Tenho para mim que só existem amores correspondidos.
O Amor alimenta-se do próprio amor.
Aquela imagem romântica do desgraçado que escreve poemas, na solidão da mansarda, para a sua amada que nem se apercebe da sua insignificante presença, não colhe credibilidade, pelo menos para mim...
A donzela que suspira lânguidos lamentos pelo machão que chega tarde e a más horas para a desprezar ou dar-lhe sovas monumentais, não tem nada a ver com o Amor, no significado e sentir que eu tenho dele...
Podemos apelidar esses sentimentos, alguns até merecedores de estudo aprofundado, de solidão, masoquismo, autocompaixão, falta de segurança, o que lhes quisermos chamar, mas guardem o Amor para outros campeonatos.
O Amor tranquilo ou o Amor arrebatado, o Amor intelectual ou o sensual, o feito de companheirismo ou de cumplicidade, o das gargalhadas claras ou das lágrimas compartilhadas é um sentimento que só tem razão de ser quando vivido a dois.
Quando tudo o que damos se reflecte naquilo que se recebe.
Quando o objecto amado e nós próprios se confundem numa imagem única.
Quando o prazer de um é o prazer do outro.
Senão é, deve ser, o mesmo que fazer amor, ou sexo, com uma boneca insuflável.
Sem termos resposta, sem sentirmos qualquer participação do outro.
Nesses casos ( felizmente nunca estive numa situação dessas) é melhor partir para outra...
A voz popular diz que há mais marés que marinheiros.
Todos temos várias oportunidades, diversas opções, destinos que podemos alterar.
Se não estamos bem, devemos mudar...
Pode ser que um novo Amor, o verdadeiro Amor, esteja à nossa espera.
Porque amar é dar. Mas é também receber...
PS: Este texto surgiu-me nesta bela e ensolarada manhã de Domingo, de céu bem azul e pássaros ao desafio no jardim, perante o desinteresse geral instalado entre os comentadores.
Uns por excesso de trabalho, outros por excesso de falta de trabalho, uns por preguiça e comodismo, outros porque não estão para isso.
E também certamente por falta de motivos de atracção no próprio blog...
Mas será a análise dos porquês o mais importante?
Façam a leitura que quiserem do texto acima.
Possivelmente, a conclusão é essa mesma...
domingo, 28 de março de 2010
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Para mim a parte crítica de comentar os teus textos, João, é, a mais das vezes, conseguir dizer o que de óbvio tu escreves, com a tinta que eu gostaria de ter também. Porque, muitas das vezes, escreves aquilo que eu também sinto, penso e vivo.
ResponderExcluirUm texto que traduz na perfeição a essência do amor. Amar é sentir na felicidade do outro a própria felicidade.
ResponderExcluirEu por mim, e sobre o asunto em epígrafe, prefiro abster-me e deixar falar este senhor aqui ...
ResponderExcluir;-)