sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Love is a many splenderous thing

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Indiferentes aos comentários maliciosos que deixaram atrás de si, as duas jovens e belas mulheres saíram do elevador abraçados e dirigiram-se, com um andar vacilante, para a suite de Gabriela.
Quem as visse assim, iria achar que caminhavam sob efeito do álcool, mas a embriaguez era outra…
Um desejo intenso, um tesão na versão brasileira, que lhes tornava as pernas vacilantes e revolvia o estômago, num misto de prazer antecipado e delíquio adolescente.
De qualquer modo, um sentimento que as não deixava raciocinar ou imaginar qualquer tipo de prudência.

Chegadas ao quarto, as poucas peças de roupa que usavam foram arrancadas, algumas mesmo rasgadas, e num ápice, encontraram-se as duas num corpo-a-corpo de amor e luxúria, tendo como pano de fundo os lençóis acetinados da grande cama king size, que ocupava grande parte de uma das divisões da enorme suite.
Se fazerem amor, era sempre uma experiência de êxtase e realização, tanto física como mental, desta vez tornou-se uma sucessão de orgasmos, uma experiência mística que as transportou ao reino dos anjos, da sereias e de outros seres imaginários que esvoaçavam por entre as paredes daquele quarto onde os gemidos se entrecruzavam com palavras de amor, juras do momento com espasmos orgiásticos, num vendaval de suor e saliva.

Quando esgotadas por tanta emoção, por tantas explosões intermináveis, pararam por momentos, afogueadas, retomaram o sonho da casa na praia, em Bali, Pucket,ou um outro qualquer destino exótico e distante.
Distância era uma premissa importante pois Gabriela estava certa que Sérgio a perseguiria sem descanso, e, por isso, teria que criar condições para lhe dificultar tal tarefa.

Giselle aventou a hipótese de que o melhor seria criar-lhe uma qualquer armadilha para o meter na prisão durante largos anos.
Nada que Gabriela não tivesse já pensado, antes.
Daí o ter feito cópias, bem guardadas em local secreto, que poderiam comprometer o seu marido, caso fosse mesmo necessário utilizá-las.
Mas a ideia de Gabriela era mais mantê-las como seguro de vida ou moeda de troca para uma reforma dourada.

A discussão dos projectos em conjunto, acendera-lhes, de novo, o desejo.
Desta vez, amaram-se sem sofreguidão.
Beijaram cada centímetro do corpo da parceira, com ternura e suavidade.
Depois, adormeceram abraçadas, felizes, como há muito não acontecia…

…Por isso, o despertar foi, ainda mais abrupto.
No meio do quarto, olhando-as com ar alucinado e uma ridícula pistola na mão, Sérgio Cassini, de olhos esbugalhados, parecia não saber o que fazer.

As duas mulheres admiradas por não sentirem qualquer espécie de medo, olharam-no com indiferença e desprezo.

Num movimento brusco, Sérgio rodou sobre si próprio e saiu do quarto, sem emitir qualquer som.

3 comentários:

  1. Acredita na reencarnação! Só pode...e em em vidas passadas???? Qui sait?

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  2. Hehehe !

    Gaby tu é mêmo sapatão !

    :-))


    Propostinha de banda sonora para o nº51 pelo
    rei (RIP).

    :-))


    Parabéns pelo conto, J.V.

    ;-))

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  3. Depois disto, acho que vou começar a ler tudo de trás para a frente...
    Ou a Bizâncio já está a rever as provas do "Jaime Varela"?!

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