sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

É Carnaval ninguém leva a Mal...(Parte II)

O que os Turistas conhecem do Rio, geralmente, é a faixa litoral que se espalha entre os hotéis e as diversas praias onde se estendem ao sol ( Copacabana, Ipanema e Leblon).
É parte da Zona Sul( nem sequer a Zona Sul total, que engloba ainda o Leme, Botafogo e Flamengo, onde poucos visitantes se deslocam).
Mas o Rio não se limita a estes endereços de Cartão Postal. É imperdível, mesmo numa visita de uma semana, não percorrer o bairro de Santa Teresa, o Centro, a Lapa e alguns bairros da Zona Norte, como São Cristovão ou o popular Meyer.
É de todo este Rio que durante o Carnaval, o Povão emigra para a Zona Sul e festeja o Rei Momo, nas ruas da cidade, porque o Sambódromo, como vimos ontem, fica para os Turistas e para os Cariocas das classes abastadas.







O Carnaval de Rua
São muitas as manifestações que o Carnaval mais popular adopta.
Desfiles, Blocos Carnavalescos e Cordões, são algumas delas, para além dos Ensaios técnicos das Escolas de Samba que acabam por ser uma versão low profile mas, segundo muitos, mais genuína, dos Desfiles no Sambódromo.
Os milhões de moradores na Zona Norte do Rio e nas artérias mais pobres de, por exemplo, Copacabana( onde existem milhares de apartamentos conjugados, a que nós chamamos estúdio e onde vive, muitas vezes, uma família numerosa) fazem longas viagens de ónibus até à Cinelândia, no Centro, ou até à Praça General Osório, em Ipanema, pontos de concentração do Cordão da Bola Preta e da Banda de Ipanema, dois dos blocos carnavalescos mais conhecidos.


A Banda de Ipanema, formada no início por figuras conhecidas da boémia e do Jornalismo, com a equipe do Pasquim em destaque, tem aos poucos visto o seu perfil sofrer alterações passando os gays a serem o elemento mais dominante da mesma.

















A Banda, com os músicos uniformizados com as camisetas próprias, faz da Praça da Feira Hippy ( a já referida General Osório) o seu ponto de partida, seguida de milhares de habitantes da zona, mas também de muitos turistas e dos tais cariocas da Zona Norte que não perdem tudo o que é festejo, ainda por cima, grátis...



























Mas, logo de seguida, os exuberantes travestis e drag queens tomam conta do pedaço com toda a sua irreverência e imaginação.
Alguns têm mesmo nomes de combate como Xuxa BomBom, Elke Maravilha ou Linda Furacão.
Uma competição feroz...

Seu Chacrinha, célebre apresentador de Televisão dos anos 80, continua a servir de imaginação a muitos dos foliões.










Também a nossa Carmen Miranda, de forma mais óbvia ou velada, continua a ser uma musa inspiradora permanente.


E o povo brasileiro, com a boa disposição que lhe é peculiar, convive numa boa, sem agressividade nem preconceitos.
Légau, né?



























Já viram as diferenças entre as Marafonas do Rio e as de Torres, por exemplo?






























O cuidado posto nas maquillagens e na confecção dos fatos mostra bem que o integrantes dos Blocos levam estas tarefas a peito(...e bota Peito,nisso).
Por contraste, os Gatos(?) preferem a via minimalista Muito músculo à mostra, com pailleté para baralhar as espectadoras. Olha a cabeleira do Zézé, será que ele é, será que ele é?



Mais uma Carmen Miranda...




















Muito haveria ainda a dizer
acerca do Carnaval no Rio.
Os Bailes nos Clubes, só para sócios, os Bailes temáticos com o Scala Gay e o Vermelho e Negro a discutirem o primeiro lugar, as Festas particulares nas coberturas de Ipanema e do Leblon, enfim muitas opções para aquele que, como já ontem afirmámos,
é o Maior Espectáculo do Mundo.
Mas hoje ficamos por aqui porque temos que dar os toques finais na nossa fantasia de Pierrot.
Olélé, olálá, bota pra corrê, bota pra québrá...

5 comentários:

  1. As descrições do Galo são como estar lá!
    mais uma vez, belas fotos e texto a condizer.
    Quimera

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  2. Eu estou a procurar no"Galo"utilizar,em detrimento de uma linguagem mais elaborada e literária,uma forma coloquial,como se duma tertúlia se tratasse e estivessemos todos à volta duma mesa a mandar bitaites.Por vezes, sinto que abuso da utilização de expressões locais,letras de músicas ou palavras noutras línguas mas se acha que transmito um pouco do ambiente,minimamente porque estar lá são "outros quinhentos",já compensa o esforço
    (que na realidade não é nenhum ).

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  3. Por razões profissionais já viajei muitas vezes para o Rio, cidade que adoro e julgo conhecer bastante bem, mas nunca se proporcionou estar lá na altura do Carnaval.Agora com estes dois posts do Galo, fiquei ainda com mais vontade de ter essa experiência que toda a gente me diz ser única.

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  4. Aconselho-o,Adriano,a fazer essa viagem na altura do Carnaval (se a conseguir conciliar com o seu horário,como é óbvio) mas a não se ficar só pelo Sambódromo,que é o mais fácil e habitual,mas embora imprecindível, é insuficiente.Percorra a Avenida Rio Branco e a Cinelândia,no Centro,acompanhe a Banda de Ipanema,junto ao Barril 1800,vá até ao Scala Gay( Almodovar no seu melhor)...e tudo o mais que lhe fôr apetecendo!Não se vai arrepender, palavra de Galo.

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  5. O mesmo caso da Índia.Países muito ricos mas onde a distribuição da riqueza não passa dos discursos dos politicos mesmo estando um operário na presidencia.

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