Com um aperto de mãos se sela um negócio de milhões.
Com um murro se põe KO o campeão do mundo.
Com uma festa no rosto, um afago no cabelo, se inicia um romance.
Com gestos ritmados dirige-se uma orquestra.
E com outros mais autoritários comanda-se o trânsito.
São as mãos que seguram o bisturi que salva vidas,
o pincel que pinta uma obra prima,
a régua com que se projecta um novo edifício,
a colher com que se mexe a sopa,
a agulha com que se cose a roupa,
a esferográfica com que se escreve a redacção,
a espingarda com que se vai para a guerra.
Com as mãos amassamos o pão e o barro.
Com as mãos fazemos magia e roubamos carteiras.
Com as mãos rezamos e fazemos o V da vitória.
Com as mãos viajamos à boleia e ilustramos palavrões.
Com as mãos pedimos a conta ou outra rodada.
Com as mãos fazemos Amor.
Com as mãos podemos dar Vida, e dar Morte.
Prazer e sofrimento.
Prémio e castigo.
Com as mãos produzimos trabalho.
Mas, também, destruimos.
Limpamos e sujamos.
Despedimo-nos com um aceno.
Escondemo-las nos bolsos.
Chamamos a atenção.
Injuriamos os outros condutores.
Assinamos cheques.
Damos esmolas e coçamos a orelha.
Sem mãos não haveria pirâmides nem lutas.
Não se plantariam flores nem se colheriam os frutos.
Não telefonaríamos aos outros, nem folhearíamos um livro.
Sem mãos, não existiria Humanidade.
domingo, 18 de abril de 2010
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Yep !
ResponderExcluirMãos
ResponderExcluirCôncavas de ter
Longas de desejo
Frescas de abandono
Consumidas de espanto
Inquietas de tocar e não prender
(Sophia de Mello Breyner)
E o que as mãos podem dizer sobre as pessoas...
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