Miguel Sousa Tavares e os Contentores

Todos sabemos que o MST tem ódios de estimação.

Aos Patos Bravos.

Aos Chicos Espertos.

Ao Menino Guerreiro.

Ao José António Saraiva.

Aos autarcas algarvios.

E a quase todos os outros.

Às restrições à Caça.

Ao novo Aeroporto, seja ele onde fôr.

A 99% da classe política,

mais %, menos%.

Ao Vasco Pulido Valente.

Aos jaquinzinhos da UE.

À Manuela Moura Guedes.

Às Leis Antitabagistas.

À ASAE.

E poderiamos continuar assim, todo o dia...

Mas vamos ao que interessa.

O último ódio, até à data, é

aos Contentores de Alcantâra.

( Intervalo para uma tomada de posição.

Com excepção do VPV, às vezes,

e das leis Antibagistas, quando não fundamentalistas,

subscrevo os outros desamores de MST,

mesmo que sem tanto calor.)

Toneladas de Contentores empilhados

qual Muro de Berlim,

Muralha da China dos nossos dias.

Turistas baralhados:

"-Where is the River, please?".

"- Et la riviére, c'est oú la riviére?!?".

"- Y el coño del Tajus, donde es?".

E os Lisboetas com mais uma colina.

Desta feita, a tapar-nos o rio.

A música dos Xutos a tornar-se o hino municipal.

Enfim, tudo isto para dizer que

não podia estar mais de acordo

com esta recente Guerra Santa.

Só que para esta, já tenho a solução.

Ora ouçam e vejam se é, ou não, brilhante.

Primeiro : Deixemos empilhar os Contentores,

no local, à fartazana.

Segundo : Convocamos uma manif

( sempre adorei esta palavra, tão BCBG).

Terceiro : Cada grupo de 200 manifestantes

encarrega-se de um Contentor.

50 000 pessoas equivalem a 250 Contentores.

Quarto : MST dispara uma caçadeira de dois canos

( com pólvora seca)

e nesse instante começamos todos a empurrar

os contentores para dentro de água.

Quinto : Quando a operação terminar e o último Contentor

tiver submergido vamos celebrar para as Docas.

Conclusão : Sem grandes custos vemo-nos livres dos Contentores...

... e, com um bocado de sorte,

ficamos com uma nova Ponte sobre (sub?) o Tejo !!!