me demais.
ResponderExcluirNão há desculpas para esta atitude de quem depois vem a Portugal toda dengosa, lamber-nos as botas.
Os milhares de honestos e trabalhadores brasileiros que por cá temos ( e eu tenho conhecido muitos) não merecem ser julgados por esta pateta convencida e ainda por cima burra.
O texto é do próprio Galo, percebe-se...
ResponderExcluirQue, de facto, não venham a sofrer o preconceito os honrados e esforçados trabalhadores brasileiros que por cá vivem [alô Francisca!, alô Diene! alô Denyse!].
E que os Wellington Nazaré's desta vida [BES, lembram-se?] não se lembrem de nos mudar a opinião - genericamente boa - que temos do povo brasileiro.
Tive o cuidado de escrever, "Vídeo" enviado por Mário Ortet.
ResponderExcluirLogicamente que o texto, como acontece com todos os que não estão assinados ou com a referência enviado por ( caso de anedotas ou historietas como a do Mosquito) são da autoria, e responsabilidade, do "Galo".
Sem mais...
Não alcancei bem essa amargura toda.
ResponderExcluirAté achei graça ao video.
:-)
Não acho nem que a Maitê (Maria Teresa) seja uma actriz de segunda, nem que tenha sido particularmente ofensiva. Deve ser defeito meu...
:-(
Um ano e picos de Brasil, é claro que também levei com piadinha de português, e então no Rio (e em Minas... nóis levou todo o ouro do rio Jequitinhonha e fez um baita convento em Mafra c'os provento, sabia ??) faz absolutamente parte... e mal ou bem também funka como icebreaker, a gente vai levando... e tem caldo de mocotó toda a quarta-feira em Humaitá.
O que provávelmente nunca aconteceria cá é brasileiro contando piada sobre brasileiro, como faziam a certo ponto os meus coleguinhas da UNB (Brasília).
Eis uma, ao calhar:
Quando Deus feiz esse mundo aí, e feiz o Brasil, os anjos se deram de se revoltá, e numa colêtiva se chegaram a ele, e um falou:
"Oh Deus pô ! Então tu fais esse mundão e tu põe só nesse país, ouro, petróleo, pedra preciosa, soja, boi, essa paisage...
Tu não acha que tá ficando um pouquinho injusto pr'os outros não ??"
Aí Deus se virou p'ro contestante, sorriu de orelha a orelha, e falou:
"Tu ispera só p'rá vê a merda de povinho que eu vou botar aí..."
É assim.
:-]]
Independentemente da grosseria expressa no video leiam o comentário do Pedro Rolo Duarte no seu blog (acesso directo pelo Galo). É que a coisa já se passou há 2anos, mas só agora demos por isso. Vá-se lá saber porquê.
ResponderExcluirO Alvega tem o mesmo ponto de vista do Miguel Sousa Tavares que também saiu a terreiro a defender a piquêna, dizendo que ela é uma grande actriz e grande escritora. Opiniões. Respeitáveis, como todas...
ResponderExcluirAgora que o vídeo para ser passado em horário nobre na televisão , o que não é bem o mesmo que contar uma piada numa roda de amigos, não é muito elegante, lá isso não é...
Quatro pastelzinho, Maitê?
ResponderExcluirVocê tem carência afetiva, moça...
Falta de homem ou mulher, garota?
Fala com seu Manuel, no boteco da esquina!
Também não me senti ofendida com a ignorância da actriz(pinheiros? mar? o 3 ao contrário...), agora que aquela cuspidela na fonte é nojenta, lá isso é.
ResponderExcluirMas ao fazermos um escândalo nacional de uma coisa passada há dois anos, não estamos a dar razão à teoria de que somos um bocado esquisitos?
Um bocado... é favor.
ResponderExcluir:-(
A mim que sou do campo ensinaram-me que "quem não se sente não é filha de boa gente".
ResponderExcluirFazer disto uma Cruzada,tipo a da outra contra os espanhóis, acho ridículo, mas que da próxima vez que ela viesse apresentar um espectáculo a Portugal lhe fizessem qualquer tipo de boicote, achava bem.
A começar pelos empregados do Hotel onde ela ficar que aqui ficaram nas ruas da amargura...
Como diriam os nossos irmãos, não percebi o fuzuê... (excepto a parte final de cuspir na fonte)
ResponderExcluirConcordo plenamento com o texto do Galo. E subscrevo.
Ou andam aqui outros interesses (políticos, normalmente) para agora nos preocuparmos com isto ou não temos nada para fazer...
Alguém me faz um desenho? Como se eu tivesse 3 anos...
Tem graça que senti exactamente o que expressou, bem, a MTH:
ResponderExcluir- aquela cuspidela na fonte é impossível de tolerar.
Como sempre, antes de achar o que quer que seja, perguntei-me o que "eu faria":
_De facto, consigo imaginar-me a parodiar um 3 ao contrário porque - ignorância minha - também não sabia que se tratava de um símbolo esotérico;
_Ignorâncias? Tenho muitas. Quantos anos durou a ditadura militar no Brasil? Sei lá! Rrecordo-me que acabou em 85, se a memória não me falha...
_Agora, não me estou a ver "cuspir" no tanque cá de casa, no Rossio, nos Jerónimos e muito menos num país estrangeiro.
Aliás, cuspir, em si, já é um acto tão boçal que só mesmo as circunstâncias extremas o desculpam.
A esse propósito, recordo-me que, certo dia, a meio de uma aula, entrou-me um mosquito na boca enquanto falava - e aí foi para o lado que estava virada... Mas não me deixei filmar e muito menos passar na TV nacional.
"Quantos anos durou a ditadura militar no Brasil?"
ResponderExcluirVocê quer mesmo saber ??
Durou de 1964 a 1985.
E não era mole não...
Não sendo agradável de ver…o que me intriga é o vídeo circular na mesma semana, ou muito próximo, do movimento anti-anuncio do Pingo Doce realizado por uma empresa de publicidade brasileira.
ResponderExcluirO já chamado de "Maitêgate" está a dar que falar. A seguir de tantas eleíçoes...dá para relaxar e falar de outras coisas. Quanto ao anúncio do Pingo Doce, referido pela Isa, por tão exaustivamente apresentado na rádio e na televisão…o que inicialmente parecia ter a sua graça já começa a cheirar mal.
ResponderExcluirVolta Maitê, estás perdoada...
ResponderExcluirOra olhem aqui, e disfrutem.
(Thks. Gato)
Lá em cima, quis dizer que tinha a mesma opinião da MCM a propósito da nojice da cuspidela...
ResponderExcluirAs minhas desculpas pelo lapso, MCM e MTH.
A propósito da polémica do anúncio: o que é que se reclama, mesmo?
Nunca vi esse anúncio, portanto estou perdoado. (Não passa na BBC nem na Euronews)
ResponderExcluirNão me sinto bem na companhia do MST, um escritor tonto, um jornalista com graça, uma pesoa idiota.
:-)
Mas hoje ouvi a Clara F.A. sobre o assunto (e eu nem sequer gosto dessa gaja, continuo inocente...) e ela pensa o mesmo que eu, e ela é tudo menos parva, valha-nos (_______preencher aqui)
Acho que me safei, pela esquerda baixa, ou pela direita alta, ou por aí no meinho.
:-))