sexta-feira, 11 de setembro de 2009

La Traviata - Verdi

Durante os anos em que Verdi criou La Traviata,
passou por uma situação pessoal semelhante à da sua obra
- o relacionamento que mantinha
com Giuseppina Strepponi, uma antiga prima-dona.
Antes de se terem casado, os aldeões do pequeno vilarejo italiano
onde viviam, consideravam a coabitação dos dois imoral e vergonhosa.
A vida comum deles (que durou mais de cinqüenta anos)
influenciou, assim, uma das mais trágicas óperas de todos os tempos
Verdi e Strepponi conheceram-se em 1839,
quando Giuseppina era o esplendor de Milão
e Verdi era, apenas, um jovem compositor desconhecido.
A amizade deles amadureceu quando a soprano,
usando a sua influência com o empresário do Teatro La Scala,
tornou possível a apresentação de Oberto, a primeira ópera de Verdi.




À direita uma caricatura de Verdi, do grande cantor Caruso.


La Traviata, ópera em quatro cenas (três ou quatro actos) de Giuseppe Verdi, com libreto de Francesco Maria Piave, foi baseada no romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho( não confundir com o Dumas Pai d’Outras Filho, que não faz parte desta cena).

Observação :
Em algumas montagens, o terceiro Acto é apresentado como sendo a segunda cena do segundo Acto.
O quarto Acto, nesses casos, corresponde ao terceiro.
Acto I

Tudo começa numa festa em casa de Violetta Valéry,
uma mundana prometida do Barão Douphol,
e onde esta é apresentada a Alfredo Germont,
por um amigo comum, que lhe transmite o afecto que Alfredo nutre por ela.
Este último dedica, então, um brinde a Violetta e declara-lhe o seu amor.
A cortesã responde a Alfredo que, sendo uma mulher mundana,
não sabe amar e que só lhe poderá oferecer amizade,
mas mesmo assim ( as Mulheres são todas iguais!),
dá-lhe uma camélia que trazia entre os seios,
pedindo-lhe que volte no dia seguinte.
Depois da festa terminar, Violetta permanece só
e apercebe-se do quão profundamente
lhe tocaram as palavras de Alfredo,
um tipo de amor que ela jamais conhecera.


































Acto II

Violetta e Alfredo iniciam um relacionamento amoroso
e vão morar numa casa de campo, nos arredores de Paris.
Aninna, a criada de Violetta, conta a Alfredo que Violetta
viaja muitas vezes a Paris para vender os seus bens,
a fim de suprir as despesas da casa de campo.
Giorgio Germont, pai de Alfredo, visita Violetta e pede-lhe
que abandone Alfredo para sempre.
Giorgio conta-lhe do noivado, em risco, de sua filha, na Provença,
e que ver Alfredo envolvido com uma mulher mundana
iria destruir a sua reputação.
Embora a contragosto, Violetta atende aos pedidos de Giorgio
e deixa um sobrescrito endereçado a Alfredo,
antes de sair para uma festa na casa de sua amiga Flora Bervoix .
Ao chegar a casa e ler a carta, Alfredo desconfiado
de que Violetta possa tê-lo traído,
vai até a casa de Flora, para se vingar.














Acto III
Quando Violetta chega à festa acompanhada do Barão Douphol,
já é grande a animação provocada por um grupo de mascarados.
Alfredo aparece, quase de imediato, começando a jogar com o Barão
e ganha uma quantia considerável de dinheiro.
Quando o jantar é servido, Violetta e Alfredo ficam sós no salão
e Alfredo força-a a confessar a verdade.
Violetta, mentindo ( Ai, as Mulheres, sempre a mesma coisa…),
diz amar o barão.
Furioso e louco de ciúmes, Alfredo chama todos ao salão
e o dinheiro conseguido no jogo à cara de Violetta,
desafiando Douphol para um duelo.
Violetta desmaia, os outros convivas seguram Alfredo
e a festa termina.




































































Acto IV

Violetta, doente com tuberculose e sem meios, recebe cartas de vários amigos
e uma, em especial, de Giorgio Germont,
arrependido por ter separado Violetta de Alfredo.
Giorgio e Alfredo visitam Violetta, e reaproximam-se.
O casal começa a fazer planos para a vida depois da cura de Violetta .
Mas Violetta, muito debilitada fisicamente, começa a sentir o corpo falhar.
Oferece, então, a Alfredo um retrato seu
e pede-lhe que o entregue à próxima mulher por quem ele se apaixonar.
Violetta sente os espasmos da dor cessarem,
mas morre, de seguida.














La Traviata, e a sua inspiração original A Dama das Camélias, foi reproduzida em inúmeras versões para Cinema e Televisão.
Porém, a mais conseguida, talvez seja a película de Franco Zeffirelli, de 1983, com a participação de Teresa Stratas e Plácido Domingo e que foi nomeada para 2 Óscares.













Abaixo, deixamos um pequeno aperitivo com Orquesta e Coros da Royal Opera House, Convent Garden, sob direcção do maestro Sir Georg Solti e uma cena do mencionado filme de Zeffirelli. Enjoy...

5 comentários:

  1. Recomeçou a temporada de Ópera...Aplausos !!!

    ResponderExcluir
  2. Ainda a semana passda assisti no Lincoln Center a esta Ópera...
    E depois ainda dizem que não há coincidências!!!

    ResponderExcluir
  3. Obrigada Galo. Uma magnífica rentrée!
    Que inveja Adriano...

    ResponderExcluir
  4. Belo momento de cultura que o Galo nos proporciona, a que eu junto pelo menos algumas curiosidades.
    La Traviata fez parte da temporada de ópera do belo São Carlos, em 1968.Tocava a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional. Custava 220 escudos uma cadeira na quinta fila da plateia.
    Eu assisti.
    Foi uma ano de oiro naquele Teatro.
    Em 8 de Junho ali dançaram Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev.
    Eu assisti.
    Inesquecivel ano.

    ResponderExcluir
  5. CURIOSAMENTE EU TAMBÉM ASSISTI EM
    1968 NO S.CARLOS À TRAVIATA SENTADA NA QUINTA FILA DA PLATEIA AO LADO DO ZE MANEL..CURIOSAMENTE EU TAMBÉM ASSISTI EM 8 DE JUNHO À INESQUECÍVEL E MARAVILHOSA EXIBIÇÃO DE MARGOT FONTEYN E RUDOLF NUREYEV NO S. CARLOS...SENTADA AO LADO DO ZE MANEL!!!COINCIDÊNCIAS...!!!

    ResponderExcluir