Sal&Pimenta - Tempero semanal por José Manuel de Sousa

SPÍNOLA

Foi editada recentemente uma completa, extensa e bem documentada biografia do Marechal António de Spínola, onde ficam bem patentes as suas inimitáveis características de um militar excepcional.

A leitura atenta e o conhecimento do que agora se verifica com o tão falado problema dos submarinos, levam-me a escrever estas linhas para mais uma vez todos pensarmos um pouco na necessidade de cada macaco se manter no seu galho, expressão popular mas que no caso bem serve os meus intentos.

O Marechal quando decidiu enveredar pelo mundo da politica, viu o seu nome e a sua fama destruídos em poucos meses, acabando por sofrer perseguições inimagináveis para quem enfrentou balas, de pé e sem protecção de qualquer espécie.

Nos tempos presentes vejo com espanto, políticos feitos à pressa e nunca tendo sequer obtido informação básica sobre as Forças Armadas e especialmente sobre a Marinha e sua imprescindível missão, arrogam-se no direito de atacar a decisão de adquirir novos submarinos.

Que se discutam e se investiguem eventuais problemas sobre as contrapartidas, tal é totalmente aceitável, agora colocar em duvida a necessidade dos submarinos brada aos céus e revela a absoluta ignorância sobre a imperiosa necessidade de vigiarmos e defendermos a incomensurável riqueza da nossa ZEE que já hoje sendo de 1.700.000 quilómetros quadrados, poderá em breve ter mais cerca de 2 milhões de quilómetros quadrados.

Pensar que os submarinos só servem para combater, é mesmo erro da ignorância ou da politiquice de alguns que não querem olhar para as Forças Armadas como uma despesa necessária e escola de desenvolvimento tecnológico mas também de virtudes, bastante ausentes na sociedade civil.
E quem isto escreve, nunca foi militar.