Foi uma viagem meio-trabalho-meio-lazer.
Tinha que ir ver uns terrenos que um grupo angolano me pediu para avaliar em termos de construir uma estratégia concertada de desenvolvimento: aqui toda a gente faz moradias ou prédios para habitação e escritórios ou armazéns.
A ideia para este promotor é desenhar algo de diferente: uma estação de serviço aqui, uma guest-house acolá, um business-park, enfim, projectos que tenham sentido na zona onde vão ser construídos e saiam da concorrência instalada.
Partimos às 13:30: foi bom porque poderia ter sido pior, ou mesmo o voo cancelado! A viagem dura uma hora, e à chegada temos que fazer controlo de imigração (é assim mesmo, mesmo em voos domésticos).
No que restava da tarde ainda tivemos tempo para ver 6 dos onze terrenos que tínhamos para inspeccionar no total. Foi como que uma corrida, o sol começa a pôr-se por volta das 18:00 e queríamos deixar o menos número possível de terrenos para ver no dia seguinte, pois queríamos aproveitar para ir ao Namibe (180 kms.).
A estrada está em muito boas condições, mas tem no seu início a descida da serra da Leba que é como que uma parede de cerca de 1500 metros a pique.
Esta parte da estrada é famosa pelo desafio à engenharia na altura em que foi construída, claro ainda no tempo colonial.
São duas horas de viagem que passam num instante pela diversidade da paisagem, deste a exuberância do planalto onde está Lubango, com um clima muito próximo do mediterrânico, para o Namibe com a proximidade do deserto e do mar.
Almoçamos uma excelente garoupa grelhada (não sem termos esperado mais de uma hora) regada por uma cerveja local (N'gola) de excelente qualidade.
Na segunda-feira o dia foi passado em aeroportos (Lubango e Luanda) com todo o ritual associado de espera, formalidades e mais espera.
Desta viagem fica a vontade de voltar com muito mais tempo, sobretudo para explorar o deserto do Namibe e da costa até à fronteira com a Namíbia.
Já há muito tempo que não víamos por aqui o Pirulito142. Foi um bom regresso!
ResponderExcluirPirolito, andei por lá no final da década de sessenta, lindo !!
ResponderExcluirGostei imenso de ler o se "post".
ResponderExcluirFez-me lembrar o Gonçalo Cadilhe nas suas reportagens pelo Mundo, principalmente a que publicou em livro "África acima".
Escreva mais!
Também eu Pirulito( ou Pirolito?)já sentia falta das suas crónicas africanas...
ResponderExcluirPorquê tão grande ausência?
TAAG e TACV, irmãs gémeas...
ResponderExcluirVá ao deserto e, depois, conte-nos como foi!
Un dos meus muitos tios adorava viver em "Nova Lisboa" (agora chama-se Huambo, e está feita em pedaços, ou estou enganado ?).
ResponderExcluirO pessoal do meu 'grupinho' do IST (os que eram de lá...) contavam estórias fabulosas, de se ir de Luanda a Nova Lisboa em jipe, 400 ou 600 kms, sempre com o paise no pidal.
Esse meu tio (que era conde e tudo de uma merda que não importa, também não lhe importava a ele) tinha um velho Ford Taunus, e quando aquilo não andava ele berrava-lhe "P'rá frente leão !!
O que a gente se ria...
:-)
Agora Angola parece que pertence á família dum gajú qualquer que tem um daqueles cursos merdosos da ex-Soviet Union, e a mais uns ex-"generais" do emepêeleá, falsos pretos reconvertidos em falsos capitalistas...
'Ganda cagada...
:-(
P.S.
E não se pode dixer mal deles. parece que são donos de metade das coisas aqui...