O filme Estado de Guerra, com vários Óscares, explica-nos (mas julgo que essa não era a intenção da realizadora) a maior das razões para a Guerra do Iraque se ter deixado arrastar.
O filme conta o quotidiano de uma equipa de minas americana em Bagdade.
O trabalho dela é desarmadilhar as bombas que os terroristas espalham na cidade.
Às dificuldades próprias daquele trabalho infernal junta-se um certo espírito dos combatentes americanos que inibe o sucesso.
O filme abre com a morte do chefe da equipa quando um comerciante, mirone da acção de neutralizar uma bomba, a acciona por telemóvel.
Dias depois, a mesma equipa, com novo chefe, está a desarmadilhar bombas num carro perto de uma escola.
Deve ser uma tensão terrível estar debruçado sobre a morte, dependente de um pequenino gesto errado.
Pois a equipa, além das bombas, passa minutos preocupada com um barbudo que, de uma varanda, filma e telefona (ver a cena inicial...), apesar dos gestos que os soldados lhe fazem.
Só gestos, não um tiro.
Esquisita é a guerra - e perdedora - quando não se assume como guerra.
Pareceu-me ver o filme, ontem, na discussão do PEC no Parlamento.
A equipa - Governo e oposição - que quer desarmadilhar a crise, ainda não percebeu que o que tem de ser feito, tem de ser feito.
Na guerra não se brinca.
Ferreira Fernandes in Um ponto é tudo ( Diário de Notícias)
sexta-feira, 26 de março de 2010
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Na verdade, na guerra não se brinca mas na nossa politica parece que vemos o recreio de um infantário !!!
ResponderExcluirE onde não se mudam as fraldas, tal o cheirinho...