quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sal&Pimenta- Tempero semanal por José Manuel de Sousa


Bento XVI

Escrevo estas linhas ainda com a visita de Sua Santidade a decorrer.
Atrevo-me a dizer que o País parou ora porque a maioria da população esteve sentada frente à televisão ora porque em elevado número participa nas várias cerimónias religiosas por fé ou beneficiando das chamadas tolerâncias de ponto.
Num ano não atormentado por uma crise incomensurável, pouca diferença faria quer a despesa efectuada quer a perda de produtividade mas no tempo presente é incompreensível parte do muito que está acontecendo e que em nada dignifica a nossa imagem internacional.
Se bem me lembro nunca em anteriores visitas foi tão grande o espavento e nessas alturas, ainda o Estado não estava tão empobrecido como no tempo presente.
Outros tempos comentarão alguns e eu concordo. Haveria mais tino e bom senso nos governantes.

Por outro lado estranhei ver tantos republicanos que se proclamam de laicos ou agnósticos, figuras públicas e governantes, presentes num acto religioso quando nada os obrigava a tal.
Em qualquer dos outros actos públicos tal não seria relevante mas no Terreiro do Paço, frente ao altar, foi quanto a mim um escusado momento de exibicionismo bem populista e até de pouco educado comportamento de alguns dos ditos.
O que não é de estranhar pois tem explicação bem simples que me escuso de referir para não ofender os visados.

Este Papa que concita contraditórios sentimentos e divergentes opiniões, vive um momento particularmente difícil mas a sua preparação religiosa e intelectual têm encontrado o caminho recto para que Roma já hoje seja considerada a verdadeira Capital do Ecumenismo, este tão necessário para toda a Humanidade.
Para mim não é uma Figura simpática, tenho saudades do seu antecessor que me conquistou mas seria injustíssimo se aqui não deixasse uma sentida palavra de louvor a Bento XVI, à sua cultura e sobretudo à indesmentível coragem perante os escândalos que assaltam a sua Igreja.

José Manuel de Sousa

Um comentário:

  1. Os ângulos de observação são múltiplos e multifacetados. Coerência é uma busca incessante, que também cansa! Concordo com muito do que o JMS afirma e também com o seu contrário. Cada vez tenho menos certezas! Dir-me-ão que tenho a espinha dorsal demasiadamente gelificada...Talvez! Mas nestas questões de Fé, com Papa João Paulo II ou com Papa Bento XVI os corações e as mentes vacilam. E não será isso bom?

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