quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Nos tempos em que o Francês era falado( e escrito, e lido...)!

Há muito tempo atrás, embora possam não acreditar, em Portugal ,viam-se Filmes em Francês e Séries de Televisão, liam-se Livros e Revistas em Francês e até, pasmem, se ouvia Música em Francês... E, mais espantoso ainda, em cada uma dessas modalidades as ofertas eram múltiplas, dirigidas a grupos etários e culturais muito distintos.
Na Música, por exemplo, existia a
Salut les Copains para os jovens
alienados que usavam grandes melenas a cair sobre os colarinhos ponteagudos de camisas psicadélicas, calças à boca de sino e sapatos de cunha grossa ( a razão porque editámos esta foto maior foi para os mais nostálgicos e menos míopes, tentarem identificar o Jonhy Hallyday, a Silvie Vartan antes das 200 plásticas, o Salvatore Adamo, a Françoise Hardy, o Claude François, o Richard Anthony e a Sheila, entre muitos outros).
Mas lado a lado com estas melodias que falavam dos amores adolescentes e pouco mais, podiam-se ouvir as vozes e os poemas poderosos de Brel, Brassens, Leo Ferré, Regianni ( que embora italiano, cantava muito em Francês), Moustaki, Juliette Greco e alguns mais. A meio caminho entre o ligeiro e o mais erudito tínhamos, ainda, o Gilbert Bécaud, o Aznavour e o Joe Dassin, para não prolongarmos demasiado esta lista.
No Cinema a fartura era ainda maior- François Truffaut, Jean Luc Godard, Jean Renoir, Roger Vadim,Claude Lelouch( que despertava paixões e ódios),Jacques Tati, Claude Chabrol, Rohmer,rodeados por uma miríade de estrelas como Alain Delon, Brigitte Bardot, Jeanne Moreau,Jean Paul Belmondo, Jean Gabin, Simone Signoret,Annie Girardot,Anouk Aimée, Jean-Louis Trintignant, Fanny Ardent, Jean Claude Brialy,para além dos cómicos Bourvil, Fernandel e Des Funés, enquanto na Televisão as séries Lagardére com Jean Marais ou Arséne Lupin faziam sucesso.
Na Pintura surgiu, então, Bernard Buffet com um traço vigoroso e uma assinatura megalómana que, apesar da debilidade da sua arte, invadiu as casas portuguesas com serigrafias de fraco gosto.
As revistas que mais se liam eram o Paris- Match onde começaca a despontar o foto-jornalismo e a Jours de France onde as Madames sofriam com os amores e desamores da monagesca Família Grimaldi.
Para terminar com chave de ouro, a Literatura Francesa era devorada por jovens e adultos que se dividiam pelas aventuras de capa-espada de Ponson du Terrail, os policiais de Simenon, com o célebre Inspector Maigret,ou os eruditos Sartre ( Les Mouches, Os Sequestrados d'Altona, Os dados estão lançados, O Existencialismo é um Humanismo, L'Être et le Néant) Simone de Beauvoir( confesso que li Le deuxieme Sexe ) Albert Camus ou Céline , Voyage au Bout de la Nuit, ou ainda as românticas novelas da jovem, à data, Françoise Sagan, que conheceu a consagração com os célebres Bonjour Tristesse ou Aimez-vous Brahmas?
Como podem ver eramos um País francófono que há muito esquecera ...as Invasões Francesas.


































































































































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