quarta-feira, 13 de maio de 2009

O vírus da Gripe A e "A Guerra das Estrelas"



A globalização humana caminha a par com a globalização viral.
Na Idade Média os vírus viam-se na contingência de viajar de trem.
Um vírus do século XXI já não viaja de trem.
Apanha um avião num continente e, passadas horas, apeia-se num outro continente sem nada declarar ao pessoal alfandegário.
Pelo caminho vai picando o ponto numa catrefa de nacionalidades, rumos, destinos...
Admirável mundo novo.

Por que criou Deus os vírus?
A resposta a esta pergunta poderia gerar uma biblioteca inteira.
Fiquemo-nos pelo primeiro parágrafo do preâmbulo, recorrendo ao Génesis:
«... Cada bicho da terra, cada pássaro do céu, e tudo aquilo que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar – na tua mão eles estão entregues.»
Significativamente não foram mencionados os vírus, atenta a disparatada inclusão dos mesmos na classe dos bichos, e o facto de não se moverem sobre a terra e também, em definitivo, não serem pássaros nem peixes.
Conclusão: já naquele tempo os vírus estavam fora do controlo do próprio Criador.
Em consequência era-lhe impossível entregá-los à mão humana, o que seria, repare-se, um acto mais próprio do demo.



Aludimos à "Guerra dos Mundos" no anterior texto desta série didicada ao agente viral de que se fala.
Foi-lhe atribuída a designação de "H1N1", um nome que parece inspirado nas impagáveis personagens robóticas de outra épica ficção científica, "A Guerra das Estrelas".
Lembram-se do rotundo "r2d2" e do luzente "C-3po"?
Pois deixaram descendência maléfica.
Trágico que este não seja um novo filme
de George Lucas.
O filme é agora bem real, transmitido em directo nos tele-jornais.
Não entram em cena robots paródicos.
Dark Vader esconde-se sob a máscara da invisibilidade absoluta.






Pedro Foyos
Jornalista
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3 comentários:

  1. Acaba hoje a série, não é ?
    Valeu a pena, abordagens diferentes de um assunto actual.
    Qual é o próximo tema ?

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  2. Vê-se que é profissional da coisa. Muita razão e pouca emoção, e nós por estes lados, estamos habituados ao contrário...
    Mas é interessante como contraponto.

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