Quando comecei a trabalhar, a pátria precisava de ser salva dos desvarios do PREC e por isso pagámos mais impostos.
Depois, nos anos 80, houve um choque petrolífero, salvo erro, e tivemos de voltar a salvar a pátria.
Veio o FMI, ficámos sem um mês de salário e pagámos mais impostos.
Mais tarde, nos anos 90, houve mais uns problemas e lá voltámos a pagar mais, para a pátria não se afundar.
Por alturas do Governo de Guterres fui declarado 'rico' e perdi benefícios fiscais que eram, até então, universais, como o abono de família.
Nessa altura, escrevi uma crónica a dizer que estava a ficar pobre de ser 'rico'...
Depois, veio o Governo de Durão Barroso, com a drª Manuela Ferreira Leite, e lembraram-se de algo novo para salvar a pátria: aumentar os impostos!
Seguiu-se o engº Sócrates, também depois de uma bem-sucedida campanha (como a do dr. Barroso) a dizer que não aumentaria os impostos.
Mas, compungido e triste e, claro, para salvar a pátria, aumentou-os!
Depois de uma grande vitória que os ministros todos comemoraram, por conseguirem reequilibrar o défice do Estado, o engº Sócrates vê-se obrigado a salvar a pátria e eu volto a ser requisitado para abrir mão de mais benefícios (reforma, prestações sociais, etc.), e - de uma forma inovadora - pagando mais impostos.
Enquanto a pátria era salva, taxando 'ricos' como eu (e muitos outros, inclusive verdadeiros pobres), os governantes decidiram gastar dinheiro.
Por exemplo, dar aos jovens subsídios de renda... por serem jovens; ou rendimento mínimo a uma pessoa, pelo facto de ela existir (ainda que seja proprietária de imóveis); ou obrigar uma escola pública a aguentar meliantes; ou a ajudar agricultores que se recusam a fazer seguros, quando há mau tempo; ou a pedir pareceres para o Estado, pagos a peso de ouro, a consultores, em vez de os pedir aos serviços; ou a dar benefícios a empresas que depois se mudam para a Bulgária; ou a fazer propaganda e marketing do Governo; ou a permitir que a Justiça seja catastrófica; ou a duplicar serviços do Estado em fundações e institutos onde os dirigentes (boys) ganham mais do que alguma vez pensaram.
E nós lá vamos salvar o Estado, pagando mais.
Embora todos percebamos que salvar o Estado é acabar com o desperdício, o despesismo, a inutilidade que grassa no Estado.
Numa palavra, cortar despesa e não - como mais uma vez é feito - aumentar as receitas à nossa custa.
Neste aspecto, Sócrates fez o caminho mais simples.
Fez exactamente o contrário do que disse, mas também a isso já nos habituámos.
Exigiu-nos que pagássemos o défice que ele, e outros antes dele, nunca tiveram a coragem de resolver
Henrique Monteiro, Director do Expresso
sábado, 20 de março de 2010
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Plágio.grito eu !
ResponderExcluirAfinal Henrique Monteiro copia aquilo que os mais esclarecidos juntamente com os mais desprotegidos, clamam desde que o pinóquio nos persegue com sua comprvada incapacidade para governar.
Não é de estranhar tanto erro acumulado pelos pseudo governantes, pois um "canudo" não lhes ensinou nem a beber chá nem a conviver com a realidade do mundo empresarial, a agricultura de qualquer dimensão e as dificuldades de quem luta pela sobrevivencia de cada dia.
A despesa pública atingiu niveis inimagináveis e parece estar descontrolada.Por outro lado ninguem compreende que o que era imprescindivel para o pinóquio há pouco mais de 3 meses agora está definitivamente posto de lado, tgv, autoestradas,aeroporto, etc.
Pode -se acreditar nestes homems, nestes governantes?