quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Liberdade e Censura

Todos nós sabemos que a Liberdade é uma coisa muito bonita...
Um bem precioso que só quem viveu anos
privado dela, aprecia na sua totalidade e lhe dá o real valor.
Todos nós sabemos que a Censura é uma coisa muito feia...
Uma prepotência que só quem viveu anos
sujeito a ela, despreza na sua mediocridade e lhe tem horror.
Agora que já concluimos que a Liberdade é boa
e a Censura é má, passemos à fase seguinte.
Liberdade total não existe.
Que o digam os fumadores expulsos dos restaurantes,
os motoristas que gostam de acelerar,
os contribuintes que não querem pagar impostos,
os exibicionistas, os homosexuais que querem casar...
A lista seria tão extensa, que vamos ficar por aqui.
Mesmo o velho argumento de que
a minha Liberdade termina onde começa a do meu vizinho
não pega. Veja-se o caso da Eutanásia.
Do consumo de Drogas, etc, etc.
Ausência total de Censura não existe.
Estão aí os sites de pedofilia para o provar.
O boicote aos cartoons de Maomé.
A redução dos tempos do Marcelo.
A lista não seria tão extensa como a anterior
mas fiquemos, também, por aqui...
Agora que já concluimos que a Liberdade, apesar de boa, não é total
e que a Censura, apesar de má, existe parcialmente
quem é que me explica qual a razão
de continuarmos a ter na Televisão
programas que jogam com a cupidez humana,
muitas vezes com necessidades financeiras,
com o desejo da notoriedade efémera,
enfim, com a ingenuidade de pessoas que se entregam nas mãos
de organizações fortes, apoiadas em estruturas experientes
que sabem manejar todos os cordelinhos legais
para os aprisionar e manipular e, por vezes,
destruir as vidas desses concorrentes,
ofuscados pelos projectores da fama.
Exemplos anteriores existem com fartura.
Tentativas de suicídio, assaltos, prisões.
O que será necessário para acabar
com esta degradação pública do ser humano?
Dir-me-ão que cercear, mesmo que milímetros, a Liberdade
ou incentivar, mesmo que por segundos, a Censura
poderá abrir a Caixa de Pandora
e conduzir-nos a situações incontroláveis.
São capazes de ter razão, por isso é que estas linhas
não passam de uma divagação em voz alta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário