domingo, 31 de maio de 2009

A Justiça é Cega

Pais Biológicos ? Pais Afectivos ? Dura Lex sed Lex? Como é que é ?

Cartoon de Henrique Monteiro

4 comentários:

  1. Cada caso é um caso, embora a Justiça tenha que ser igual para todos.
    Como sair deste impasse?

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  2. Lá vou eu despertar a ira de alguns mas não me importo nem tenho receio.
    Como pode haver boa, humana e inteligente Justiça se as leis estão desajustadas e os juizes são na 1ª Instancia, jovens recem formados ssm qualquer conhecimento e experiencia da vida real?
    E assim vão envelhecendo no seio de um estanque e intocável corporativismo.
    As criticas surgem de todos os lados e tudo cntinua na mesma.
    É triste, muito triste.

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  3. Mais que cega, a Justiça tem de ser humana.

    Tive duas experiências profissionais nesta área. O suficiente para entender o funcionamento dos Tribunais de Menores, Serviços de Adopções e Acolhimento Familiar, a OTM (Organização Tutelar de Menores)...

    O suficiente para concordar com PG. Cada caso é um caso. O suficiente para questionar, como diz o Zé Manel, se as leis estão desajustadas ou se é a sua aplicação que está enferma.

    O que vivi nessas experiências diz-me que o interesse da Criança tem de ser o que prevalece. É o que diz a OTM. É o que diz a Convenção sobre os Direitos da Criança. É que diz o bom senso… Então se todos o dizem, porque falha? Porque temos magistrados inexperientes? Porque existe corporativismo? Porque não temos recursos humanos suficientes que acompanhem as famílias disfuncionais?

    Porque falha o sistema de protecção social às crianças? Eu desconfio que por causa de um bocadinho de tudo….

    Podia contar algumas histórias sobre crianças como as Joanas, Esmeraldas e Alexandras deste país. E outras mais felizes. Mas hoje, Dia Mundial da Criança, lembrei-me de uma em particular.

    Após um ano de cumplicidades criadas com uma criança de 6 anos, que por circunstâncias que agora não interessam estava a viver com uma família de acolhimento, tinha chegado o momento de me despedir. O meu trabalho ali tinha acabado. Como despedir-me sem que isso representasse mais um final, mais um abandono, na vida daquela criança?

    Contei-lhe a história de um Principezinho que cria laços com uma Raposa… Ouviu-me com uma atenção quase sobrenatural. No final, perguntou-me: “Mas tu és de outro planeta?”. A pergunta doeu-me. Ainda hoje dói. Mas percebi que ele tinha entendido. Eu ia embora, mas o essencial é invisível para os olhos. E às vezes imagino que ele olha para o céu à procura da minha estrela e espero que o que construímos juntos durante um ano lhe tenha trazido alguma esperança no Ser Humano.

    Pais biológicos ou afectivos? Afectivos. Sem hesitações. O sistema falha. E muito. Às vezes temos pais biológicos com muita vontade de serem afectivos e que num determinado momento não o conseguem. É verdade. Mas o que não pode acontecer é que mais tarde se hipoteque o afecto de uma criança, para dar uma oportunidade a uns pais que não o puderam ser, porque existem laços de sangue.

    E é isto que falta no nosso sistema de protecção social. A consciência de que existem Raposas e Principezinhos. O desconhecimento da palavra “cativar”.

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