quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Memória de Adriano

A morte prematura, oito anos após o 25 de Abril porque tanto esperara, e a existência de um nome com a força e importância de José Afonso, fizeram com que Adriano Correia de Oliveira não tenha tido o reconhecimento que, no nosso entender, merecia.




Aqui fica uma pequena chamada de atenção do"Galo"para uma das vozes mais puras e claras da nossa Música Popular.









Adriano Correia de Oliveira nasceu em Avintes, em 1942, e anos mais tarde estudou Direito em Coimbra, tendo sido solista do Orfeon Académico e nome importante do Fado de Coimbra.
Enveredou depois pela Música de Intervenção desafiando a Censura, em contínuos ataques ao Estado Novo, que de Novo só tinha o nome.
O seu maior êxito de sempre foi a Trova do Vento que passa sobre um poema de Manuel Alegre ( ver post seguinte).
Em 1967, gravou O Canto e as Armas, também do mesmo Poeta, com o qual ganhou o Prémio Pozal Domingues.

Depois do 25 de Abril,
seria editado Que Nunca Mais,
com textos do escritor Manuel da Fonseca,
e Correia de Oliveira eleito
pela revista inglesa Music Week,
Artista do Ano.
Foi também nesta altura que, com outros músicos
fundou a Cooperativa CantaAbril,
com a qual rompeu pouco antes da sua morte,
aos 40 anos de idade.
(na foto acima pode ver-se Adriano, com Barata Feyo, José Jorge Letria,
Vitorino, Manuel Freire,Fausto e Zeca Afonso).

4 comentários:

  1. Este tipo de cantores onde se podem incluir José Mário Branco, Fausto e Sérgio Godinho , eram os preferidos dos meus pais, por isso ouvi-os até à exaustão o me deixou bastante imune aos seus encantos.
    Em contrapartida o título deste post fez-me vir à memória o extraordinário "Memórias de Adriano"de Marguerite Yourcenar em que o narrador descreve o seu amor por Antínoo como"esse jogo misterioso que vai do amor de um corpo ao amor de uma pessoa".Fantástico.
    Aproveito para enviar os meus parabéns e pedir mais referencias à Ópera,Teatro e Música erudita.Mas no geral tenho gostado bastante do que tenho lido, e visto.Continuem assim.

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  2. Será que, finalmente, este Adriano é o nosso Amigo Zé Manel?!

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  3. Estimada Contessa, embora sem conhecer esse seu amigo Zé Manel posso garantir-lhe que não sou eu.Lamento...

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  4. Não lamente.
    Também lhe posso garantir que poder ser confundido com o meu Amigo Zé Manel é, sem margem para dúvidas, o melhor elogio que lhe posso fazer...
    E não me leve a mal este equívoco. Mas pela faixa etária, pela Escrita e pelos gostos (que são, igualmente, muitos dos meus) pareceu-me mesmo que era ele a "querer disfarçar"...

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