Mal comecei a ouvir as pás do helicóptero, soube que vinham aí problemas.
Só não adivinhei a intensidade dos mesmos…
Podia ter pensado que era algum proprietário de vinhas (...talvez mesmo o Comendador!) a regressar a casa e ao seu heliporto, uma fiscalização aérea, publicidade…mas pressenti que eram, apenas, complicações.
E, assim foi.
O aparelho pairou, por segundos, sobre as nossas cabeças, fazendo redemoinhar folhas secas misturadas com terra, o que nos fez proteger os olhos e a cara.
Depois, afastou-se um pouco e baixou de altitude, até quase roçar as vinhas.
Nesse momento, saltaram de dentro do aparelho três indivíduos equipados até aos dentes…
Figuras como aquelas só vira numa antiga série da televisão, a SWAT, que retratava as forças policiais norte-americanas, ou no Tropa de Intervenção, um trabalho similar, mas relativo ao Brasil.
Vestidos totalmente de preto, com gorros enfiados, que só deixavam os olhos a descoberto, botas de cabedal luzidio e dois deles empunhando umas assustadoras pistolas-metralhadoras.
O terceiro, que era o de maior estatura, aparentava ser o chefe e apontava ‘apenas’ uma pistola na nossa direcção.
Era ele que cuspia ordens, num tom de voz sincopado e numa língua que, apesar de eu não dominar, percebi tratar-se do russo.
“Nalevo!” gritou para um dos gorilas e logo este correu para a esquerda do ponto onde nos encontrávamos, adoptando uma postura digna de qualquer Rambo dos tempos da Guerra Fria.
De seguida, e ao som de “Napravo!” foi a vez do outro mastodonte, rapidamente, se posicionar à nossa direita.
O helicóptero afastou-se ainda mais, ficando a pairar por sobre o Douro.
Pelo canto do olho reparei que a sempre inesperada ‘Foxy Lady’ aparentava uma tranquilidade de quem parecia estar habituada a situações como esta.
E, se calhar, até estava…
Entretanto, o ‘comandante das tropas’ avançou na nossa direcção e cumprimentou-nos, num português perfeito, onde os resquícios da língua mãe eram mínimos.
“ Espero não tê-los assustado, mas vou directo ao assunto.”
Sentia-me a viver um sonho, à espera de acordar a qualquer momento com o toque do despertador.
Infelizmente, tudo o que se passava era bem real.
Mas já a assustadora figura continuava “Se me passarem para as mãos o que encontraram vamo-nos embora sem que ninguém se magoe, senão…”
A ameaça ficou a pairar no ar.
Sem saber bem como, ouvi-me a responder, demonstrando uma serenidade na voz, que não coincidia com os meus joelhos trémulos.
“Deve haver aqui algum engano, eu e a minha…amiga, andamos apenas a passear e, além disso, o que é que lhe deveríamos entregar?”
A auto satisfação que obtive com esta brilhante tirada, esvaiu-se prontamente quando o russo avançou mais dois passos e encostando o cano da pistola à cabeça da Cristina afirmou, sem tibiezas ”Tens um minuto para me dares seja lá o que for, senão este ano o vinho da região vai ter sabor a miolos!”
Além de ter achado a frase de extremo mau gosto, não me ocorreu qualquer resposta.
Vendo que eu me encontrava paralisado, o brutamontes começou a contar”1, 2, 3...”
Uma rajada de metralhadora fez-se ouvir naquelas terras habituadas ao silêncio centenário das vinhas.
O calmeirão, de olhos esbugalhados, virou-se na direcção dos seus auxiliares que jaziam caídos no chão junto a duas poças de sangue que estavam a formar.
Durante breves segundos, deixou de prestar atenção à sua potencial vítima, a quem ameaçara fazer explodir a cabeça.
Foi o tempo suficiente, para uma minúscula arma ter surgido na mão da ‘Foxy Lady’ que esta usou, sem hesitação, quando o russo se preparava para a mandar desta para melhor.
Um terceiro cadáver começou a empapar com um sangue escuro aquelas terras tão distantes da sua pátria.
Pensei no insólito da situação. A ter algum sabor estranho, a colheita deste ano, seria a sangue russo…
Só não adivinhei a intensidade dos mesmos…
Podia ter pensado que era algum proprietário de vinhas (...talvez mesmo o Comendador!) a regressar a casa e ao seu heliporto, uma fiscalização aérea, publicidade…mas pressenti que eram, apenas, complicações.
E, assim foi.
O aparelho pairou, por segundos, sobre as nossas cabeças, fazendo redemoinhar folhas secas misturadas com terra, o que nos fez proteger os olhos e a cara.
Depois, afastou-se um pouco e baixou de altitude, até quase roçar as vinhas.
Nesse momento, saltaram de dentro do aparelho três indivíduos equipados até aos dentes…
Figuras como aquelas só vira numa antiga série da televisão, a SWAT, que retratava as forças policiais norte-americanas, ou no Tropa de Intervenção, um trabalho similar, mas relativo ao Brasil.
Vestidos totalmente de preto, com gorros enfiados, que só deixavam os olhos a descoberto, botas de cabedal luzidio e dois deles empunhando umas assustadoras pistolas-metralhadoras.
O terceiro, que era o de maior estatura, aparentava ser o chefe e apontava ‘apenas’ uma pistola na nossa direcção.
Era ele que cuspia ordens, num tom de voz sincopado e numa língua que, apesar de eu não dominar, percebi tratar-se do russo.
“Nalevo!” gritou para um dos gorilas e logo este correu para a esquerda do ponto onde nos encontrávamos, adoptando uma postura digna de qualquer Rambo dos tempos da Guerra Fria.
De seguida, e ao som de “Napravo!” foi a vez do outro mastodonte, rapidamente, se posicionar à nossa direita.
O helicóptero afastou-se ainda mais, ficando a pairar por sobre o Douro.
Pelo canto do olho reparei que a sempre inesperada ‘Foxy Lady’ aparentava uma tranquilidade de quem parecia estar habituada a situações como esta.
E, se calhar, até estava…
Entretanto, o ‘comandante das tropas’ avançou na nossa direcção e cumprimentou-nos, num português perfeito, onde os resquícios da língua mãe eram mínimos.
“ Espero não tê-los assustado, mas vou directo ao assunto.”
Sentia-me a viver um sonho, à espera de acordar a qualquer momento com o toque do despertador.
Infelizmente, tudo o que se passava era bem real.
Mas já a assustadora figura continuava “Se me passarem para as mãos o que encontraram vamo-nos embora sem que ninguém se magoe, senão…”
A ameaça ficou a pairar no ar.
Sem saber bem como, ouvi-me a responder, demonstrando uma serenidade na voz, que não coincidia com os meus joelhos trémulos.
“Deve haver aqui algum engano, eu e a minha…amiga, andamos apenas a passear e, além disso, o que é que lhe deveríamos entregar?”
A auto satisfação que obtive com esta brilhante tirada, esvaiu-se prontamente quando o russo avançou mais dois passos e encostando o cano da pistola à cabeça da Cristina afirmou, sem tibiezas ”Tens um minuto para me dares seja lá o que for, senão este ano o vinho da região vai ter sabor a miolos!”
Além de ter achado a frase de extremo mau gosto, não me ocorreu qualquer resposta.
Vendo que eu me encontrava paralisado, o brutamontes começou a contar”1, 2, 3...”
Uma rajada de metralhadora fez-se ouvir naquelas terras habituadas ao silêncio centenário das vinhas.
O calmeirão, de olhos esbugalhados, virou-se na direcção dos seus auxiliares que jaziam caídos no chão junto a duas poças de sangue que estavam a formar.
Durante breves segundos, deixou de prestar atenção à sua potencial vítima, a quem ameaçara fazer explodir a cabeça.
Foi o tempo suficiente, para uma minúscula arma ter surgido na mão da ‘Foxy Lady’ que esta usou, sem hesitação, quando o russo se preparava para a mandar desta para melhor.
Um terceiro cadáver começou a empapar com um sangue escuro aquelas terras tão distantes da sua pátria.
Pensei no insólito da situação. A ter algum sabor estranho, a colheita deste ano, seria a sangue russo…
Finalmente uma pitada de sangue, faltava este ingrediente.
ResponderExcluirOkies, 'filmeco' p'ra esse post , do ex da 'Mandona', com o Robert Downey Jr., o fabuloso Jude Law, e a lindíssima Rachel McAdams...
ResponderExcluir:-)