O Menino Birrento e a Prenda do Tio

Era uma vez, num País da Brincadeira

também conhecido como o Regabofe Country,

um menino de calção e cabelho grisalho

que não gostava nada de ser contrariado.

Quando alguma pessoa o fazia, meninos da outra Escola,

primos desavindos (...mesmo que Alegres!),

o Chiquinho sacristão, o Paulinho do(s) mercado(s)

ou a austera Tia Manuela,

logo o Zezinho, assim se chamava o nosso herói,

ficava com o beicinho a tremer, elevava a voz

e desatava num berreiro que só era apaziguado

com presentes variados.

Como tinha um Tio rico, era a ele que cabia

satisfazer os caprichos do Sobrinho.

"- Quelo um Comboio, quelo um Comboio munta rápido!"

esganiçava-se o petiz.

Logo o Tio, sacava um TGV da cartola.

E a adorável criancinha a bater com os pés no chão:

" - Queo bincar cus Aviões!"

No dia seguinte, o Tio entrava casa dentro

com um Aeroporto completo, debaixo do braço.

"-Queres que o ponha na sala ou no quarto?"

Ainda indeciso com a localização do aeroporto,

já o jovem mimado gritava, entre dois soluços:

"- Agóa quéo o maior Shopping da Península, e rápido!"

O Tio coçou a cabeça preocupado, aquilo ia ser bem mais difícil...

Mexeu os cordelhinhos, moveu influências, enviou mails e faxes

e, por fim, lá conseguiu oferecer ao Sobrinho querido,

o que ele tanto queria.

Mesmo na data limite...

Agora, passados tantos anos, andam a chatear o Tio

por manobras menos lícitas, nesta negociação.

Moral da História:

Quem tem Sobrinhos tem Cadilhos.