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Com a ajuda preciosa do trémulo recepcionista, Gabriela e Teo, escapuliram-se pelo longo corredor, até uma pequena porta que dava para as traseiras, onde os empregados estacionavam os seus veículos.
No momento em que iniciavam a descida por uma estreita escada de ferro, ouviam-se já as portas dos quartos a serem abertas, entre gritos de terror e cólera.
“São eles verificando quarto a quarto. Tenho que voltar para a recepção. Meu chefe ficou sózinho e os cafajestes podem já ter notado minha falta”.
Gabriela abriu a carteira e sacou de uma nota o que transformou, a expressão de terror do rapaz, em felicidade plena.
“ Podem pegar minha motoreta. Depois os doutores devolvem…”e indicando uma velha Famel Zundap, esgueirou-se escada acima.
A saída do motel, foi á filme do James Bond.
Quando se aproximaram da Recepção, Teo acelerou a velha máquina no seu máximo e sentindo as unhas de Gabriela cravadas nos rins passou a cancela, que se encontrava levantada.
Dos gorilas, a guardar essa zona ficara apenas um, que ainda abriu os braços na tentativa infrutífera de lhes impedir a passagem mas que, ao ver o embalo daquela antiguidade, só teve tempo de saltar para o meio dos cactos que decoravam aquela zona.
Quando se recompôs, e para salvar a moral sacou de um revólver e disparou dois ou três tiros sobre o casal em fuga que desaparecia já, lá embaixo, na curva para a Niemeyer.
Quinze minutos depois, parados na Delfim Moreira, junto à estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, Teo copiava, involuntariamente, a pose deste, sentado num banco, enquanto bebia sôfrego uma lata de Antártica.”Juro, Gabriela, que senti uma das balas a roçar-me a cabeça” dizia o detective, tentando suster o tremular das mãos.
O pragmatismo de Gabriela, veio, uma vez mais, ao de cima.
“Isso agora não interessa nada…Eu gostava era de perceber quem foi o mandante para uma coisa destas, tão bárbara e primitiva”.
“Mas, não põe a hipótese de ter sido o seu marido?”inquiriu Teo, tentando recuperar o sangue frio e o profissionalismo que, desde o início, deixara sempre em segundo plano.
“O Sérgio? Nã…isso é uma idiotice completa, muito óbvia. O meu marido é demasiado inteligente para planear uma bobagem destas…”
Ferido no seu amor próprio, Teo amuou e perguntou já a avançar para a motorizada” Não acha melhor irmos indo? E para onde é que vamos?”.
Desta vez, Gabriela não tentou sequer tratar das feridas daquele ego que, apesar das aparências, era tão sensível e vulnerável, mas que ela, na realidade já não ia tendo muita paciência para aturar.
“Para o Copacabana Palace, para onde é que poderia ser mais?”.
Pouco depis, chegavam ao Hotel.
Entregaram a motoreta ao estupefacto e engalanado porteiro que, por sua vez, a fez desaparecer para uma qualquer garagem escondida.
Chegaram à piscina, na mesma altura que Deo fazia a sua entrada triunfal, já descrita anteriormente.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
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E eu que não imaginava que a Famel Zundap tivesse chegado tão longe!...
ResponderExcluirZundap....que saudades dessa época...da Lambreta...da Cocciolo (será assim que se escreve?), do meu Gogomoblie !!
ResponderExcluirCredo Zé Manel!
ResponderExcluirPor esse andar só falta dizer-nos que foi colega do Fred Flinstone! : )
Esta ligação à entrada da Deo, foi muito bem feita. Great!
ResponderExcluirFrenético este romance!
ResponderExcluirHá sempre história, sempre novidade. Manter este ritmo não deve ser leve, não!
...Qual James Bond!?!!!
ResponderExcluirIsto está no máximo, mistura de Speed, com Body Heat, com Missão Impossível, com Silêncio dos Inocentes...o máximo, repito!!!
Boa Moira de Trabalho, gostei da piada e encaixei !!!
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