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O sérvio seguiu a direcção do olhar do detective.
Instintivamente, levou a mão direita ao pulso onde a tatuagem se mostrava em todo o seu fulgor, realçada pela iluminação especial da discoteca.
A meio do movimento, parou e, atirando a cabeça para trás, soltou uma gargalhada sonora.
“- Ah, ah ! Então, descobriu o meu pequeno segredo ? “.
Os outros elementos do grupo, entreolharam-se sem perceber bem o que se estava a passar.
Velic continuou”-Mas antes que comece a fazer enredos complicados e a associar o tattoo aos, chamados, Crimes do Galo, será melhor que eu lhe conte uma história interessante, em poucas palavras.”
E, virando-se para Deolinda, perguntou, mostrando os dentes afiados “ – A não ser que aqui a moça tenha o estômago delicado…”.
Perante o silêncio geral, prosseguiu.
“-Estávamos em pleno pico da guerra e o meu comando, eu e mais cinco homens, esgotáramos há muito todos os víveres, dividindo, entre nós, os poucos frutos que íamos encontrando pela pequenas quintas destruídas, por onde passávamos, bebendo água em nascentes e mascando o tabaco que ainda restava”.
Fez um silêncio teatral e engolindo, dum trago, a vodka que lhe enchia o copo, continuou.
“- Até que numa madrugada, ao rodearmos uma colina escondida, deparámo-nos com uma quintarola, por onde ainda não parecia ter passado a onda de destruição e morte que, há muito, se espalhara por todo o país.
Da chaminé da casa saía uma ligeira nuvem de fumo mas não se via viva alma.
O que nos chamou mais a atenção foi a barulheira que vinha do galinheiro onde patos, galinhas e perus se amontoavam.
Quando nos aproximámos, vimos que escondidas entre os animais, se encontravam três mulheres. A mãe, um trintona apetitosa e duas adolescentes, já no ponto.
Para evitar pormenores escabrosos, adianto que nesse dia, e nos que se seguiram, eu e os meus homens, tirámos a barriga de misérias”.
E numa casquinada, arrepiante “…em vários sentidos”.
“- Já agora, para concluir, posso dizer-vos que ambas, as mulheres e as galinhas, terminaram da mesma forma…de pescoço cortado!”
O silêncio instalou-se pesado, por breves segundos.
Teo tentou aliviar a tensão, criada pela tétrica história.
“- E o que é que isso tem a ver com a tatuagem do galo?”
“- Ah, é verdade. Sempre que eu e o meu grupo recordávamos, com prazer acrescente-se, este pequeno episódio, chamávamos-lhe a Ceia da Capoeira e, quando regressámos a Saravejo, fizemos esta pequena tatuagem dum galo, para nunca mais esquecermos a situação em que a “providência divina” nos deu a mão.
A história foi-se espalhando, embora como esta houvessem muitas outras, e passámos a ser conhecidos como os Galos do Diabo…
Satisfeito, na sua curiosidade?”
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
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Cada vez mais Hot, e Cool ao mesmo tempo...
ResponderExcluirCredo!
ResponderExcluirIsto está assustador!
Não sei se conseguirei suportar estas descrições sádicas por muitas mais linhas...
Isto está a ficar para "homens de barba dura" ou "mulheres sem depilação"!!!
ResponderExcluirE se querem mesmo saber, mais feio que Sarajevo só para aí... Zagreb ??
ResponderExcluirSatisfeito na minha curiosidade, (qual seria ela ?) J.
:-)
A coisa aqui tá ficando preta...
ResponderExcluirOu o Diabo dos Galos...
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